Calgary Flames
Quem chegou: D Jay Bouwmeester, P Nigel Dawes, D Keith
Seabrook.
Quem saiu: D Jordan Leopold, C Wayne Primeau, P Todd Bertuzzi,
D Adrian Aucoin, P Mike Cammalleri.
O time de Calgary precisa descobrir o que deu errado na última temporada.
Depois de muitos os aclamarem como virtuais campeões do Noroeste, os
Flames caíram de produção e viram o título escapar para os rivais de
Vancouver. No final das contas, o que seria um terceiro lugar com direito
a mando de gelo acabou virando um péssimo quinto lugar com o mando de
gelo nas mãos dos Blackhawks na primeira fase dos playoffs. Será que
a demissão do polêmico e odiado Mike Keenan e a contatação de Brent
Sutter (mais um Sutter no time) para o seu lugar no comando técnico
da equipe resolveu o problema? A grande jogada dos Flames foi a aquisição
do defensor Jay Bouwmeester às vésperas da abertura do mercado de agentes
livres e, principalmente, ter conseguido assinar com ele. Bouwmeester
cansou-se de jogar em um lugar insignificante para aqueles que cresceram
vendo NHL e certamente achou bem mais interessante jogar em Alberta.
Obviamente, a perda de Mike Cammalleri foi um baque para a produção
ofensiva da equipe, e sua saída não parece ter sido superada pelas aquisições
dos Flames na pré-temporada. Outro ponto fundamental para definir que
tipo de temporada os Flames terão está na posição mais importante para
um time que pretende alguma coisa na NHL: o goleiro. Afinal de contas,
qual Miikka Kiprusoff jogará pelo Calgary na nova temporada: o excelente
e dominador ou o inseguro e facilmente batível? Para a torcida, ao menos
Iginla ainda está em Calgary e com sua classe tentará reconduzir o time
para algo além de uma figuração nos playoffs.
Colorado Avalanche
Quem chegou: G Craig Anderson, C Matt Duchene,
D Kyle Quincey, D Tom Preissing.
Quem saiu: C Joe Sakic, P Ryan Smyth, P Ian Laperrière, C Tyler
Arnason, G Andrew Raycroft.
Se você olhar no dicionário o significado da palavra reformulação, vai
achar o escudo do Avalanche lá. Depois da pior temporada desde a mudança
para Denver — última colocação no Oeste —, o presidente
Pierre Lacroix modificou o time em todos os níveis. Para começar, Greg
Sherman, que já exerceu vários cargos na franquia, foi promovido a gerente
geral. Em seguida o treinador Tony Granato, junto com todos os seus
assistentes, foi substituído por Joe Sacco, que treinou o Lake Erie
Monsters, afiliado aos Avs na AHL, e uma equipe de assistentes com nomes
bastante familiares, como Steve Konowalchuk e Adam Deadmarsh. Por fim,
o elenco também foi mudado. Pela primeira vez o Avalanche não poderá
contar com a experiência, liderança e exemplo de Joe Sakic, que se aposentou
após a temporada passada, fazendo de Adam Foote o novo capitão do time.
O defensor é um dos poucos atletas experientes que sobraram no clube.
A política de reformulação consistiu em abrir mão de jogadores veteranos,
como Ian Laperrière e Ryan Smyth, e criar espaço para novos talentos.
Um deles é Matt Duchene, grande promessa adquirida com a terceira escolha
geral do último recrutamento. Ele jogará com outros jogadores novos,
como Paul Stastny, Marek Svatos e Wojtek Wolski, além do já experiente
Milan Hejduk. Mudança também no gol, com a chegada do inexperiente Craig
Anderson, que, graças aos bons números em 2009-10, vem como esperança
de preencher a vaga ainda deixada por Patrick Roy. Os ventos da renovação
só não sopraram na defesa, setor que permaneceu praticamente inalterado
em relação à última temporada. É assim, apostando em novos talentos,
que o Avalanche tenta voltar aos dias de glória.
Edmonton Oilers
Quem chegou: C Mike Comrie, G Nikolai Khabibulin,
T Pat Quinn.
Quem saiu: P Ales Kotalik, G Dwayne Roloson, G Danny Sabourin.
Os Oilers estiveram no noticiário da pré-temporada mais pelo que não
conseguiram fazer do que pelo que conseguiram. Trocando em miúdos, pegou
muito mal para a torcida dos Oilers e para a imprensa o desespero de
sua diretoria em tentar levar o atacante Dany Heatley para Edmonton,
mesmo depois de ele se recusar a abrir mão da cláusula de não-transferência
existente no seu contrato. O episódio de mandar um DVD para incentivar
Heatley a abrir mão da cláusula beirou o extremo do ridículo. Todos
sabem o final da história. Agora o que fazer com os três que seriam
trocados? Como explicar-lhes que ainda fazem parte dos planos e que
são peças importantes? Sem dúvida alguma, os Oilers estão melhores no
gol com a chegada de Nikolai Khabibulin, um goleiro experiente e vencedor
que talvez seja a peça que faltava, principalmente se for o Khabibulin
que roubou a cena em Chicago. A vinda de Mike Comrie também deverá ajudar
no quesito experiência, além do fato de ser nativo da região, mas não
espere muito em termos de estatísticas e produção ofensiva. As saídas
de Ales Kotalik e Dwayne Roloson não deverão representar uma perda tão
grande para o time, porque jogadores como Ales Hemsky, Shawn Horcoff,
Sheldon Souray permaneceram na equipe, sem falar nos jovens e promissores
Andrew Cogliano e Sam Gagner. A grande jogada mesmo foi a contratação
de Pat Quinn para substituir Craig MacTavish no comando técnico da equipe.
Agora os Oilers vão começar uma nova escalada com a principal finalidade
de retornar aos playoffs; qualquer coisa além disso será um bônus, mas
como não esperar nada além disso de um time místico como os Oilers?
Com Heatley ou sem ele vamos lá, afinal os Oilers são sempre um time
empolgante de se ver jogar.
Minnesota Wild
Quem chegou: P Martin Havlat, P Petr Sýkora,
C Kyle Brodziak, D Shane Hnidy, D Greg Zanon.
Quem saiu: P Marián Gáborík, D Martin Skoula, D Kurtis Foster,
P Stéphane Veilleux, D Marc-André Bergeron.
Esperava-se mais do Wild na última temporada. Para evitar novas decepções,
o time promoveu sua primeira grande faxina. Rostos familiares, presentes
desde a fundação, não estarão presentes agora. Chuck Fletcher assumiu
a gerência geral no lugar de Doug Risebrough. Jacques Lemaire, o único
treinador que o time teve, também deixou Minnesota, voltando para New
Jersey. Quem ocupará seu lugar é Todd Richards, que foi treinador assistente
nos Sharks no ano passado. Outro que esteve presente em todas as temporadas
e que deixa o clube é Marián Gáborík. O jogador vai vestir uma camisa
diferente pela primeira na sua carreira. Sua saída é, ao mesmo tempo,
uma grande perda e um reforço para a consistência do elenco. Mesmo sendo
um atleta excelente, podendo aparecer na primeira linha de muitos times
na liga, graças ao seu histórico de contusão talvez seja melhor para
o Wild montar um grupo já sabendo que não contará com ele. Para suprir
esta ausência, Fletcher trouxe Martin Havlat e Petr Sýkora. Eles se
juntarão a Mikko Koivu, Andrew Brunette e Pierre-Marc Bouchard na tentativa
de melhorar o ataque do Minnesota. Um dos pontos fortes do time, a defesa,
deve continuar sendo o ponto de partida para uma boa campanha nesta
temporada, mesmo com a tendência de Richards dar um pouco mais de liberdade
ofensiva a ela. Assim, chegou a hora de Niklas Backström mostrar que
vale o seu alto salário. Na última temporada o goleiro conseguiu números
razoáveis. Porém, com essa liberdade da defesa, é possível que ele fique
mais exposto, tendo que render mais para, pelo menos, repetir o mesmo
desempenho. Por estar num período de transição, é natural que se espere
uma temporada difícil em Minnesota.
Vancouver Canucks
Quem chegou: P Brad Lukowich, G Andrew Raycroft,
D Mathieu Schneider,
P Mikael Samuelsson.
Quem saiu: D Mattias Ohlund, P Taylor Pyatt,
G Curtis Sanford, C Mats Sundin.
Depois do suspense sobre a continuação ou não dos gêmeos Henrik e Daniel
Sedin, a dupla acabou renovando com os Canucks por mais cinco temporadas,
o que garantiu a manutenção da base do time. A renovação dos Sedin foi,
sem sombra de dúvida, a carta na manga que Mike Gillis, o gerente geral
da equipe, tinha de mais importante para convencer o excepcional goleiro
Roberto Luongo (conhecido carinhosamente pela imprensa e torcida de
Vancouver como Bobby Lou) a permanecer em Vancouver provavelmente pelo
resto de sua carreira na NHL. A saída de Mattias Ohlund parecia um baque,
mas o time adicionou experiência de sobra com o ex-Habs Mathieu Schneider
e o ex-Detroit Mikael Samuelsson. Enquanto Mats Sundin não decide se
volta ou não para uma última temporada, os Canucks não ficaram parados.
Um time parcialmente renovado e aparentemente melhor agora carrega a
expectativa de ir além das semifinais de conferência. De acordo com
o próprio capitão Luongo, os Canucks têm condições, sim, de ir mais
longe nos playoffs. Ele tem tanta certeza disso que quase entrou em
depressão depois da derrota para o Chicago na temporada passada. Obviamente
ainda há espaço para um grande jogador como Sundin na equipe, isso caso
ele queira voltar, mas o time da Colúmbia Britânica precisa se mostrar
mais consistente e evitar o abismo que ocorreu no meio da temporada
passada. Afinal de contas, não se pode esperar que todos os anos o time
vença a divisão somente com o desempenho da segunda metade da temporada
regular. A expectativa no estremo oeste canadense é que nos playoffs
de 2010 Luongo chore de novo; desta vez de felicidade.