Quando Alex Kovalev finalmente falou na sexta-feira, ele mirou diretamente no técnico do Ottawa Senators, Cory Clouston, por usá-lo como um bode expiatório para os problemas e para as dificuldades do time, e disse que ele gostaria que as pessoas "deixem de pegar no meu pé e me deixem jogar do jeito que eu sei."

Kovalev tinha ficado calado desde que Clouston reclamou publicamente do seu trabalho, na quarta-feira. Em seguida, o técnico o colocou na quarta linha de ataque dos Senators junto com Peter Regin e Jesse Winchester na derrota por 5 a 3 na quinta-feira para o New York Rangers, enquanto Kovalev jogou apenas 9 minutos e 45 segundos.

Na sexta-feira, a sessão de perguntas e respostas com a imprensa, antes do jogo de sexta-feira contra o New Jersey Devils, foi recheada de alfinetadas de Kovalev em direção a Clouston e também apresentou alguns momentos onde Kovalev reclamou de ser mal entendido durante toda a sua carreira.

Foi uma sessão tensa e que deixou muitas dúvidas sobre o futuro de Kovalev com os Senators, apesar do fato dele ter negado que tenha pedido ao gerente geral Bryan Murray para ser trocado.

Quando Kovalev foi perguntado sobre o que havia de errado com o seu jogo, ele disse, "não tem nada errado," mas acrescentou que ele desejava "que as pessoas parassem de me questionar e me deixassem jogar da maneira que eu sei e não apenas da maneira que eles acham ser a única. Esse é meu único pedido de Natal."

Depois de ter sido perguntado por que ele tem sido apontado individualmente durante a má fase dos Senators — o time venceu apenas três vezes nas últimas 13 partidas —, Kovalev balançou a cabeça ligeiramente.

"Bem, eu não sei. Parece que é esse o caso atualmente. Eu não sou o único que não está jogando bem no momento, então não tem nada que eu possa fazer sobre isso. Ele decidiu me pegar para Cristo. Tem sido assim a minha carreira inteira," disse Kovalev.

Kovalev, que está ganhando US$ 5 milhões no segundo ano do seu contrato de US$ 10 milhões, tem sete gols e sete assistências em 30 partidas, o que o deixa empatado em quarto lugar com Erik Karlsson entre os artilheiros do time.

Assim como tem sido durante toda a sua conturbada carreira na NHL, em algums momentos ele é o melhor jogador no gelo enquanto em outros ele passa totalmente apagado.

Porém, ele continua a entrevista sugerindo que as críticas são um mistério para ele.

"Eu simplesmente não consigo entender, porque tem momentos que você está jogando bem e tudo vai bem, mesmo assim as pessoas começam a pegar no meu pé e a me crucificar de novo. Eu não entendo porque isso continua acontecendo. Por que eles simplesmente não me deixam jogar da maneira que eu sei e posso? Eu não sei se é algum tipo de inveja ou outra coisa. Eu não faço ideia. Eu tenho me perguntado isso a minha carreira inteira porém isso continua acontecendo."

De qualquer maneira, por enquanto Kovalev afirmou que ele tem que viver com as decisões que Clouston toma sobre como utilizá-lo nas partidas.

Da maneira mais natural possível, Clouston respondeu aos comentários de Kovalev dizendo que ele está apenas tratando Kovalev da mesma maneira que ele trataria qualquer outro jogador.

"Ele não está sendo crucificado," disse Clouston.

O treinador dos Senators afirmou que ele está apenas pedindo um esforço consistente a cada partida.

"Vá lá e jogue duro, vá lá e jogue bem. Se você jogar bem, vai ter mais tempo de jogo."

Ao mesmo tempo, Clouston afirmou que os Senators têm recebido "cerca do que eles esperavam" desde que assinaram com Kovalev como agente livre no verão de 2009. "Nós estamos muito felizes com o desempenho dele em algumas noites."

Ken Warren é jornalista do Ottawa Citizen. O artigo original foi publicado em 10 de dezembro e traduzido por Alessander Laurentino.

• Capa
• Editorial
• Um olhar do Canadá
• Ovechkin na Flórida?
• Calgary insiste no erro
• De volta ao início
• O ano do pinguim?
  
• Kovalev e Clouston brincam de jogar a culpa
• Valores opostos