Toscamente traduzindo, esse é o slogan de uma campanha publicitária bem conhecida de quem assiste a NHL através da rede mundial de computadores.
Mas essa comunhão de extremos pode também ser usada para uma análise sobre o Pittsburgh Penguins no jogo 3 das finais da Copa Stanley.
Brooks Orpik, ríspido e indócil defensor; Sidney Crosby, de muito talento e forte apelo midiático. Estilos antagônicos, mas em comum a gratidão da numerosa torcida dos Penguins espalhada pelo globo, e, por que não, da NBC e da NHL, que temiam que essas finais tivessem apenas uma equipe no papel de protagonista.
Ambos foram símbolos de um prélio que exigia urgência máxima de vitória por parte do dourado e preto.
O jovem capitão foi quem tirou as toneladas das costas da franquia ao vazar Chris Osgood — quando o goleiro dos Red Wings se aproximava de sete períodos de invencibilidade nessas finais.
Foi um início agônico para os donos da casa, onde o fator torcida não parecia incomodar em nada o time de Michigan, que ditava o ritmo da partida com a usual posse de disco e marcação sufocante — vistos em doses cavalares nos jogos anteriores.
Só que o gol que estava amadurecendo de um lado, aconteceu no outro extremo do gelo.
Bastou uma má decisão de Brad Stuart em sua zona para Crosby por fim à esterilidade ofensiva das aves antárticas. E nem é preciso dizer como marcar o primeiro gol do jogo vem sendo decisivo para ambas as equipes nessa longa caminhada dentro dos playoffs.
Para aumentar o pandemônio no Igloo, o óbvio alvo da torcida, Chris Osgood, antes uma instransponível barreira, acabou sendo vazado novamente por Crosby — que com isso encostava também em Henrik Zetteberg na tabela de artilheiros. Com a presença inexplicável de Andreas Lilja durante uma desvantagem numérica, Sid teve liberdade de sobra para capitalizar a chance na VN.
Com a desvantagem os Wings passaram a especular menos e tentar criar tráfego na frente de Marc-André Fleury.
Hal Gill, que confundia jogo forte com estupidez — o que rendia VN's para os Wings — só parava Tomas Holmström com agressões por trás. As vantagens numéricas chegaram, e, apesar de Detroit ter mantido o aproveitamento ruim do jogo 2, uma ação primorosa de Johan Franzen diminuiu o prejuízo. Foi o 13.º gol da Mula nos playoffs.
Mas a pequeníssima margem de conforto criada pelo inesperado tento de Adam Hall voltou a empolgar os locais. E o que era animação se tornou um rebuliço de proporções Katrinísticas (?) quando Brooks Orpik protagonizou seu momento inesquecível.
O gigantesco defensor ganhou a atenção dos que não acompanham a Divisão do Atlântico com assiduidade após quebrar o pescoço de Erik Cole, do Carolina Hurricanes em março de 2006.
Nessa última segunda-feira Orpik foi brutal novamente, mas dessa vez dentro das leis. Ele jogou boliche com os Wings — que fizeram papel de pinos. Quatro trancos, dois deles considerados pelo sismógrafo de TheSlot.com.br de magnitude sete na Escala de Richter. E isso em um único turno!
A partir dali tivemos as finais que quase todos sonhavam. A coisa pegou fogo no gelo. Com direito a gol resposta de Mikael Samuelsson. Assim como o tempo inicial, o derradeiro também viu os visitantes em uma busca incessante pelo gol. Mas Fleury, arrojado, seguro e contando com a sorte que acompanha os grandes goleiros, manteve a vitória e a invencibilidade dos Penguins em seus domínios nessa pós-temporada.
Vitória essa que apesar de não ser categórica como as dos Wings nos jogos 1 e 2, teve o mesmo peso e recoloca o time da Pensilvânia na batalha pelo cálice sagrado.
Aprende, Therrien...
O choro brutal após o jogo 2 não encontrou eco em Mike Babcock e seus comandados. O comandante de Detroit não explorou o taco alto de Jordan Staal, que atingiu a face de Nicklas Lidström, e o massacre sofrido por Tomas Holmström, que corre o risco de desfalcar a equipe nesse próximo sábado. Preferiu parabenizar o adversário pelo esforço e admitiu algumas falhas. É preciso ter postura nas vitórias e nas derrotas. Quem sabe Therrien um dia aprende.