Quando fazer apostas? No mundo dos gerentes gerais, muita  coisa é baseada na sorte. Uma promessa pode não vingar, e um desconhecido pode  se tornar uma estrela. Carreiras podem mudar por mudança de times, mudança de  companheiros ou de técnico. No caso de Dustin Byfuglien, do Atlanta Thrashers,  também há a mudança de posição.
          
          Depois de ter a melhor temporada da carreira, tendo sido  parte importante da Copa Stanley de Chicago, Byfuglien foi trocado para Atlanta  na operação de limpeza de teto salarial operada pelos Blackhawks. Nos  Thrashers, o defensor de origem, que foi utilizado no ataque em Chigado, fez um  retorno para sua posição original, onde fez um estrondo no começo da temporada.
          
          De outubro a dezembro, foram 40 pontos em 41 jogos, com 15  gols marcados. Com esse desempenho, Byfuglien foi selecionado para o Jogo das  Estrelas. Apesar da queda de produção em janeiro e fevereiro (cinco pontos em  19 jogos até o dia 20), ainda é o quarto maior pontuador entre os defensores, e  é cotado por alguns para o Troféu Norris. Esses números o garantiram uma  extensão de seu contrato por cinco temporadas.
          
          A extensão foi anunciada um dia antes de uma bomba ser  anunciada na torcida de Atlanta. Um dos investidores do time, Michael Gearon,  disse que a franquia precisa de mais algum investidor, ou investidores, com  muito dinheiro para que a equipe permaneça em Atlanta. O fim desta temporada  marca o fim de um período de sete anos nos quais a franquia não poderia sair da  cidade, e recentemente foi anunciado que a franquia desvalorizou US$ 50 milhões  desde sua compra.
          
          Enquanto muitos especulam sobre a possível realocação dos  Thrashers, no campo esportivo a discussão é sobre o valor do novo contrato de  Byfuglien. Tendo sua primeira grande temporada, o normal seria um contrato  intermediário, e que seu próximo acordo fosse e de uma "grande estrela". No  entanto, seu contrato tem valor total de US$ 26 milhões, com impacto no teto  salarial de US$ 5,2 milhões por ano.
          
          As discussões tratam da capacidade defensiva do jogador. Em  situações de desvantagem numérica, o defensor passa apenas 6 segundos em média  no gelo por jogo, contra 4 minutos por jogo em vantagem numérica. Além disso,  muitos se perguntam se os adversários, agora que conhecem as propriedades  ofensivas de Byfuglien, já descobriram como pará-lo, visto sua produção de  janeiro e fevereiro.
          
          Se a produção de Byfuglien não voltar aos patamares do  começo da temporada, seu contrato pode se provar um enorme problema. Embora os  Thrashers dificilmente se aproximem do teto salarial, um contrato como este pode  dificultar futuras negociações (com Marian Hossa e Ilya Kovalchuk, os Thrashers  têm quase uma tradição de não manter suas estrelas). Também há o fato de a  maior parte de seu salário vir no fim de seu contrato, fazendo com que sua  equipe pague mais do que precisaria.
          
          O jogador aproveitou sua chance, garantindo seu futuro  enquanto a fase era boa. Os Thrashers tentaram fazer o melhor, segurando uma  estrela que pode vir a ser a cara da franquia. Porém, dentre as circunstâncias,  esse contrato pode ser mais um entre os vários erros de uma equipe que há tempo  anda na corda bamba, e que agora conseguiu a façanha de superar o Phoenix  Coyotes na fila para a possível realocação.
          
        Winnipeg está ansiosa.
Guilherme Calciolari gosta de falar Byfuglien. Byfuglien. Bãflin.