Os Canadiens acabam de comemorar o seu aniversário de 100 anos, e esta é uma boa oportunidade para a franquia e os fãs de hóquei olharem para trás e lembrar de grandes jogadores, momentos e memórias da história dos Glorieux.
Embora nem todos tenham o sangue bleu, blanc et rouge, os Canadiens continuam sendo, com muito orgulho, um dos grandes pilares do hóquei, e há muito a ser dito sobre uma franquia que ganhou 24 Copas Stanley em 100 anos.
De fato, a equipe de hóquei mais antiga do Canadá é também a mais reverenciada no país, de acordo com uma pesquisa divulgada no início de dezembro passado. Um terço dos entrevistados nomeou os Canadiens quando perguntados quem eles consideravam "o time do Canadá," em comparação com um quarto que disse o mesmo para a equipe rival Toronto Maple Leafs.
Com isso em mente, o TSN.ca oferece a sua própria homenagem ao time mais célebre do hóquei — nossas 100 razões para amar os Canadiens.
1. O logo - Desde 1917, o "CH" tem sido um dos símbolos mais reconhecidos no esporte. Muitos já pensaram que o "H" refere-se a Habs, mas essa letra sempre fez referência à palavra Hockey, como em Club de Hockey Canadien. Essa é a verdade!
2. O uniforme - O bleu, blanc et rouge não mudou muito (exceto para alguns modelos do início da história — incluindo aquele de visual "barbearia"), e todos conhecem o clássico suéter vermelho com a faixa azul no peito.
3. Howie Morenz - Primeira superestrela dos Canadiens, Morenz foi um lendário patinador que trouxe grande habilidade e paixão para o seu jogo. Ele ganhou três troféus Hart e dois títulos de pontuação, ajudando os Canadiens a vencer três Copas Stanley.
4. Joe Malone - "The Phantom" ("O Fantasma") foi o primeiro grande artilheiro, por duas vezes liderando o campeonato em pontos e deixando nas redes 44 gols em 20 jogos logo na sua primeira temporada na NHL.
5. Newsy Lalonde - O hóquei era um esporte mais apreciado entre os anglo-canadenses na virada do século, mas Lalonde, originalmente de Ontário, chegou em Montreal como a primeira estrela francesa e um dos integrantes da linha de ataque que ficou mais conhecida como "Flying Frenchmen".
6. Aurel Joliat - Os Canadiens trocaram Lalonde (que foi para o Saskatoon) por Joliat em 1923, e o "Mighty Atom" ("Poderoso Átomo") de 1,70m (hoje membro do Hall da Fama) deu início à sua carreira de 16 anos no clube — o tempo todo com seu tradicional boné de lã!
7. Georges Vézina - "The Chicoutimi Cucumber" ("Pepino de Chicoutimi") nunca teve a melhor média de gols sofridos, mas o seu estilo de jogo em 15 temporadas com os Canadiens serviu de inspiração para que, logo após a sua morte, a liga criasse um troféu em sua homenagem.
8. O Fórum de Montreal - De 1924 a 1996, a arena na esquina das ruas Atwater e Ste-Catherine foi o santuário do hóquei.
9. "Sweet 16" - Em 3 de março de 1920, os Habs dispararam 16 gols contra os Quebec Athletics — um recorde no campeonato até hoje.
10. O recorde de George Hainsworth em uma única temporada - Martin Brodeur quebrou o recorde de shutouts de Terry Sawchuk, mas ninguém provavelmente vai quebrar o recorde de Hainsworth, que conseguiu 22 shutouts em uma única temporada, em 1929.
11. A homenagem a Morenz - O "Stratford Streak" sofreu uma fratura na perna esquerda em um jogo em 28 de janeiro de 1937 e faleceu em um hospital menos de dois meses depois. Seu corpo foi velado no Fórum, atraindo mais de 200 mil visitantes.
12. Bill Durnan - Vestindo suas luvas de goleiro ambidestro, Durnan foi a segurança dos Canadiens em duas Copas Stanley e o último goleiro a ser oficialmente reconhecido pela liga como o capitão da equipe. Ambas as suas luvas serviam para bloquear e segurar, para que ele pudesse mudar o lado do taco e sempre poder bloquear pelo melhor lado. Ele também foi o dono do recorde de shutouts (309 minutos, 21 segundos) por mais de 50 anos.
13. Dick Irvin Sr. - O técnico que mais tempo ficou à frente da franquia conseguia extrair o melhor de algumas das maiores estrelas do esporte — o que produziu resultados, com três Copas em 15 temporadas.
14. "Das mãos (trêmulas) passamos a tocha para você. Que seja sua para mantê-la no alto." - Dick Irvin tinha essa frase, extraída do livro "Flanders Fields", escrita na parede dos vestiários do Fórum. Era um lembrete para honrar o passado e manter viva a tradição vencedora da equipe. A frase mantém-se nos vestiários do Bell Centre e no complexo esportivo do clube, localizado em Brossard.
15. Maurice Richard - No início dos anos 1940, os Canadiens — estranhamente — estavam perto da bancarrota. A habilidade, a paixão e o espírito competitivo de Richard não só reviveu a franquia, como inspirou uma província inteira por gerações.
16. "The Punch Line" - Talvez a maior linha da história do hóquei, o trio formado por Richard, Toe Blake e Elmer Lach aterrorizou a liga por três temporadas. Juntos, eles levaram os Canadiens a duas Copas Stanley e terminaram em primeiro, segundo e terceiro em pontuação na liga, em 1945.
17. Oito pontos! - Em 28 de dezembro de 1944, Richard tornou-se o primeiro jogador a marcar oito pontos em um jogo da NHL — um recorde que ficou por mais de 30 anos. E ele conseguiu o feito após passar a tarde inteira levando móveis para a sua família.
18. 50 em 50 - Em 1944-45, Richard alcançou uma nova marca, ao bater o recorde de gols em uma única temporada pertencente a Malone (44), tornando-se o primeiro jogador a marcar 50 gols em 50 jogos.
19. As três estrelas de Richard - Em 23 de março de 1944, Richard incrementou o seu currículo com um desempenho brilhante nos playoffs, marcando os cinco gols da vitória por 5-1 sobre os Maple Leafs, o que lhe valeu a escolha para a primeira, segunda e terceira estrelas daquela noite — a primeira vez que um jogador levou todas as honras.
20. O aperto de mãos - Durante o jogo 7 das semifinais da Copa Stanley de 1952, no Fórum, Richard sofreu uma concussão e deixou a partida. Mas, como nas melhores histórias, ele voltou no terceiro período e marcou o gol da vitória. Golpeado e ferido, seu aperto de mãos com o goleiro dos Bruins "Sugar Jim" Henry no final do jogo captou perfeitamente a atmosfera.
21. O clarão vermelho do "Rocket" - O olhar no seu rosto dizia tudo... apenas saia de sua frente.
22. "The Richard Riot" - Richard estava suspenso pelo resto da temporada e dos playoffs por agredir o árbitro Cliff Thompson em 1955, e os torcedores fizeram questão de fazer com que o presidente da NHL, Clarence Campbell, ficasse ciente de sua indignação durante um jogo fatídico em março, no Fórum. Os fãs atiraram-lhe restos e tentaram o cercar, até que uma bomba de gás lacrimogêneo explodiu, levando os torcedores a deixar as dependências da arena. Começava então o grande tumulto (em inglês, "riot"). Embora os danos tenham saído caros, porém sem haver vítimas, o tumulto simbolizou o quanto Richard significava para a cidade de Montreal.
23. Jean Béliveau - Os Canadiens queriam tanto ele que compraram toda a Quebec Senior League para garantir os seus serviços. O investimento valeu a pena, pois enquanto "Le Gros Bill" era um vencedor implacável no gelo, fora dele era uma figura digna e de classe.
24. Frank Selke - A perda de Toronto foi o ganho de Montreal, pois, após um desentendimento com Conn Smythe, Selke tornou-se o gerente geral do Habs, em 1946. Sua visão e conhecimento fez os Canadiens construírem uma dinastia, com um sistema de categorias de base que atraiu alguns dos melhores jogadores de Quebec e do oeste do Canadá.
25. Dickie Moore - Por duas vezes líder em pontuação e por seis vezes campeão da Copa Stanley, Moore quebrou o recorde de Gordie Howe em pontos em uma única temporada, com 96 em 1959. E ele conseguiu o feito jogando os três últimos meses da temporada com o pulso quebrado.
26. A Regra da Vantagem Numérica - Também conhecida como a "Regra do Montreal Canadiens". Antes de 1956-57, os dois minutos de uma penalidade menor tinham que ser cumpridos até o seu final. Mas o jogo em vantagem numérica dos Habs era tão devastador — com as armas como Bert Olmstead, Dickie Moore, Jean Beliveau, Doug Harvey e Bernie Geoffrion — que vários gols eram marcados durante apenas dois minutos. Então, mudou-se a regra, acabando com a penalidade assim que um gol fosse marcado.
27. Doug Harvey - Antes da época de Bobby Orr, Harvey foi um criador de tendências na blueline com sua incrível habilidade com os patins e com o disco. Ele esteve de forma consecutiva em 11 times das estrelas (10 delas no time titular) e ganhou sete troféus Norris em oito anos.
28. Toe Blake - O ala-esquerdo e membro do Hall da Fama fez seu nome ainda mais conhecido quando foi treinador entre 1955 e 1968, levando os Canadiens a oito Copas. Seu estilo exigente e sério era lendário — ele podia te colocar no banco num instante, caso achasse que você não estava jogando com todo o seu potencial.
29. O bar de Toe Blake na Rua Ste-Catherine - Muito antes de haver clínicas de técnicos, havia o boteco de Toe. Traga uma nota de 20 dólares e compre algumas bebidas — você vai aprender mais sobre treinar um time em poucas horas com o proprietário do que em um verão inteiro em algum campo de treinamento.
30. "Boom Boom" - Bernie Geoffrion colocou o slap shot dentro do mainstream do hóquei logo após a sua chegada e tornou-se um dos maiores artilheiros de Montreal, marcando 50 gols na temporada 1960-61.
31. Jacques Plante - Ele foi um dos goleiros mais vencedores de sua geração e um grande inovador do jogo. Ele não foi apenas o primeiro goleiro a usar uma máscara durante uma partida de temporada regular, mas também o primeiro goleiro a sair da sua rede para jogar o disco e o primeiro a sinalizar um icing para os seus zagueiros.
32. "The Pocket Rocket" - Em mais de 20 anos de carreira, Henri Richard estabeleceu o recorde de títulos da Copa Stanley como jogador, com 11 conquistas. O mais próximo não-Hab é Red Kelly, que ganhou quatro com os Red Wings e quatro com os Leafs.
33. Cinco Seguidas - Uma das maiores dinastias do esporte foi construída em 1955-1960, com os Canadiens conquistando cinco Copas Stanley em sequência — uma façanha que provavelmente nunca será quebrada. Doze jogadores estiveram em todas as cinco equipes (Harvey, Plante, Beliveau, Rocket, Pocket Rocket, Bob Turner, Geoffrion, Talbot, Johnson, Marshall, Moore e Provost), uma confirmação da visão vencedora de Frank Selke.
34. Rene Lecavalier - O lendário narrador foi a voz dos Canadiens no rádio e o primeiro comentarista do programa de TV La Soiree du Hockey.
35. Danny Gallivan - "Savardian Spinarama." "Cannonading drive." "Caught up in his paraphernalia."
36. Dick Irvin Jr. - Com quase 60 anos de hóquei no sangue, como filho do treinador e também como radialista, Irvin já viu e viveu tudo como o historiador não-oficial do clube.
37. Claude Mouton - O último grande locutor era a voz do Fórum de Montreal.
38. Michel Lacroix - "Mesdames & Messieurs, accueillons nos Canadiens!" ("Senhoras e senhores, deem as boas-vindas aos nossos Canadiens!")
39. "The Quiet Dynasty" - Todo mundo se lembra das dinastias dos anos 1950 e 1970, mas Beliveau e Pocket Rocket lideraram a equipe que conquistou quatro Copas Stanley em 1965-1969. Somente os Maple Leafs conseguiram estragar mais uma sequência de cinco títulos seguidos — eles venceram em 1967. Não admira Henri Richard ter dito que aquela foi sua derrota mais amarga.
40. O nº 12 - O número usado pelos legendários alas Dickie Moore e Yvan Cournoyer. Ele foi aposentado por duas vezes em 2006, em honra de cada um deles.
41. A rivalidade - De 1959 a 1969, Canadiens e Maple Leafs vivenciaram uma verdadeira Guerra Fria no gelo. Era um verdadeiro duelo, com Toe Blake em uma extremidade e Punch Imlach na outra. O Canadá francês contra o Canadá inglês. Católicos contra protestantes. Os seus jogos — principalmente nos playoffs — eram viciantes, espirituosos e, acima de tudo, agradáveis de se assistir.
42. John Ferguson - O corajoso jogador praticamente inventou a função de "xerifão" do gelo. E ele era um xerife que sabia jogar — marcou 29 gols em 1969 (recorde em sua carreira), enquanto protegia estrelas como Beliveau e Cournoyer.
43. Sam Pollock - Como Frank Selke foi antes dele, Pollock era um mestre na arte da gerência e teve uma mão na construção das nove equipes vencedoras da Copa Stanley (10 se você incluir o clube de 1979 herdado pelo GG Irving Grundman). Ele fez negócios astutos que trouxeram superestrelas como Guy Lafleur e Ken Dryden, e ainda foi à NHL para estabelecer o protocolo favorável à expansão do campeonato, garantindo que os Canadiens estavam prontos para a mudança.
44. Playoffs de 1971 - Os Bruins tinham vencido a Copa em 1970, voltando a ganhar em 1972. Nesse meio, eles terminaram a temporada de 1971 com 121 pontos, enquanto os Habs ficaram em quarto no campeonato, com 97. Os Bruins também haviam quebrado o recorde de gols em única temporada, com 399. Os times se enfrentaram na primeira rodada dos playoffs e os Bruins venceram o jogo 1. Ganhando por 5-1 o jogo 2, os Bruins estavam literalmente rindo no banco de reservas — isto até os Habs reagirem e virarem a partida para 7-5. Apoiados pelo estreante goleiro Ken Dryden e liderados no ataque por Beliveau, os Canadiens ganharam a Copa (contra o Chicago) após bater o Boston em uma impressionante série de sete jogos.
45. As defesas de Dryden - Os Habs estavam vencendo o Chicago por 3-2 no jogo 7 das finais da Copa 1972, com cinco minutos para o fim e os Blackhawks pressionando. Keith Magnuson, do Chicago, desferiu um chute muito forte sobre o goleiro novato, que permitiu o rebote e deixou o gol aberto para o chute de Jim Pappin. Mas Dryden estava lá, e esticou ao máximo sua perna direita, fazendo o chute de Pappin passar em branco.
46. Ato entre irmãos - Ken Dryden e seu irmão Dave jogaram um contra o outro pela primeira vez em 20 de março de 1971. O então técnico do Buffalo, Punch Imlach, anunciou que Dave seria o titular no gol dos Sabres, esperando que os Habs fariam o mesmo com Ken. Em vez disso, os Canadiens começaram com Rogie Vachon — o que fez Imlach mudar e colocar Joe Daley para começar a partida. Quando Vachon se machucou e Ken entrou, Imlach tirou Dave do jogo. Os Canadiens ganharam a partida e, num raro momento, os irmãos reuniram-se no centro de gelo após a sirene, apertaram as mãos e se abraçaram. Foi a primeira e única vez na história da NHL que dois irmãos se enfrentaram defendendo os gols opostos.
47. Os Fantasmas/A Mão Invisível - Uma penalidade contra os Habs não tinha efeito no Fórum? Um gol foi anulado quando não deveria ter sido? Culpe os espíritos do passado dos Canadiens.
48. "The Hockey Sweater" - A história infantil de Roch Carrier sobre um garoto que encomenda uma camisa de Maurice Richard e acaba recebendo uma dos Maple Leafs cativou os corações dos leitores de todo o país e ao redor do mundo. Mais tarde, foi feito um memorável curta animado pelo National Film Board of Canada.
49. A parte de trás da nota de $5 - "Os invernos na minha infância eram longas, longas estações. Nós vivíamos em três lugares — a escola, a igreja e o rinque de patinação — mas a nossa vida real estava no rinque de patinação".
50. Os apelidos - The Rocket. The Pocket Rocket. The Senator. Pointu. Boom Boom. Butch. The Road Runner. Big Bird. Le Demon Blond. Le Gros Bill. St. Patrick. Les Glorieux. Le Tricolore. The Flying Frenchmen. E a lista continua crescendo...
51. A pose de Dryden - Seria petulância? Seria porque o jogo estava sempre na outra extremidade do gelo? Seria confiança? Seria uma silenciosa contemplação? Seja lá o que fosse, ninguém pode esquecer a lendária pose de Ken Dryden, com seu queixo apoiado sobre os braços cruzados no topo de seu taco.
52. Guy Lafleur - A era do "Flower Power" começou menos de 24 horas após a aposentadoria de Jean Beliveau, com Lafleur chegando à marca de seis temporadas seguidas com 50 gols e 100 pontos, ajudando os Canadiens a vencer cinco Copas Stanley.
53. A manobra pró-Lafleur - Pensando no recrutamento de 1971, Sam Pollock sabia que Guy Lafleur e Marcel Dionne seriam os dois jogadores que ninguém além dele poderia selecionar. Assim, ele orquestrou uma troca com o Oakland Seals, mandando para lá Ernie Hicke e uma escolha na primeira rodada de 1970, em troca de Francisco Lacombe e uma escolha na primeira rodada de 1971. Mas, no meio da temporada de 1970, o LA Kings estava jogando pior do que os Seals. Assim, Pollock mandou Ralph Backstrom para LA. Backstrom ajudou os Kings a passarem os Seals e o Montreal teve assegurada a oportunidade de selecionar Lafleur em 1971.
54. Frank Mahovlich - Pollock trouxe o "Big M" após uma negociação de sucesso com o Detroit, em 1971, e o ex-Maple Leaf — ao lado do seu irmão Peter — ajudou a liderar a Canadiens em duas Copas Stanley.
55. Véspera de Ano Novo de 1975 - Com uma dinastia sendo feita em Montreal e as memórias da Summit Series ainda frescas na mente de todos, havia muita tensão e emoção quando os Canadiens estavam prestes a enfrentar o time do Exército Vermelho em um jogo amistoso. E muitos torcedores e jogadores apontam para esse jogo — um empate em 3-3 de roer as unhas — como o maior da história do hóquei.
56. Larry Robinson - O "Big Bird" é um dos mais célebres zagueiros na história do clube — ganhando o Troféu Norris duas vezes, como o melhor defensor da liga, e o Troféu Conn Smythe em 1977-78. Um grande jogador defensivo e armador.
57. O Hit - Era jogo 2 das semifinais da Copa Stanley de 1976 e os Canadiens estavam sofrendo diante do defensor do título Philadelphia Flyers. No terceiro período do jogo, Robinson deu o tom para o resto da série, com um estrondoso tranco em Gary Dornhoefer. A pancada foi tão forte que o jogador dos Flyers fez em tremendo estrago nas bordas e o jogo teve que ser interrompido para que a equipe do Fórum pudesse fazer os reparos.
58. A temporada 1976-77 - A campanha mais dominante na história da NHL viu os Canadiens ganharem a sua 20ª Copa Stanley e estabelecerem na NHL o recorde de pontos ganhos por um time na temporada regular (132). Com uma campanha de 60-8-12, eles superaram os adversários por 216 gols em 80 jogos, com uma média de 2,7 gols por jogo.
59. O heroísmo de Lemaire - O jogo 4 das finais da Copa de 1977 contra os Bruins foi um clássico, com Jacques Lemaire marcando o gol da vitória por 2-1 na prorrogação, encerrando a série.
60. Scotty Bowman - O maior treinador de hóquei de todos os tempos. De 1972 a 1979, Bowman ganhou cinco Copas Stanley com um elenco talentoso, que incluía Guy Lafleur, Steve Shutt, Larry Robinson e Ken Dryden. A equipe de Bowman ganhou pelo menos 45 jogos em cada uma de suas oito temporadas. Seu estilo exigente não agradava muitos aos seus jogadores, mas produziu bons resultados — e campeonatos. "Você odiava Scotty nos 364 dias do ano", explicou mais tarde o ala dos Canadiens Steve Shutt. "O 365º dia era quando você pegava o cheque com prêmio por ter ganho a Copa Stanley."
61. "Too Many Men Game" - 10 de maio de 1979. Na frente por 4-3 e com três minutos restando para o final do jogo 7 das semifinais da Copa Stanley, o Boston Bruins de Don Cherry cometeu um erro que sairia muito caro, ao ser penalizado por ter muitos homens no gelo. Na vantagem numérica que se seguiu, Guy Lafleur marcou e mandou o jogo para a prorrogação. Yvon Lambert, em seguida, marcou o gol da vitória no tempo extra que classificou o Montreal para a final. Os Canadiens seguiram e venceram a Copa Stanley diante do New York Rangers, a quarta consecutiva.
62. O hino nacional cantado por Roger Doucet - Sua adaptação do "O Canadá" (até mesmo com alguns versos alterados) dava calafrios na espinha — e quando cantou o hino nacional soviético fez até os olhos dos mais durões jogadores soviéticos ameaçarem lacrimejar.
63. "The Big Three" - Você vai ter dificuldade para encontrar um melhor trio de defensores do que Larry Robinson, Serge Savard e Guy Lapointe. Sua combinação de tamanho, resistência, finesse e poder ofensivo foram a base dos Canadiens por quase uma década.
64. O álbum disco de Guy Lafleur - Em 1979, Lafleur lançou um álbum chamado "Lafleur" — uma gravação com o futuro Hall da Fama recitando algumas instruções de hóquei e cantando, sempre ao som da disco music. Somente em Montreal.
65. "The Game" - O best-seller de Ken Dryden foi um panorama dos últimos dias da dinastia de Montreal, em 1979, e não só nos deu um olhar mais próximo e íntimo do clube, mas uma visão mais aprofundada sobre o mundo do esporte profissional.
66. Os cachorros-quentes - Grelhados à perfeição e servidos em um pão de forma quente e tostado. Os fãs o amam, as equipes visitantes encomendam dos vestiários e até mesmo a mídia local não pode criticá-los. Simplesmente, são os melhores da liga. Pergunte a qualquer um.
67. O Bar B Barn - Não é apenas frango e costela juntos. Localizado a apenas um quarteirão do Bell Centre, seu saboroso menu e sua decoração fiel (papéis de parede em homenagem ao bleu, blanc et rouge) o tornaram uma parada obrigatória antes dos jogos.
68. A carne defumada - Schwartz's, Reuben's ou Dunn's — antes ou depois do jogo.
69. "Firewagon Hockey" - Os Canadiens tinham um estilo de jogo veloz, furioso e com muita ênfase no ataque. É ainda razoável chamar esse estilo de jogo "Firewagon Hockey", mas apenas quando estamos nos referindo aos grandes times do passado.
70. A corrida pela "geral" - O antigo Fórum tinha cerca de 1.600 lugares para se assistir ao jogo de pé e, às 18h30m em noite de jogo, os torcedores com esses bilhetes faziam uma louca corrida acima das escadas e em todo o edifício para garantir os lugares de melhor visibilidade. Era uma visão e um som para se observar.
71. As escadas rolantes - Construídas no formato de tacos de hóquei, você sabia que estava numa arena de hóquei quando passava pela entrada principal do Fórum.
72. Bob Gainey - Você não tem que marcar um golaço ou fazer uma defesa memorável para deixar o seu nome no folclore dos Canadiens. A liderança de Gainey, seus trancos tenazes e seu estilo de jogo em ambas as extremidades do gelo serviram de inspiração para que o técnico da seleção soviética Viktor Tikhonov o considerasse o jogador mais versátil do mundo. Seu compromisso com o jogo defensivo foi bem reconhecido pela NHL, que lhe escolheu para receber os primeiros quatro Troféus Selke entregues a um jogador.
73. A Batalha de Quebec - Era uma empresa fabricante de cerveja contra uma empresa fabricante de cerveja. Liga contra liga. O time do Quebec de língua francesa contra o time do Quebec de língua inglesa (pelo menos na forma como o jogo foi promovido pelos Nordiques). Sob qualquer ponto de vista, essa foi uma das rivalidades mais desagradáveis e mais amargas do hóquei. Os jogos entre os Nordiques e os Canadiens era uma verdadeira animosidade entre os jogadores, treinadores, dirigentes das equipes e até mesmo entre a mídia.
74. 20 de abril de 1984 - Apelidado de "Good Friday Brawl", o jogo 6 das semifinais da antiga Divisão Adams entre os Canadiens e os Nordiques foi a Batalha de Quebec no seu melhor (ou pior!) estilo. Com o Quebec liderando a partida, uma confusão envolvendo os bancos de cada equipe estourou no final do segundo período e antes do início do terceiro. Mais de uma dúzia de brigas ocorreram no gelo e, com os bancos reduzidos em ambos os lados, os Canadiens tiraram proveito para ganhar o jogo e a série.
75. O recrutamento de 1984 - Embora Mario Lemieux fosse a atração principal, os Canadiens fizeram notícia após a quinta escolha geral do recrutamento, realizado no Fórum. O GG Serge Savard selecionou o então defensor Petr Svoboda, chocando a todos que lá estavam presentes. Por estar do outro lado da então "Cortina de Ferro", todos esperavam que Svoboda fosse escolhido nas últimas rodadas, ou então que nunca pisasse no gelo norte-americano. Mas Savard secretamente sabia que Svoboda já havia desertado e novamente chocou toda a liga quando o eslovaco chegou pouco depois e vestiu o suéter tricolor.
76. Patrick Roy - Depois de décadas aplaudindo jogadores de linha como Richard, Beliveau e Lafleur, os fãs dos Canadiens tinham um jogador com a cara da franquia no gol pela primeira vez. Sem Roy, o número de Copas Stanley estaria em 22, ao invés de 24.
77. Roy contra os Rangers - Em uma das melhores performances de um goleiro em um jogo de playoffs, Roy parou 13 chutes na prorrogação do jogo 5, antes de Claude Lemieux marcar o gol da vitória do Montreal.
78. O gol de Skrudland na prorrogação - Perdendo por 1-0 as finais da Copa Stanley de 1986 contra o Calgary, os Habs estavam empatados em dois gols com os Flames, indo para a prorrogação no jogo 2. Apareceu então Brian Skrudland, que marcou o gol da vitória com apenas nove segundos de tempo extra — o gol mais rápido em uma prorrogação de playoffs.
79. O time do 75º aniversário - Em 1985, os fãs escolheram o time titular de todos os tempos dos Canadiens — uma lista que poderia resistir ao teste do tempo. Jacques Plante no gol, Larry Robinson e Doug Harvey na defesa, Dickie Moore na ala esquerda, "The Rocket" na ala direita e Jean Beliveau no centro.
80. A sirene - Todo time usa uma buzina ou campainha para indicar o final de um período ou do jogo. A sirene em Montreal é única - e na maioria das vezes é o som de mais uma vitória em casa.
81. "Na-na-na-na ..." - O que todo o time visitante odeia ouvir dos torcedores quando os Canadiens parecem ter o jogo na mão. Mas uma dura lição para os fãs do Montreal, certifique-se que a liderança é sólida e que o momento está a seu favor antes de começar a cantar.
82. "Les Canadiens sont la" - "Halte la, halte la, halte la, les Canadiens, les Canadiens. Halte la, halte la, halte la, les Canadiens, sont la. Les Canadiens, sont les Canadiens la!"
83. "Go Habs Go!" - Simples e eficaz. Nunca deve ser confundida com Go Leafs Go.
84. "Ole! Ole! Ole! Ole!" - Já diz tudo.
85. "L'tune Oreille's" - A canção do gol escrita por um compositor de Quebec tinha tudo que você quisesse — sinos tocando, barítonos altos e baixos, e apenas uma pitada de arrogância. Era tão popular entre os fãs de Montreal que não pararam de surgir reclamações na internet quando o clube passou a usar a canção "Vertigo", do U2, para cada gol marcado.
86. "Perfect 10" - Nos playoffs de 1993, os Canadiens ganharam 10 jogos seguidos na prorrogação, a caminho de sua 24ª Copa Stanley — uma marca de playoff que talvez nunca seja quebrada.
87. A intervenção de Jacques - Perdendo por 1-0 as finais da Copa Stanley de 1993 para o LA Kings e por 2-1 no final do jogo 2, o treinador Demers apelou, exigindo que fosse medido o taco usado por Marty McSorley. Após uma longa espera de cinco minutos, o árbitro Kerry Fraser reparou a irregularidade e os Habs foram para a vantagem numérica. Com Patrick Roy fora do gelo para a entrada de um atacante extra, Eric Desjardins marcou o o gol de empate e ainda anotou o primeiro hat-trick de um defensor em um jogo das finais da Copa, quando ele marcou o gol da vitória na prorrogação — um momento verdadeiramente clássico.
88. A Piscada - Durante o jogo 4 das finais de 1993, o placar estava empatado e o atacante dos Kings Tomas Sandstrom não parava de chutar contra o gol de Roy. E, após mais uma defesa, Roy apenas olhou para Sandstrom e piscou para ele. As câmeras de televisão capturaram o gesto arrogante, que se tornou uma das imagens célebres daqueles playoffs — e da carreira de Roy.
89. Doente, que nada! - Na primeira rodada de playoffs de 1994, Patrick Roy estava com apendicite e ficou de fora do jogo 3. Depois de tomar a medicação, ele convenceu os médicos a deixá-lo entrar no Jogo 4 — e ele teve uma de suas maiores performances em playoffs, com 39 defesas na vitória por 5-2.
90. O fechamento do Fórum - Com um desfile de campeões, o santuário da esquina da Atwater com Ste-Catherine finalmente fechou suas portas em 11 de março de 1996. E com o seu fim, veio um dos maiores momentos da história da equipe — os 15 minutos de ovação a Maurice Richard.
91. As cerimônias - O escritor Michael Farber uma vez disse que existem apenas duas instituições na civilização ocidental que realmente compreendem uma cerimônia — a Casa de Windsor e o Montreal Canadiens. Do fechamento do Fórum à aposentadoria do número de Bernie Geoffrion, a histórica franquia honra o seu passado melhor do que ninguém.
92. Saku Koivu - Ele nunca ganhou uma Copa Stanley com os Canadiens, mas o segundo jogador que por mais tempo foi capitão do clube foi o coração e a alma de Montreal por 15 temporadas.
93. Seja benvindo de volta, Saku - Em 9 de abril de 2002, Koivu — que passou a maior parte daquela temporada em tratamento de um Linfoma não-Hodgkin — voltou ao time dos Canadiens, com 21.273 torcedores dando-lhe uma ovação de oito minutos. Com poucos momentos memoráveis no Molson Centre até aquela data, aquela foi uma noite que deu uma alma à nova arena.
94. O adeus a "The Rocket" - Em maio de 2000, milhares de pessoas de todos os cantos do mundo foram a Montreal para deixar os seus respeitos a Maurice Richard, cujo corpo estava sendo velado no Molson Centre. O Montreal Expos usou o número 9 de Richard nas luvas durante a temporada regular e Richard teve um funeral com honras de chefe de estado que foi transmitido ao vivo para todo o país. Um tributo a um ícone de Quebec e do Canadá.
95. "The Rocket" - Quer saber o quanto Maurice Richard significa para Montreal e para a província de Quebec? Alugue esse filme de 2005, estrelado por Roy Dupuis (que também estrelou um comercial vintage do Canadian Heritage como "The Rocket").
96. José Theodore - Ele não ficou em Montreal durante o tempo que muitos fãs gostariam, mas, mesmo em seu curto período, o seu desempenho — destacando-se o ano de 2002, quando venceu os troféus Hart e Vezina — fez dele um superstar.
97. Playoffs de 2004 contra o Boston - Perdendo sua série contra os Bruins por 3-1, os Habs pareciam já se dar por derrotados — especialmente depois de uma desmoralizante derrota no jogo 4 na prorrogação que resultou de Alex Kovalev colidir com seu colega Sheldon Souray,que havia cortado na mão. Mas o Canadiens reagiram, ganhando os jogos 5 e 6 por margens consideráveis e aplicando 2-0 nos Bruins por 2-0 no jogo 7 (em Boston) para completar sua primeira virada em uma série que perdiam por 3-1.
98. A vitória por 6-5 sobre os Rangers, na prorrogação - Em 20 de fevereiro de 2008, os Habs conseguiram uma outra virada improvável em sua história, permitindo ao NY Rangers uma vantagem de 5-0, para depois ganhar por 6-5 nas penalidades. Foi a primeira vez na história da franquia que o Montreal tirou um déficit de cinco gols para vencer a partida — considerada uma das maiores que a equipe já jogou.
99. "Kovy! Kovy! Kovy!" - Em um momento memorável para os fãs do Montreal, o ala Alex Kovalev completou um feito raro no Jogo das Estrelas de 2009, no Bell Centre. L'Artiste — o primeiro russo a ser capitão de um time das Estrelas — levou a Conferência Leste a uma vitória por 12-11, levando a honra de Jogador Mais Valioso, com dois gols, uma assistência e o gol da vitória nas penalidades.
100. 24 Copas Stanley - Com um campeonato conquistado antes da criação da NHL e 23 após 1917, eles ganharam mais do que qualquer outro time na história do hóquei. Só isso já basta.
Reprodução Montreal Canadiens: cem anos de tradição, cem anos de vitórias. |