JOGO 7
Carolina 3-1 Edmonton
UMA COPA PARA ROD BRIND'AMOUR Campanha de sucesso! (Grant Halverson/Getty Images - 19/06/2006)

CONN SMYTHE NAS MÃOS Cam Ward mostra o troféu Conn Smythe que ele recebeu como MVP dos playoffs (Jim McIsaac/Getty Images - 19/06/2006)


19/06/2006
Edmonton 0 0 1 1
Carolina 1 1 1 3
PRIMEIRO PERÍODO — Gols: 1. Carolina, Aaron Ward 2 (Mark Recchi, Matt Cullen), 1:26. Penalidades: E Staal, Car (goalie interference), 3:17; J Spacek, Edm (holding), 11:03; M Greene, Edm (interference), 17:33; E Moreau, Edm (high sticking), 19:55.
SEGUNDO PERÍODO — Gols: 2. Carolina, Frantisek Kaberle 4 (vantagem numérica) (Cory Stillman, Matt Cullen), 4:18. Penalidades: J Spacek, Edm (holding), 4:10; N Wallin, Car (hooking), 16:16; A Ward, Car (delay of game), 16:21; R Smyth, Edm (hooking), 17:21.
TERCEIRO PERÍODO — Gols: 3. Edmonton, Fernando Pisani 14 (Rem Murray, Raffi Torres), 1:03. 4. Carolina, Justin Williams 7 (rede vazia) (Eric Staal, Bret Hedican), 18:59. Penalidades: B Hedican, Car (roughing), 12:38; R Smyth, Edm (roughing), 19:39; J Williams, Car (roughing), 19:39.
CHUTES A GOL
Edmonton 5 8 10 23
Carolina 10 11 6 27
Vantagem numérica: EDM – 0 de 4; CAR– 1 de 5. Goleiros: Edmonton – Jussi Markkanen (26 chutes, 24 defesas). Carolina – Cam Ward (23, 22). Público: 18.978. Árbitros: Greg Devorski, Jay Sharrers.
Qualquer time que vença a Copa Stanley o faz pelo conjunto. O hóquei é dos esportes em que o trabalho em grupo é dos mais importantes. São quatro linhas de ataque, três de defesa, goleiros e reservas. Porém, todo time tem seus destaques. Embora seja injusto não recordar a importância de jogadores como Cory Stillman, Doug Weight, Eric Staal, Justin Williams, Mark Recchi, Aaron Ward, Glen Wesley, Brett Hedican, entre outros, devemos reconhecer que os dois maiores destaques do Carolina Hurricanes nesses playoffs se chamam Rod Brind'Amour e Cam Ward.

Uma Copa para Rod Brind'Amour
Nossa campanha, iniciada nas finais de conferência, teve sucesso. Foi sofrida, é verdade. Estar com uma série na mão, vencendo por 3-1 e ver o adversário empatar, é de fazer tremer.

Brind'Amour estava cotado para vencer o Troféu Conn Smythe, era tido por todos — inclusive pelos próprios companheiros de time, que sempre faziam questão de exaltar a liderança do capitão em entrevistas à imprensa — como o candidato natural a MVP do time nos playoffs.

É bem verdade que Cam Ward corria por fora e talvez o fato do camisa 17 ter sido apagado pelos Oilers em alguns jogos nas finais (a saber, do 3 ao 6, especialmente nos dois últimos) tenha contribuído para o goleiro levar o troféu. Justíssimo, a bem da verdade. Qualquer um dos dois que levasse, o troféu estaria em boas mãos.

Líder dos Hurricanes dentro e fora do gelo, jogador completo, que ataca e defende com maestria, presença constante em qualquer time especial, presença intermitente no gelo de tanto que joga, Rod é a expressão desses Hurricanes. Além de levantar a Copa Stanley (sem ter feito pose para fotos com Gary Betman!), ele deve ainda ganhar o Troféu Selke, por sua atuação defensiva durante a temporada.

Brind'Amour fez um espetacular jogo 1 nas finais, tendo marcado o gol da vitória naquela que foi das melhores partidas de finais dos últimos tempos. Esteve ótimo também na goleada do jogo 2, mas na partida seguinte os Oilers passaram a alvejá-lo diretamente com trancos toda vez que fosse possível. Aí o espaço de ação diminuiu, voltando apenas no derradeiro jogo 7, quando o próprio Brind'Amour passou a desferir trancos sobre os adversários. Desferir trancos não é característica exatamente sua, mas era necessário fazer se o time quisesse vencer as finais. E o exemplo deve partir de seu capitão, de seu líder. Deu certo.

Depois de quinze anos de carreira, listado por Eduardo Costa como o 64º jogador mais importante da era ESPN no Brasil, Rod Brind'Amour alcançou o objetivo de todo jogador de hóquei da NHL. E com louvor.

Cam Ward, o novato MVP dos playoffs

Talvez os Hurricanes não tivessem reagido ao Montreal Canadiens, não fosse a grande jogada de Peter Laviolette de substituir o titular Martin Gerber pelo novato Cam Ward no jogo 2. Não apenas isso, mas também a grande jogada de ter mantido o novato no time dali em diante. É bem verdade também que Ward vazou no jogo 3, uma derrota de 4-3 para o Buffalo Sabres. Saiu, foi substituído de volta por Gerber, que foi mantido para o jogo seguinte, quando conseguiu um shutout na vitória dos Canes por 4-0.

Gerber logo voltaria a vazar no jogo seguinte, e Laviolette não titubeou. Substituiu novamente os goleiros, Ward voltou e nunca mais saiu. Naquele jogo o time venceu, graças a ele e a Cory Stillman, que marcou na prorrogação. Toda vez que o Carolina precisou, Ward esteve lá. A defesa mais espetacular desses playoffs, possivelmente de muitos playoffs, foi dele. E num jogo catastrófico para os Hurricanes, a goleada sofrida de 4-0 no jogo 6.

Cam Ward também foi determinante — com boa ajuda de seu setor defensivo — durante a intensa pressão dos Oilers no terceiro período do jogo 7. Levou um gol e nada mais, garantindo o título aos Hurricanes.

Ele viveu o sonho de todo garoto que joga hóquei, vencer a Copa Stanley e ganhar o troféu como MVP do time. E isso como goleiro novato, que foi reserva durante toda a temporada e até no começo dos playoffs.



Marcelo Constantino manda um forte abraço ao camarada Bussunda, onde quer que esteja.
Edição atual | Edições anteriores | Sobre TheSlot.com.br | Comunidade no Orkut | Contato
© 2002-06 TheSlot.com.br. Todos os direitos reservados. Permitida a republicação do conteúdo escrito, desde que citada a fonte.
Página publicada em 22 de junho de 2006.