Com a troca do dia 18 de setembro de 2009 que levou Phil Kessel para Toronto em troca de duas escolhas de primeiras rodadas, o gerente geral Brian Burke privou-se das melhores escolhas do recrutamento para um crescimento mais instantâneo da equipe dos Maple Leafs. Aparentemente uma decisão equivocada de Burke, até porque ninguém esperava um desempenho tão ruim da equipe naquele ano, quando a equipe terminou com a segunda pior marca da liga e entregou de bandeja a segunda escolha que lhe era de direito ao Boston Bruins.
Sem os resultados esperados mesmo com outras adições importantes no elenco, a decisão de uma reestruturação da franquia era inevitável. Com a escolha de primeira rodada do próximo recrutamento nas mãos do rival, Burke arregaçou as mangas e foi ao trabalho antes mesmo do dia final de trocas, como tantos outros que fizeram o mesmo e deixaram o dia-limite órfão de grandes nomes. Seu objetivo era claro e objetivo, buscar jovens jogadores e escolhas no recrutamento, tarefa básica em todo manual de como se erguer um time na lama.
No começo de fevereiro o primeiro a ir embora foi o experiente defensor Francois Beauchemin, que voltou ao Anaheim Ducks por Joffrey Lupul, Jake Gardiner e uma possível escolha de quarta rodada, dependendo do número de jogos que Lupul disputar com os Ducks. Gardiner é um jovem defensor de muito talento que vem em uma boa temporada pela Universidade de Wisconsin.
Poucos dias após a saída do defensor, quem também foi embora em busca de novos ares foi Kris Versteeg, que chegou nas férias e vinha fazendo um bom trabalho com os Leafs. O atacante trocou Toronto pela Filadélfia pelas escolhas de primeira e terceira rodada dos Flyers deste ano. Com a troca, os Flyers acrescentam um jogador com anel de campeão e mais uma força em seu versátil ataque, já os Leafs ganham duas escolhas que servirão para ajudar a construir o futuro da equipe.
O saldão azul continuou a todo vapor, tanto que sobrou até para Voros, que foi fazer companhia a seu ex-companheiro Beauchemin nas terras quentes de Anaheim por uma escolha condicional de sétima rodada. O jovem John Mitchell foi outro que acabou saindo pelo mesmo valor para o New York Rangers.
Tomas Kaberle, sem dúvida um dos peixeis mais gráudos desse dia-limite, fez o caminho inverso de Kessel e migrou rumo aos Bruins por mais uma escolha de primeira rodada — que provavelmente estará nas últimas escolhas da rodada inicial do próximo recrutamento —, outra escolha de segunda rodada, caso Kaberle reassine com os Bruins ou então leve o time de Boston às finais, mais o promissor Joe Colborne, que figurava entre os principais nomes da nova geração dos Bruins. Burke lamentou a saída de Kaberle, destacando seu compromentimento junto a equipe e toda a lealdade demonstrada durante as negociações que envolveram sua saída após tanto tempo em Toronto.
No total foram nove escolhas a mais para Burke nos próximos recrutamentos e mais dois talentosos jovens jogadores que um dia poderão formar os novos Leafs que a torcida espera para os próximos anos. O gerente geral dos Leafs ainda deixou no ar a hipótese de usar suas escolhas de primeira rodada desse ano em troca de uma mais alta e fisgar algum valioso nome no recrutamento que acontecerá em Minnesota.
O caminho certo para o Toronto Maple Leafs parece ser este, afinal sobram exemplos de sucesso que começaram com decisões como esta de Brian Burke, e não precisamos ir muito longe para constatar isso, basta olhar para o ex-Canucks do próprio Burke liderando com sobras a Conferência Oeste.
Fernnando Dittmar tentou fazer uma Copa Stanley caseira, sem sucesso.