O CRAQUE DO JOGO Cory Stillman marca o gol de empate, logo depois do
gol dos Oilers (Bruce Bennett/Getty Images - 12/06/2006)
12/06/2006
Carolina
1
1
0
2
Edmonton
1
0
0
1
PRIMEIRO PERÍODO — Gols: 1.Edmonton,
Sergei Samsonov 4 (Radek Dvorak, Jarret Stoll), 8:40. 2.Carolina,
Cory Stillman 9 (power play) (Frantisek Kaberle, Eric Staal), 9:09.
Penalidades: R Torres, Edm
(tripping), 8:57; A Ladd, Car (tripping), 10:04; R Whitney, Car
(hooking), 13:08; R Whitney, Car (hooking), 15:35; A Ward, Car (high
sticking), 16:23; J Stoll, Edm (interference), 19:20.
SEGUNDO PERÍODO — Gols: 3.Carolina,
Mark Recchi 7 (Eric Staal, Cory Stillman), 15:56. Penalidades:
C Pronger, Edm (holding), 3:24; B
Hedican, Car (roughing), 8:54; M Greene, Edm (holding), 18:05; J
Williams, Car (holding), 18:35; C Pronger, Edm (cross checking),
19:27.
Vantagem numérica: CAR – 1 de 6;
EDM – 0 de 5. Goleiros: Carolina – Cam Ward (21
chutes, 20 defesas). Edmonton – Jussi Markkanen (20, 18). Público:
16.839. Árbitros: Greg Devorski, Jay
Sharrers.
O jogo 4 foi praticamente idêntico ao jogo 3. O Edmonton Oilers jogando exatamente
no seu estilo, com uma defesa sólida e coesa, punindo severamente os jogadores
dos Hurricanes com trancos pesados do começo ao fim do jogo. O Carolina Hurricanes
jogando com a já conhecida eficiência tanto no ataque quanto na defesa. O
diferencial foi o segundo gol, que dessa vez saiu para os Canes.
Não se enganem com o boxscore do terceiro período, em que cada time chutou
cinco vezes a gol. O período foi todo dos Oilers. Inteiro. Domínio completo,
total. Até mesmo uma vantagem numérica dos Hurricanes passou em branco, e
os Oilers quase marcaram na desvantagem. Os Canes mal conseguiam sair de sua
zona defensiva: no máximo conseguiam aliviar o disco de lá. Simplesmente não
conseguiam se manter por muito tempo na zona de ataque, ao contrário dos Oilers,
que pareciam plantados na frente. Só que o time canadense não conseguia chutar
a gol. Quando conseguia — e foram relativamente poucas as vezes no período,
a despeito de todo o domínio — o disco parava em Cam Ward.
O gol inicial dos Oilers surgiu numa falha grotesca da defesa dos Canes, com
Niclas Wallin saindo equivocadamente de sua posição para marcar Sergei Samsonov,
que tabelou com Radek Dvorak, livre pela esquerda, e marcou (mesmo com a marcação
de Wallin). A vantagem dos Oilers durou praticamente nada, já que, logo no
face-off seguinte, Raffi Torres cometeu uma penalidade idiota e a vantagem
numérica dos Canes foi mortal. Cory Stillman, o grande nome do jogo, logo
marcou o gol de empate.
Aliás, se a vantagem numérica dos Canes é algo a se temer, a dos Oilers é
piada. Absolutamente uma piada. Mesmo com uma oportunidade em 5-contra-3 durante
praticamente um minuto, eles sequer conseguiram meter medo ao gol dos Hurricanes.
Claro, ressalte-se aqui o excelente trabalho defensivo do time norte-americano,
mas em vantagem numérica de dois homens é praticamente obrigatório marcar
um gol. Ainda mais em plenas finais de Copa Stanley, quando chances de ouro
como essa não podem ser desperdiçadas. Mas não foi apenas isso, foram quatro
penalidades consecutivas dos Canes depois do gol de empate. Em nenhuma delas
a vantagem numérica dos Oilers chegou perto do gol.
O gol da vitória surgiu numa falha defensiva, especificamente de Chris Pronger,
que não conseguiu aliviar o disco. Eric Staal bloqueou o disco no ar, colocou
no chão e passou para Mark Recchi, que, com uma calma impressionante, mandou
para o fundo da rede. É quando a experiência de um jogador fala mais alto.
Dessa vez o duelo entre os goleiros foi ainda mais empolgante, com vantagem
para Jussi Markkanen. Sim, o goleiro que perdeu o jogo, do time que dominou
completamente o terceiro período, foi o goleiro com as defesas mais sensacionais
da partida. Cam Ward também fez as dele, como de hábito, garantindo a vitória
do time, mas Markkanen esteve estelar.
Se o jogo 3 foi da linha de Smyth, Horcoff e Hemsky, o jogo 4 foi a vez da
linha de Stillman, Staal e Recchi. Créditos a Peter Laviolette, que mexeu
nas linhas de forma a dificultar os emparelhamentos dos Oilers, especialmente
a tática de colocar o Pronger contra as linhas mais poderosas.
Aliás, faltando pouco mais de dois minutos para o fim do jogo, quando a pressão
dos Oilers parecia sem fim, Laviolette pediu tempo para armar o time para
que o viria dali pra frente. A pressão realmente foi ainda maior, com direito
a rede vazia faltando um minuto e meio para o fim. Mas foi uma pressão sem que o
Edmonton conseguisse o básico: chutar a gol, criar uma real e efetiva chance
de marcar. Os Hurricanes enfiavam os cinco jogadores dentro da área e saíam
com rapidez toda vez que o disco saia de perto, e assim minaram qualquer tentativa
de gol dos Oilers.
Falta apenas mais uma para os Hurricanes colocarem a mão na Copa. E os Oilers
não estão mal, pelo contrário. Falta apenas conseguir chutar a gol com eficiência
que a coisa pode se reverter, ou reequilibrar. Os dois últimos jogos foram
absolutamente equilibrados e os Oilers podem sim, vencer todas as próximas
partidas.
Marcelo
Constantino nunca tinha visto um árbitro voltar atrás
de uma marcação na NHL. Aconteceu nesse jogo 4, com Jaroslav
Spacek.