NOTAS e FOTOS • Por: Humberto Fernandes e Thiago Leal

Parece até brincadeira do dia da mentira, mas a melhor divisão da NHL é a Central. Nos últimos dias todos os cinco times estiveram entre os oito melhores da Conferência Oeste, o que significa que pela primeira vez em 28 anos uma divisão pode classificar todos os seus times para os playoffs.

A mudança no calendário é um dos fatores que aumentou a possibilidade de toda uma divisão avançar aos playoffs. Ao contrário dos últimos três anos, quando eram disputados 160 jogos dentro das divisões, desta vez cada equipe enfrenta seus rivais de divisão apenas seis vezes, ou seja, são 40 jogos a menos (quase 10% do total de cada divisão). Isso tornou possível ganhar mais pontos em confrontos contra outros adversários.

James Mirtle publicou em seu blog os dados compilados após os jogos de segunda-feira. Considerados apenas os jogos contra equipes de outras divisões, a Divisão Central projeta 98,6 pontos em 82 jogos, cinco de vantagem sobre a Divisão do Atlântico (93) e do Nordeste (92,9). Foram 155 vitórias em 282 jogos, quase 20 triunfos a mais que a divisão mais próxima. O Columbus Blue Jackets, por exemplo, tem campanha de 13-3-2 contra adversários da Conferência Leste.

Outro ponto notável é que a Divisão Central foi a que mais disputou jogos "externos" na temporada, logo nesta reta final é a que mais confrontos "internos" tem para realizar. Chicago Blackhawks, Columbus, Detroit Red Wings, Nashville Predators e St. Louis Blues vão se enfrentar frequentemente nos últimos 12 dias de temporada regular. A menos que a maioria dos jogos seja decidida na prorrogação ou nos pênaltis, muitos pontos serão perdidos pelas equipes da divisão que lutam pela classificação — considerando que os Blue Jackets já se garantiram, restam Predators e Blues.

Independentemente do resultado, com quatro ou cinco times nos playoffs, a Divisão Central é a melhor da temporada 2008-09.

O gerente geral Jacques Martin diz não se arrepender da decisão tomada no dia-limite de trocas em relação ao futuro de Jay Bouwmeester. Martin decidiu não negociá-lo, mesmo sabendo que em julho o defensor será agente livre irrestrito e poderá escolher onde jogar, sem que o Florida Panthers receba qualquer souvenir em troca.

Martin reiterou a sua confiança no defensor e em todo o grupo dos Panthers, equipe que estava muito cotada para se classificar aos playoffs até o dia-limite, quando ocupava a sexta posição na Conferência Leste. Desde então, com 4-5-3, a quinta pior campanha da NHL, o Florida passou a ver os campos de golfe muito mais próximos que os rinques de hóquei.

A má fase levou o treinador Pete DeBoer a trocar os goleiros e apostar em Craig Anderson, em detrimento de Tomas Vokoun. Anderson não atuava desde 1.º de março, quando venceu o jogo contra o Washington Capitals. Vokoun fez onze aparições em seguida, com apenas três vitórias. A derrota para o Buffalo Sabres foi mais um jogo em que os Panthers lideravam o placar e sofreram a virada no final, a gota d'água para que DeBoer desistisse de Vokoun um dia depois de declarar que ele jogaria todas as partidas até o final da temporada regular.

Anderson venceu os dois jogos seguintes e o Florida voltou a sonhar com os playoffs, o que não acontece há sete temporadas, desde 1999-00..
Sean Avery: nascido para ser um Ranger? É o que se pergunta James Mirtle, em seu blog. Desde o dia-limite de trocas, o NY Rangers tem a nona melhor campanha da liga, com 8-4-1, boa para 1,31 ponto conquistado por jogo. O marco inicial da campanha coincide com a chegada de Avery ao time — e também de Derek Morris e Nick Antropov, é verdade. Mas os números do jogador mais odiado da NHL e a campanha da equipe demonstram que a resposta para a pergunta é, sem dúvida, sim.

Prestes a completar uma centena de jogos com os Camisas Azuis, a média de gols de Avery em NY é o dobro do que ele registrou no restante de sua carreira e seus pontos saltam de 0,39 para 0,64 por jogo. Se os Rangers fazem bem para o jogador, o contrário também é verdadeiro. Nas últimas três temporadas, nos jogos em que contou com Avery, a equipe acumulou 58-24-17, o equivalente a 110 pontos em uma temporada regular completa. Nos jogos sem Avery, a campanha é irregular, com 66-61-15, suficiente para 85 pontos em 82 jogos.

A vitória por 3-0 contra o New Jersey Devils na segunda-feira simbolizou a união Avery e Rangers. Para Larry Brooks, colunista do New York Post, "os Rangers dominaram os Devils, de mente, corpo e alma. Com Avery vestindo Azul, o que é novidade?" O jogador surpreendeu os companheiros quando se recusou a brigar com David Clarkson e Michael Rupp, que o incomodaram no gelo em três ocasiões. Com 3-0 no placar, não havia motivo para brigar. E se Rangers e Devils se enfrentarem nos playoffs, há um claro favorito — e não é o time do goleiro mais vitorioso de todos os tempos.

Jonathan Daniel/Getty Images
"Capacetes, tacos e luvas no chão... é hora da festa!"
Não era nenhum show de strip tease, muito menos uma desistência coletiva por falta de pagamento ou um treino exótico com Roberto Luongo para que o goleiro pegasse tacos, luvas e capacetes. O que aconteceu no United Center foi uma boa e velha briga, ao estilo clássico, com pedaços de uniforme voando e jogadores se atirando uns sobre os outros, formando duplas para trocar socos. É uma pena que Luongo não saiu do gol para ir de encontro a Nikolai Khabibulin e ocasionar mais uma briga de goleiros. Que seja, então. Mesmo assim, a confusão protagonizou uma bela imagem a quem estava presente na arena — e, claro, provocou os oposicionistas. Enquanto muito se fala em acabar com as brigas na NHL, em proibí-las, Canucks e Blackhawks lembraram que, até agora, esse tipo de evento também faz parte do show. Sem elas, não teríamos tantos momentos clássicos e marcantes na história da NHL.
(29/03/2009)

A campanha do Columbus Blue Jackets é uma das grandes histórias contadas pela temporada 2008-09 da NHL. Mas para essa história ganhar ares lendários, é preciso acrescentar a parte que relata a heroica classificação para os playoffs. Para tanto a equipe foi buscar uma ajuda extra.

"Os Blue Jackets contrataram um corajoso defensor de 19 anos para reforçar o time na corrida para os playoffs. O fato de que Ryan Salmons não disputará um jogo pelo time é insignificante para os olhos do gerente geral Scott Howson e da Fundação Blue Jackets".

Na semana passada, Howson e os jogadores favoritos de Salmons, Manny Malhotra e Jason Chimera, fizeram uma visita surpresa ao adolescente. O gerente até ofereceu ao ex-jogador um contrato de um dia com US$ 3 dólares de bonificação. Salmons foi diagnosticado com câncer em abril de 2008 e desde então sua família se impressiona com a generosidade dos Blue Jackets. Seu pai, Brad, insistiu para que houvesse um incentivo no contrato: a vaga nos playoffs.

Salmons quer ver os Jackets nos playoffs pela primeira vez na história da franquia. É a motivação para continuar lutando contra o câncer com resistência e dignidade, querendo viver mais um dia para ver a melhor parte da lenda ser escrita.
Outra passagem interessante do livro de histórias dos Blue Jackets na temporada, desta vez com contornos policiais, foi revelada com detalhes no sábado, dois dias depois da tensão vivida em Columbus.

Enquanto comemorava uma das maiores vitórias da história da franquia, a goleada por 5-0 sobre o Calgary Flames, a torcida não imaginava que nos bastidores a polícia trabalhava para evitar uma tragédia. Duas ameaças de atirar no goleiro Steve Mason e outra de explodir uma bomba na arena conduziram à prisão de Peter Stenzel, de 52 anos, acusado de induzir pânico e fazer ameaças. A polícia rastreou as ligações até o seu apartamento, onde encontrou Stenzel vestido com a camisa do Calgary Flames.

Os procedimentos de segurança foram adotados de imediato. No começo do segundo período, depois da última ligação de Stenzel, todos os pontos de entrada da Nationwide Arena estavam vigiados por policiais. Havia cerca de oito a dez homens próximo ao banco de reservas do Columbus, em vez de apenas um, como habitual. O acesso da imprensa aos vestiários foi dificultado após o jogo. Mason, eleito como uma das três estrelas do jogo, foi impedido de retornar ao gelo para receber os aplausos da torcida. O goleiro logo depois foi rapidamente retirado do vestiário por Howson após uma breve conversa com a imprensa e Michael Peca puxou o capitão Rick Nash durante uma entrevista para informá-lo.

Os jogadores foram escoltados até seus carros pela polícia e por seguranças, embora Stenzel já estivesse detido. Não é algo que se vê todos os dias na NHL.
No intervalo de cinco dias, o jornal The Denver Post publicou duas matérias abordando a necessária renovação do Colorado Avalanche. A motivação para Adrian Dater e Woody Paige escreverem sobre o mesmo assunto partiu da declaração de Stan Kroenke, o proprietário da franquia e de mais um quarto do mundo: "Eu acho que nós temos alguma reconstrução a fazer".

Os planos dos Avs para o futuro ainda não foram revelados. Paige sugere a demissão em massa, incluindo gerência, treinador e jogadores. Para o lugar de Francois Giguere (gerente geral) e Tony Granato (treinador), ele indica Pierre Lacroix (arquiteto da melhor fase da franquia) e Patrick Roy. Dater é mais consciente e reconhece que não será nada fácil reformular o time se aproximadamente US$ 44 milhões do teto salarial já estão comprometidos com 13 jogadores. Isso significa que os Avs terão entre US$ 13 e 14 milhões para contratar dez jogadores, incluindo o capitão Joe Sakic e um goleiro de verdade.

Pelo menos uma parte do plano de renovação já foi escancarada para o mundo: conseguir a melhor escolha possível no recrutamento. E para isso basta perder, o que o time do Colorado fez muito bem durante toda a temporada. Nesta reta final a gerência tem convocado jogadores anônimos para dar uma força. O defensor Ray Macias será mais um a experimentar a NHL, o nono jogador dos Avs a estrear nesta temporada, recorde na franquia. Ao seu lado estarão T.J. Galiardi, Derek Peltier, Michael Vernace, Matt Hendricks e Wes O'Neill. Juntos eles somam 22 jogos de experiência. A pior campanha desde o dia-limite de trocas (3-8-1) está a caminho de ficar ainda pior.
Jonathan Daniel/Getty Images
Mas o que é isso? Um strip tease? Oferta de equipamentos de hóquei a Roberto Luongo? Vá à foto da semana para descobrir!
(29/03/2009)
AP
A brincadeirinha de Ovechkin fazendo (má) escola: Kevin Bieksa já comemora colocando dedinho na boca.
(29/03/2009)
AP
Cristobal Huet mostrou a Roberto Luongo que ele sim é competente o bastante para equilibrar o disco na cabeça.
(31/03/2009)
Ron Turenne/Getty Images
Luke Shenn deve ter cometido crime hediondo, pois foi punido tendo de ir a um jogo da liga de hip-hop e ganhando uma camisa personalizada de uma das quadrilhas.
(29/03/2009)
AP
Richard Petiot tentou acertar uma bicicleta no disco, mas o máximo que conseguiu atingir foi o Marc Savard.
(31/03/2009)
Christian Petersen/Getty Images
O helicóptero da polícia joga o holofote sobre o culpado da má-fase do Phoenix: Ilya Bryzgalov. (Sugerimos que iluminem o elenco todo então).
(21/03/2009)
AP
Sean Avery fazendo o que sabe de melhor: ser Sean Avery.
(30/03/2009)
Deborah Francisco
Um grande iglu será construído em Pittsburgh. Chamaram alguns pinguins para manusear os tijolos de gelo.
(24/03/2009)
Deborah Francisco
Esse novo zamboni não parece muito adequado para alisar o gelo da Mellon Arena.
(24/03/2009)
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Página publicada em 1.º de abril de 2009.