Por: Kevin Allen

Com todo o respeito a Alex Ovechkin e Evgeni Malkin, os reais MVPs na NHL esses dias são caras como Tim Burke em San Jose, ou Jim Nill em Detroit ou David Conte em New Jersey e outros que guiam os olheiros nos times de ponta.

Quando o teto salarial foi introduzido, a liga supostamente seria feita de jovens agentes livres movendo-se de um time para outro.

Em vez disso, ela provavelmente é mais de pesquisa e recrutamento do que era antes.

Se você olha para o Detroit ou o San Jose, os dois melhores times da Conferência Oeste, eles estão inundados de jogadores crescidos em casa, atletas que foram recrutados e desenvolvidos em seus sistemas.

Os Sharks, que não perdem no tempo normal desde 20 de fevereiro, têm 14 de suas próprias escolhas atuando em posições proeminentes. O Detroit tem uma dúzia de escolhas em seu elenco, além do agente livre Brett Lebda, contratado como agente livre não recrutado.
[N.T.: os Sharks perderam as duas últimas partidas da temporada regular, após 20 jogos invictos.]

O Anaheim não tem tantos, mas os olheiros dos Ducks desempenharam um papel chave no sucesso da equipe porque eles foram capazes de transformar as escolhas Joffrey Lupul e Ladislav Smid em Chris Pronger. Além disso, o ímpeto do assistente de gerente geral David McNab de assinar agentes livres não recrutados produziu jogadores como Dustin Penner, Chris Kunitz, Andy McDonald e Ryan Carter, sendo que cada um deles desempenhou um papel no time campeão da Copa Stanley na temporada passada.

Em Detroit nesta temporada, Valtteri Filppula, uma escolha de terceira rodada, tornou-se um marcador de 20 gols quando foi designado para substituir o agente livre Robert Lang como o segundo central da equipe.

Johan Franzen, outro proveniente da terceira rodada, surpreendeu até mesmo os Red Wings ao se tornar o terceiro artilheiro da equipe com 26 gols.

O sistema do teto salarial deveria fazer com que todas as equipes estivessem em igualdades financeiras e os gerentes gerais, de grandes e pequenos mercados, pudessem pular em uma rica piscina de agentes livres todo verão.

Mas isso não aconteceu. Os verdadeiros símbolos do mundo do teto salarial são jogadores como Marc-Edouard Vlasic, do San Jose, que disputou quase 160 jogos na defesa dos Sharks antes de completar 21 anos, ou o defensor Douglas Murray, uma escolha de oitava rodada que tem +21 nesta temporada com os Sharks.

A chave para permanecer na disputa é ter um firme fluxo de jogadores jovens e baratos surgindo.

Quando o Nashville perdeu Paul Kariya, Kimmo Timonen, Scott Hartnell e Peter Forsberg neste verão, não foi a aquisição do agente livre Radek Bonk que permitiu ao time continuar na disputa pelos playoffs. Foram os anos de bons recrutamentos que deram a eles jovens defensores como Ryan Suter, Dan Hamhuis e Shea Weber, que podem jogar muitos minutos, ou um atacante dinâmico como Alexander Radulov, que teria potencial para marcar 26 gols na temporada.

A história é a mesma na Conferência Leste onde Montreal, New Jersey e Pittsburgh têm muitos recrutados em seus elencos. Em New Jersey, os quatro principais artilheiros, ou seis dos oito melhores, foram desenvolvidos em casa. Em Montreal, recrutas como Carey Price, Mike Komisarek, Tomas Plekanec, Mark Streit, Chris Higgins e Andrei Markov são cruciais para o sucesso do time. Streit é um recruta de nona rodada e Markov foi escolhido na sexta rodada.

Com o teto salarial impedindo as equipes de grande mercado de acumularem talentos, existe na verdade menos tolerância e paciência para qualquer plano de reconstrução de longo prazo. Espera-se que os gerentes gerais reparem enquanto reconstroem. Este sistema permite alguns ajustes rápidos, como Washington e Philadelhia fizeram no Leste e o Colorado fez em menor escala no Oeste com as contratações de Ryan Smyth e Scott Hannan.

Mas isso não vai fornecer sucesso duradouro. Um pobre histórico de recrutamento aniquila uma franquia muito mais que um sistema de matar penalidades ineficiente. Um bom treinador pode resolver problemas, mas não pode superar a falta de talento. Tampa Bay, Atlanta e NY Islanders não têm muitos jogadores criados em casa em seus elencos nesta temporada, e eles são os três piores times da Conferência Leste. The Hockey News recentemente classificou a coleção de prospectos de todos os times e o Atlanta foi o 23.º, os Islanders 24.º e o Tampa Bay 30.º. O Toronto Maple Leafs, outro time com pobre histórico de recrutamento, também perdeu os playoffs. Eles estão na 28.ª posição na lista da The Hockey News.

Os fãs nestas cidades estão indubitavelmente esperando que seus times melhorem com a aquisição de dois agentes livres ou uma ou duas trocas neste verão.

Mas se o gerenciamento for esperto nestas cidades, o que deveria ser feito é renovar o pensamento, ou talvez as pessoas responsáveis, ao fazer as decisões de recrutamento. Para vencer nesta liga, você precisa tantas estrelas em seu time de olheiros quanto em sua escalação.

Kevin Allen é jornalista do USA Today. O artigo original, publicado no dia 4 de abril, foi traduzido por Humberto Fernandes.
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Os sorrisos de Jim Nill e Ken Holland traduzem a fórmula do sucesso do Detroit Red Wings.
Victor Decolongon/Getty Images
O defensor Marc-Edouard Vlasic, do San Jose Sharks, é o símbolo da era do teto salarial.
(18/03/2008)
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Página publicada em 9 de abril de 2008.