Não importa se é futebol, futebol americano, tênis ou hóquei no gelo... todo esporte sempre vai ter um questionamento: a arbitragem. Sempre, em alguma parte do planeta, há quem apareça para se queixar dos homens de preto. E, na NHL, não é diferente. Aliás, tem uma diferença sim: não são homens de preto, e sim homens "listrados". Mas a relação é praticamente a mesma. E na presente pós-temporada, o fenômeno teve grandes amplitudes, principalmente em se tratando do Pittsburgh Penguins.
Os Pens foram questionados durante sua campanha nos playoffs da Conferência Leste. As maiores acusações eram feitas sobre Sidney Crosby. O Next One era acusado de simular faltas, de se atirar no gelo e de persuardir e dissuadir árbitros a marcar infrações. Ao mesmo tempo que conduzia os Pens à final de sua primeira Copa Stanley com apenas 20 anos de idade, The Kid começou a ganhar (ainda mais) antipatia por parte de clubes, jogadores e torcedores, e virou um bebê chorão, no que lembra muito outro Next One que ficou apenas no next, Eric Lindros.
A situação na final simplesmente se inverteu. Michel Therrien foi quem passou a afirmar que seus adversários, os Red Wings, estariam simulando as faltas e dissuadindo a arbitragem. Sem motivos, diga-se de passagem. Assim, os Pens engoliram dois shutouts, no jogo 1 e jogo 2 da Copa Stanley.
Agora chegamos ao jogo 3 e, estranhamente, os elementos estavam lá novamente. O choro, os erros de arbitragem. E novamente foi a favor deles: os Penguins. Onde está o choro agora, Therrien?
Direto ao ponto, os Penguins venciam por 1-0 a dois minutos do segundo período, gol de Sidney Crosby, quando Niklas Kronwall teve uma infração em cima de Ryan Malone assinalada, e os Penguins entraram em vantagem numérica. Não há muito o que se dizer sobre o lance, apenas que foi uma infração erroneamente assinalada. Crosby disputou e venceu o face off e o gol surgiu nessa vantagem numérica. Os Pens abriram 2-0 de vantagem. Os Wings diminuiriam mais de dez minutos depois, 2-1. Mas, depois de estarem novamente perdendo por dois gols de diferença, 3-1, o máximo que conseguiram é baixar a diferença para 3-2 e saírem derrotados no jogo 3.
Foi a noite de Sidney Crosby, sua primeira numa decisão de Copa Stanley. Porque até então The Kid não havia dado as caras no rinque. Crosby, e não uma infração equivocada, definiu a vitória que manteve os Pens vivos na disputa da Copa. Não há muito o que se comentar sobre isso. Apenas me pergunto onde está o complô contra o Pittsburgh que Therrien insinuou. Onde estão os oficiais que jogam contra a franquia. Onde estão os erros que derrotaram os Pens nos jogos 1 e 2, quando o ataque do time praticamente inexistiu. Me pergunto também se a incapacidade e incompetência ofensiva não foi o verdadeiro motivo pelas derrotas do Pittsburgh até aqui.
Então para que tanto choro?
Dupla (ou trio?) de ouro (e negro)
Do lado preto/dourado, finalmente a parceria Crosby/Marián Hossa trabalhou. E como trabalhou! Duas belas assistências de Hossa para Crosby, que marcou e foi decisivo na vitória dos Pens — embora o gol vencedor tenha surgido em assistência de Gary Roberts e Maxime Talbot e conclusão de Adam Hall. Crosby e Hossa precisam funcionar com a mesma sintonia, assim como Evgeni Malkin, que formava a linha com os dois principais atacantes do jogo.
Geno teve uma boa participação, mas continua completamente desconcentrado no gelo. Talvez a pressão de estar jogando uma Copa Stanley.
Finalmente, defesa!
Pude ver pela primeira vez nesta pós-temporada um belo trabalho de defesa por parte do Pittsburgh Penguins. Brooks Orpik e Sergei Gonchar foram os melhores defensores no gelo. Gonchar teve grande participação em apoiar e dar cobertura ao ataque — fazendo um trabalho quase tão bom quanto o de Brad Stuart no jogo 2. Orpik, o único defensor dos Penguins que jogou os três jogos de fato continuou fazendo muito bem o trabalho sujo de desferir trancos e bloquear chutes. E quem teve uma importante participação defensiva foi Roberts, nas vezes de intimidador.
Me arriscaria a dizer que este foi o primeiro jogo do Pittsburgh na série. Talvez tarde demais.