Por: Marcelo Constantino

O dia-limite de trocas é na próxima semana e seguramente é um dos marcos da temporada na NHL. Para alguns, é hora fortalecer o elenco e alugar jogadores experientes para os playoffs. Para outros, é hora de conseguir alguma coisa em troca de jogadores que terão seu contrato encerrado ao fim da temporada. E há também os que permanecem inertes, seja pela limitação orçamentária, seja pela decisão estratégica de manter o elenco atual. Certo é que dezenas de trocas serão feitas.

As movimentações já começaram. Times já sem expectativas de playoffs iniciaram o tradicional envio de jogadores para reforçar times que lá estarão, em troca de escolhas nos próximos recrutamentos. Dias atrás o Ottawa Senators mandou Mike Fisher para o Nashville Predators por escolhas de primeira e segunda rodadas. Depois mandou Chris Kelly para o Boston Bruins por outra escolha de segunda rodada. O rival Toronto Maple Leafs não ficou para trás: mandou Kris Versteeg para o Philadelphia Flyers em troca de uma escolha de primeira rodada. Depois, mandou François Beauchemin de volta ao Anaheim Ducks em troca de Joffrey Lupul, um prospecto e uma escolha condicional.

Todos os times citados acima (Preds, Flyers, Ducks) saíram reforçados da troca, evidentemente. Você pode até questionar se esse ou aquele jogador saíram caros demais, mas esse é outro ponto.

[N.E.: Este artigo foi originalmente escrito na quinta-feira, e não acompanhou a dinâmica da NHL daquela semana sobre este assunto. Verifique mais abaixo uma rápida atualização realizada no domingo]

Na quarta-feira passada fortes boatos indicavam uma negociação entre os Leafs e os Bruins, e o foco seria o defensor Tomas Kaberle, que inclusive estaria interessado em jogar pelo Boston. Na boa: há anos que Kaberle figura entre os principais negociáveis em dia-limite (e mesmo fora dessa época), mas, no fim das contas, não sai do Toronto. É uma novela reprisada. Talvez tenha final diferente desta vez, vai saber.

Fora Kaberle, seguem abaixo alguns dos principais nomes que podem mudar de time no dia-limite:

Jason Arnott (New Jersey Devils)
Vai depender em grande parte das expectativas da gerência dos Devils para esta temporada. Apostar numa incrível e espetacular virada (em outras palavras, apostar nos playoffs)? Ou abdicar disso e conseguir algo para a renovação do time? Ou manter Arnott, independentemente de expectativas? Arnott é um experiente e experimentado central e, embora um tanto lento para a atual NHL, encaixa-se tranquilamente num time carente de centrais (olá, Pittsburgh!).

Alexei Kovalev (Ottawa Senators)
A surpresa será se ele não for negociado. Para onde vai é que é a questão, e que depende dele em grande parte. É provável que alguns times ainda apostem no antigo talento goleador de Kovalev e muitos apostam que o Pittsburgh será o destino natural. Pode ser, mas ainda vejo mais lógica na contratação de Arnott. Vejo o Los Angeles Kings precisando mais de Kovalev que os Pens.

Jarkko Ruutu (Ottawa Senators)
Mais um dos Sens. Ruutu é o tipo de jogador útil em playoffs, típico jogador-peste. O contrato termina nesta temporada e o valor é baixo. Só não sai se não quiser.

Ales Hemsky e Dustin Penner (Edmonton Oilers)
Como os Oilers apenas protagonizam mais uma temporada vexaminosa, a dupla tem alguma possibilidade de mudar de time. Ambos têm menos de 30 anos e custam na faixa de US$ 4-5 milhões ao ano. Mas não são jogadores de aluguel – para levá-los será necessário uma boa oferta, uma grande troca. E grandes trocas também ocorrem no dia-limite, embora menos prováveis. Pelo preço certo, os Oilers negociam.

Cory Stillman (Florida Panthers)
A experiência de duas Copas Stanley é o cartaz principal de Stillman, cujo contrato termina ao fim desta temporada. Seria uma ótima adição para a terceira linha de muitos pretendentes à Copa.

Chris Phillips (Ottawa Senators)
Um bom defensor defensivo com contrato vencendo ao fim da temporada. Pode apostar que o preço dele vai crescer exponencialmente no dia-limite porque a) não custa tão caro, e b) teoricamente terá menos concorrência. É paradoxal, mas isso acaba atraindo mais atenção e, consequentemente, aumentando o preço. Com Kaberle possivelmente aterrissando em Boston, vejo o Vancouver demandando Phillips.

Brian McCabe (Florida Panthers)
Outro experimentado defensor, embora sem tanta tarimba em playoffs e com um histórico desfavorável de contusões. Seguramente será demandado por uma série de times no dia-limite.

Outros comentados por aí, mas que não acredito que mudem de camisa:

Jean-Sebastien Giguere (Toronto Maple Leafs)? Não acredito que existam times dispostos a ter um goleiro incerto ao custo de US$ 6 milhões/ano. Milan Hejduk (Colorado Avalanche) tem sido falado também, basicamente porque seu contrato encerra no fim da temporada. Não consigo enxergá-lo saindo dos Avs, por pior que esteja a temporada atual do time. Outro que parece disputado é Joe Corvo (Carolina Hurricanes), que ainda tem um ano de contrato. Somente se o Carolina largar a temporada. Idem para Joni Pitkanen. Também não acredito que o St. Louis Blues se desfaça de Eric Brewer.

Atualização de domingo: Em poucos dias, alguns dos citados acima já mudaram de time. Vamos a eles: Tomas Kaberle finalmente saiu de Toronto. O Boston Bruins mandou uma escolha de primeira rodada, uma condicional e um prospecto por ele. Bom para ambas as partes. Os Leafs levam alguma coisa, já que Kaberle terá seu contrato encerrado nesta temporada e sua estadia em Toronto me parece já desgastada. Os Bruins conseguem um defensor para aliviar a carga de Zdeno Chara. Para abrir espaço no orçamento para contratar Kaberle, os Bruins enviaram Blake Wheeler e Mark Stuart ao Atlanta Thrashers por Rich Peverly e um defensor de liga menor. Claro que os Thrashers se reforçaram nessa história, ainda que Wheeler não renda tudo o que se espera dele (Peverly tem até números melhores na temporada, e ganha bem menos), mas a troca, conforme dito, tinha outro significado para o Boston.

Ruutuu foi enviado ao Atlanta Thrashers por uma escolha de sexta rodada. Sinceramente, eu achava que ele valeria mais que isso, sobretudo no dia-limite de trocas. Aliás, eu ainda acredito que ele valeria mais.

Eu não acreditava, mas o St. Louis Blues negociou seu capitão Eric Brewer para o Tampa Bay Lightning. E aqui eu considero que o preço pago pelo Tampa foi bem baixo: uma esolha de terceira rodada e um prospecto (o filho de Jeff Beukeboom!). Excelente negócio para o Tampa, em princípio. Ao que parece, os Blues apostam bem no Beukeboom filho. O St. Louis mandou também outro defensor, Erik Johnson, embora para o Colorado Avalanche -- numa troca envolvendo outros três jogadores, todos eles prospectos.

O San Jose Sharks mandou uma escolha de segunda rodada por Ian White, do Carolina Hurricanes. Sinal de que os Canes não estão lá muito confiantes na classificação para os playoffs -- ou não estão ligando muito pra isso. White reforça a defesa dos Sharks, claro -- mas já é o quarto time dele nas duas últimas temporadas.

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Não posso deixar de comentar: o New Jersey Devils continua vencendo insistentemente.

Marcelo Constantino recomenda "127 horas".

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Página publicada em 21 de fevereiro de 2011.