Por: Gene Collier

Sidney Crosby não marca um gol desde o dia das mães. Evgeni Malkin patina sobre areia movediça. Ryan Malone não funciona a menos que ele esteja sob o ex-maior telhado retrátil de aço inoxidável do mundo. E a tal troca de Marián Hossa tão comentada? Ela realmente aconteceu? Digo, ele está aqui? Marc-André Fleury parace estar tão assustado a ponto de sair da própria pele, ao menos a porção que sobrou dela após aquela memóravel entrada no jogo 1.

Não são apenas os Penguins que estão perdendo as finais da Copa Stanley. As reputações estão se perdendo também. A menos que eles queiram ser lembrados por nada mais embaraçoso que a agressão covarde de Gary Roberts para intimidar um Johan Franzen recuperando-se de concussão, algum tipo de recuperação surpreendente que atualmente parece longe de suas capacitações é necessária antes das 20h de amanhã.

Como se já não fosse vergonhoso o bastante, o técnico dos Penguins Michel Therrien tinha pretensões de culpar os árbitros, que estão por volta do 82º lugar dentre os responsáveis por esse cenário onde os Penguins se encontram. "Eles são bons em obstruções", disse Therrien sobre os prováveis campeões da Copa Stanley. "Vai ser difícil conseguir qualquer ataque se as regras são (impostas) deste jeito. É a primeira vez que encaramos um time que causam as próprias obstruções. Cometemos duas penalidades no goleiro. Nunca fazemos isso. Ele é um bom ator. Ele se joga. Ele fez o mesmo contra o Dallas".

Este é simplesmente o jeito de Therrien de tentar tirar a culpa de suas estrelas, forças super-valorizadas reduzidas a ninguém diante dos quase-infalíveis trancos do Detroit. Não deve ser culpa deles. Ele não pode perdê-los agora, então tem que ser culpa de outra pessoa. Ao menos que ele culpe os polvos.

"Acho que nossos garotos perceberam que esta é uma oportunidade na vida", disse o treinador do Detroit Mike Babcock. "Você tem que se superar para enfrentar esses caras. Malkin é candidato ao Troféu Hart. Malkin, Hossa, (Jordan) Staal, temos que parar essa gente se vamos vencer".

Perguntado como neutralizaram Crosby, Tomas Holmström disse "Quem?" Ele não estava bancando o tal, apenas não escutou a pergunta. Quando perguntado novamente, ele explicou todo o processo. "Estou mexendo o traseiro para tentar parar Crosby e Hossa", disse.

Os engraçadinhos devem ter acordado os Penguins apertando o alarme de incêndio do seu hotal às 1:30 da manhã, mas os rapazes dormiram novamente às 20h15, bem na hora do jogo. Dormindo o tempo inteiro num miserável terceiro período à noite na Joe Louis Arena, forçando os sonâmbulos a tentar um total de três chutes a gol, os Penguins pareciram determinados a passar um período inteiro sem chutar antes da final da Copa Stanley, agora chegando cada vez mais rápido.

Nada mais poderia acordá-los, nem o trovejante tranco de Niklas Kronwall em Jarkko Ruutu às bordas três minutos depois do face off inicial. No jogo 2, os Red Wings tiveram oito chutes antes mesmo dos Penguins darem um, e dois deles encontraram as redes por trás de Fleury. A chance em vantagem numérica de Sergei Gonchar em quase 12 minutos de primeiro período foi a única ocasião que se pode lembrar em que Chris Osgood foi chamado a trabalhar.

Quando o primeiro período encerrou, os Penguins tinham 95 minutos e 57 segundos desde a última vez que marcaram um gol. Talvez você se lembre. No começo do terceiro período contra o Philadelphia nove dias atrás?

Não, nem eu.

Agora são 135 minutos e pouco, se você ainda estiver interessado.

A menos que os Red Wings caiam de cara, o garu de dificuldade para os Penguins a essa altura do campeonato simplesmente triplicou. Foi só quando o defensor dos Red Wings Andreas Lilja caiu diante de quatro jogadores na sua zona defensiva que os Penguins tiveram a primeira chance de marcar lá pelo segundo período. Roberts catou o disco e passou para Staal, que o atirou contra Osgood, pegou o rebote e chutou novamente. Não deu em nada.

Há muito a se falar sobre o equipamento de goleiro envolvido na final, mas ninguém disse em alto e bom som, mas Osgood deve ter um colchão de molas em frente ao gol do Detroit. Claro que não tem, ou os Penguins estariam deitados nele dormindo a noite inteira.

Em tempo, a aparição de Staal no slot encerrou um longo período em que os Penguins pareciam ter abandonado a zona ofensiva. Como os pingüins de verdade, aqueles do Discovery Channel, eles ficam na ponta dos blocos de gelo, esperando por algo que eu só poderia identificar se não deixasse a televisão no "mudo".

Nós possivelmente teremos muito mais desse tipo de programa no fim-de-semana.

Gene Collier é colunista da Pittsburgh Post Gazete. O artigo original foi traduzido por Thiago Leal.
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Página publicada em 27 de maio de 2008.