Depois da lista de dez decepções, aproveitamos a breve parada para o Jogo das Estrelas para agora listar as dez surpresas positivas da temporada. Vamos a elas, sem qualquer ordem classificatória.

Tampa Bay Lightning
A expectativa era de brigar para chegar aos playoffs. A realidade é a liderança da Divisão Sudeste (passando por cima do favoritíssimo Washington Capitals), a poucos pontos da liderança da Conferência Leste. Steven Stamkos forma-se como um dos grandes jogadores da NHL – era o goleador e maior pontuador da liga na temporada até a parada para o JdE. Mas há de ser dar os louros a Guy Boucher, técnico do time que conseguiu organizar o time, a despeito de não ter sequer um goleiro claramente titular na equipe.

Tim Thomas
Numa carreira de superlativos altos e baixos, Thomas faz uma temporada digna de Troféu Vezina. Mais que isso, faz temporada de candidato a MVP. A surpresa é que isso vem depois de uma temporada ruim, com direito a barração e fortes boatos de que ele seria negociado. Nesta temporada, ele liderava todas (sim, todas) as principais categorias estatísticas de goleiros até a parada para o JdE. E o Boston Bruins é o time que menos sofreu gols na temporada. Quer mais?

Keith Yandle
Eu reconheço que Yandle é um dos mais promissores jovens defensores da liga e que já vinha fazendo boas temporadas, sempre progredindo de uma para outra. Mas eu realmente não esperava que ele já fosse tão importante para o Phoenix Coyotes e dominante na sua quarta temporada na liga e aos 24 anos de idade. Na quinta-feira, Yandle liderava todos os defensores com 45 pontos, metade dos quais obtidos em times especiais. Já são mais pontos do que ele fez em toda a temporada passada.

Kris Letang
Outro defensor que surpreende pela volúpia ofensiva é Letang. Longe de ser desconhecido -- ele já tem no currículo duas finais de Copa Stanley e um título com o Pittsburgh Penguins -- nesta temporada Letang desabrochou ofensivamente. Já tem bem mais pontos (41) que sua melhor temporada (33 em 2008-09), sem contar os respeitabilíssimos +22. Tal qual Yandle, ele é jovem (23 anos) e tem apenas quatro anos de NHL. Futuro brilhante pela frente.

Dallas Stars
Já falamos mais deste time na edição passada. Basicamente por ter feito duas temporadas ruins em sequência, e agora brigam entre os líderes da Conferência Oeste.

Brandon Dubisnky
Dubinsky faz boas temporadas desde que surgiu na NHL pelo New York Rangers, em 2007-08 (esqueça a meia dúzia de jogos na temporada anterior). Nesta temporada, com 48 partidas disputadas, a despeito de contusões, ele já atingiu o patamar de pontos que vem mantendo ao longo das últimas três temporadas. Ou seja, daqui pra frente é puro progresso.

Dustin Byfuglien
Boa parte do sucesso relativo do Atlanta Thrashers nesta temporada é devido a ele. Jogador tido como versátil por atuar tanto no ataque quanto na defesa, Byfuglien vem mostrando que é muito mais atacante que defensor. E o mais interessante: ele vem fazendo isso jogando como defensor! No Chicago, até o ano passado, ele acabou no ataque, mas fazendo um papel mais de marcação. Agora no Atlanta, jogando de defensor a la Sandis Ozolinsh, ele lidera os defensores da liga com 16 gols (até o JdE), sendo 6 deles o gol da vitória (líder de toda a NHL), e figura entre os líderes em pontos, com 41 (o recorde dele era 36).

Ondrej Pavelec
Outro motivo do sucesso relativo do Atlanta Thrashers chama-se Ondrej Pavelec. O goleiro suplantou Chris Mason e, apesar do recorde não tão convidativo (17-13-7 na quinta-feira -- mas lembre-se de que vencer com os Tharshers é tarefa difícil), ele figura entre os cinco melhores da temporada em termos de aproveitamento de defesas. Se você levar em consideração que o Atlanta ainda é o time que mais deixa chutar a gol, você entenderá porque Pavelec figura aqui como uma das surpresas da temporada.

Carey Price
Nenhum outro jogador começou esta temporada com tanto peso nas costas quanto Price. Praticamente dez entre dez pessoas em Montreal criticavam a gerência dos Canadiens por negociar Jaroslav Halak e manter Price no time, quando as atuações, até então, mostravam que Halak era muito mais seguro. Mais que isso, Halak era heróico, sensacional. Price merecia plena desconfiança, apenas. De um começo cambaleante (combinando justamente com um bom começo de Halak), Price deu a volta por cima e firmou-se na posição. Halak é passado, Price é um dos goleiros com mais vitórias na temporada (e também o que mais jogou).

ESPN transmitindo NHL no Brasil
Quem esperava por isso? É claro que muitos sonhavam com o retorno, mas duvido que alguém acreditasse que a ESPN brasileira pagaria pelos direitos de transmissão, quando a ESPN norte-americana não os detém. E foi algo de estalo, praticamente. Nada de boatos surgindo, nada de informações palpitando aqui e ali. A notícia veio numa semana, e na outra já tinha jogo para assistir. A redação aqui ficou perplexa, ainda que a TV aberta tenha perdido muito mercado desde a época em que parou de transmitir.

--x--

Eu realmente me recuso a incluir Nicklas Lidstrom numa lista de surpresas positivas. Ele pode até estar, de fato, acima das expectativas ao fazer uma temporada digna de Troféu Norris aos 40 anos de idade. Mas estamos falando de um dos melhores defensores da história do hóquei no gelo. Também me recuso a incluir o espetáculo que Sidney Crosby vem dando numa lista de surpresas positivas. Se Crosby não jogar como um MVP, aí sim seria uma surpresa -- mas negativa.

Marcelo Constantino não deveria, mas ainda se surpreende com Johan Franzen.

• Capa
• Editorial
• A balança de Montreal
• Um time sem centrais
• Números mágicos
• Dez surpresas da temporada
  
• O time de Corey
  
• Pacíficos em fúria
• O último canto do cisne?
• Algo curioso no novo contrato de Semin