Por: Humberto Fernandes

Os detalhes, curiosidades e informações (nem sempre úteis) sobre os confrontos das finais de conferência dos playoffs.

Philadelphia Flyers x Montreal Canadiens
A série entre Philadelphia e Montreal marca o primeiro confronto entre o sétimo e o oitavo colocados nas finais de conferência. Teoricamente, é como se os dois piores times estivessem nas finais.

Os Flyers chegaram ao jogo 1 com absoluto domínio dos jogos disputados em casa, tendo vencido quatro de cinco. Sua estratégia, como não poderia deixar de ser para quem tem um elenco tão forte (fisicamente), era punir os jogadores dos Canadiens, distribuindo trancos. Nenhum dos times derrotados pelo Montreal no caminho até as finais tinha essa característica como ponto forte.

Com os Canadiens em vantagem numérica, Scott Gomez revidou um tranco e acabou penalizado, anulando a oportunidade de gol e gerando uma vantagem para os Fyers, devidamente aproveitada por Braydon Coburn. O Montreal dominou o primeiro período, deixando o gelo com 13 a 6 em chutes, mas a liderança no placar estava com o adversário.

Com dois gols em quatro chutes no começo do segundo período, os Flyers abriram 3-0. O gol de Simon Gagne, em vantagem numérica, na metade do período, foi o último sofrido por Jaroslav Halak, que acabou substituído por Carey Price depois de defender apenas dez dos 14 chutes.

O Philadelphia ainda marcou mais dois gols no terceiro período, vencendo o jogo por 6-0. Michael Leighton defendeu 28 chutes e conquistou seu primeiro shutout em playoffs. O Montreal não foi o mesmo que surpreendeu Washington e Philadelphia nas séries anteriores e os Flyers foram ainda melhores do que na virada contra o Boston.

O jogo 2 começou exatamente igual ao anterior. Os Canadiens estavam em vantagem numérica até Gomez cometer uma penalidade. Desta vez foi Danny Briere o autor do gol que colocou os Flyers na liderança.

No segundo período, Gagne marcou seu sexto gol em seis jogos, ampliando a vantagem para 2-0. Desde o retorno do atacante, os Flyers venceram seis jogos seguidos. Também tem ajudado o time o desempenho de Ville Leino, adquirido durante a temporada regular e que só foi promovido a titular porque Jeff Carter e Gagne estavam machucados. Leino marcou o terceiro gol numa falha de Halak, chegando a 11 pontos em dez jogos nos playoffs.

De novo os Canadiens chutaram mais a gol, mas Leighton defendeu os 30 chutes e repetiu o shutout. Desde meados do jogo 7 contra o Boston, os Flyers marcaram 13 gols em três jogos e não sofreram nenhum. Sua torcida ficou de pé no Wachovia Center cantando "Ole Ole Ole Ole".

Os times foram para Montreal, onde a história seria diferente já no jogo 3. Logo aos 7:05 do primeiro período, finalmente os Habs marcaram o seu primeiro gol na série, interrompendo a sequência perfeita de Leighton. Michael Cammalleri foi o autor da façanha. Ainda naquele período, os canadenses aproveitaram uma rara falha de Chris Pronger, que deu um passe errado, para marcar o segundo gol.

Os Canadiens dominavam o jogo e ao fim de dois períodos o placar apontava 3-0 para a equipe, com 28-18 em chutes. Desta vez era Halak o goleiro intransponível.

Foi apenas na metade do terceiro período, quando já perdiam por 4-0, que os Flyers marcaram seu gol de honra com Gagne. Os times se estranharam com mais intensidade no fim do jogo, deixando a sequência do confronto mais interessante.

Foi a primeira vitória do Montreal nestes playoffs em um jogo em que a equipe chutou mais a gol que o adversário.


San Jose Sharks x Chicago Blackhawks
Este é o primeiro confronto entre San Jose e Chicago na história dos playoffs.

Para conter a linha de Joe Thornton, o treinador Joel Quenneville escalou seu melhor par defensivo, formado por Duncan Keith e Keith Seabrook.

O primeiro gol da série foi marcado pelos Sharks, com o defensor Jason Demers em vantagem numérica. O segundo período terminou empatado em 1-1, depois de Antti Niemi realizar duas defesas fantásticas para preservar o empate. Àquela altura, o finlandês já havia defendido 30 chutes.

Faltando pouco menos de sete minutos para o fim do terceiro período, o versátil Dustin Byfuglien marcou o gol da vitória do Chicago chutando do slot de faceoff, naquele que provavelmente foi o gol de maior distância que já marcou em toda a sua carreira. Com a assistência no gol de Byfuglien, Jonathan Toews estendeu sua sequência de pontos para dez jogos.

No último minuto do jogo, um jogador do Chicago cometera uma penalidade, mas o juiz apontou a falta contra Kris Versteeg, punindo o jogador errado. Não é só no futebol brasileiro que isso acontece.

Foi a sexta vitória seguida dos Blackhawks jogando fora de casa nestes playoffs.

O primeiro gol marcado no jogo 2 foi emblemático: em uma jogada em que os Sharks roubavam o disco de Versteeg para contra-atacar culminou no gol de Andrew Ladd, depois que Versteeg se recuperou e, caído, deu o passe que iniciou a jogada. A vantagem do Chicago só não foi maior porque Evgeni Nabokov impediu um gol em cima da linha.

No segundo período, os Blackhawks marcaram dois gols em 90 segundos, um com Byfuglien e outro com Toews (11 jogos pontuando). A linha formada por eles ao lado de Patrick Kane tem decidido os jogos a favor do Chicago. Imagine quando Marian Hossa acordar...

Os Sharks tentaram reagir, mas outro gol com tráfego à frente de Nabokov restabeleceu a vantagem de três gols para os Hawks. A defesa do San Jose não conseguia desbloquear a frente de seu goleiro, o que dificultava o trabalho.

Com a nova derrota, a situação do San Jose ficou dramática. A equipe nunca venceu uma série depois de perder os dois primeiros jogos.

Os Blackhawks não se acomodaram com a vantagem no confronto e entraram no jogo 3 para matar a série, assim como Dave Bolland estava no gelo para anular Thornton.

No começo do segundo período, depois de penalidades de Bolland e Hossa, os Sharks abriram o placar em vantagem numérica de 5-contra-3. Pouco depois, também em vantagem numérica, os Hawks empataram. Toews deu a assistência para o gol e estendeu sua sequência de pontos para 12 jogos, estabelecendo o novo recorde da franquia. Se o Chicago for o campeão, Toews receberá o Troféu Conn Smythe.

O placar prosseguia empatado até meados do terceiro período. Logo após uma vantagem numérica desperdiçada pelos Sharks, um chute da linha azul foi bloqueado por Toews e o disco sobrou para Bolland, que partiu sozinho em contra-ataque até driblar Nabokov e marcar o gol da virada. Não demorou muito para o San Jose empatar, em gol irregular nascido de um icing que não existiu, de novo com Patrick Marleau, autor dos últimos quatro gols do time. Nada de Thornton (-9 nos playoffs) ou de Dany Heatley (dois gols na campanha).

O jogo foi para a prorrogação. Durante um ataque do Chicago, Brian Campbell se esforçou para manter o disco depois da linha azul e Bolland o dominou atrás da rede, em seguida dando o passe preciso para Byfuglien marcar o gol da vitória e que praticamente coloca os Blackhawks na final da Copa Stanley. Foi o segundo gol decisivo marcado por Byfuglien no confronto.

Na melhor partida do San Jose na série, o resultado foi o mesmo: derrota. Eles conseguiram levar o jogo para a prorrogação, mas as 44 defesas de Niemi impediram a vitória.

Humberto Fernandes vai trabalhar a 15 Km de sua casa.

Al Bello/Getty Images
Nos dois primeiros jogos da série, o disco parou em Michael Leighton.
(18/05/2010)

Jamie Squire/Getty Images
O Chicago Blackhawks está a uma vitória das finais da Copa Stanley 2010.
(21/05/2010)

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Página publicada em 22 de maio de 2010.