A temporada 2008 do Detroit Red Wings começa na quinta-feira contra o Nashville Predators, em Detroit.
De outubro ao começo de abril o mundo viu uma caminhada tranquila dos Red Wings rumo aos playoffs, passando sem maiores problemas pelos adversários e conquistando mais um Troféu dos Presidentes. Exceção feita ao mês de fevereiro, em que a equipe perdeu tantos jogos que permitiu a aproximação do San Jose Sharks — algo como a história da lebre e da tartaruga —, no restante da temporada os noticiários retratavam a última contusão de Dominik Hasek ou o retorno de Darren McCarty ao hóquei, porque dentro do gelo o Detroit sobrava.
Isso não é novidade. Nos últimos anos tem sido sempre assim, o que, no entanto, não constituiu em vantagem competitiva para a equipe. O Detroit foi campeão em 2002 e desde então constrastou o absoluto favoritismo com fracassos nos playoffs. A temporada passada foi diferente, onde pela primeira vez caiu de pé.
Diante deste histórico em playoffs, dos tropeços de fevereiro e da vasta distribuição de contusões por todo o elenco, nada melhor que encarar uma equipe sem profundidade na primeira rodada, "para adquirir o espírito de playoffs", como bem descreveu Marcelo Constantino.
O Nashville chega aos playoffs pela quarta temporada consecutiva, mesmo após ter seu elenco dizimado com os problemas de venda da franquia nas últimas férias. Como isso foi possível? Graças ao treinador Barry Trotz, cada vez mais uma figura genial por trás do sucesso da equipe.
O material humano nas mãos de Trotz não é dos melhores, mas ele soube organizar o time e criar um sistema de jogo eficiente, com o qual os jogadores estão comprometidos. A comprovação vem no quesito desvantagem numérica, onde os Predators ficaram com a terceira posição na liga, matando 85,4% das ameaças.
A defesa da equipe é forte, tanto em eficiência quanto em força física, e o ataque é liderado por Jason Arnott, jogador campeão da Copa Stanley em 2000. No gol Dan Ellis pode ser efetivado como titular, por ter desempenho muito superior ao de Chris Mason. Seja quem for o goleiro dos Predators, é certo que verá muita borracha dos tacos dos Red Wings.
Pavel Datsyuk e Henrik Zetterberg lideram o terceiro melhor ataque da liga. Se reunidos, os "gêmeos europeus" formam uma linha perigosíssima e excitante, daquelas que os torcedores assistem de pé em seus lugares. O potencial do Detroit é consideravelmente maior quando Datsyuk e Zetterberg jogam juntos, mas o treinador Mike Babcock pode separá-los para criar duas unidades fortes, principalmente nos jogos como visitante, em que a equipe da casa decide quem manda ao gelo em cima das escolhas do adversário.
Defesa ganha título e neste quesito os Wings estão muito bem servidos. Liderado por Nicklas Lidstrom, o corpo defensivo é profundo e eficaz, razão pela qual o Detroit teve o menor número de chutes a gol sofridos durante a temporada regular.
No gol, o que poderia ser polêmica em outra cidade, não assusta os Red Wings. Chris Osgood, o reserva, atuou mais vezes e melhor que Dominik Hasek, o titular. Mas
existe uma série de fatores, desde experiência ao respeito e temor dos adversários, que escalam Hasek como o goleiro número um da equipe, assim como tem que ser.
Melhores no ataque, na defesa e no gol, mais experientes e detentores do mando de gelo, o Detroit é favorito absoluto na série. Se os Predators são excelentes em matar penalidades, os Red Wings são ótimos em marcar gols em vantagem numérica. Este confronto das forças das equipes será interessante de se ver.
Se passar pelo Nashville o Detroit encontrará Anaheim Ducks, Colorado Avalanche ou Calgary Flames na segunda rodada. Qualquer que seja o adversário, é melhor estar preparado se quiser permanecer vivo na luta pela Copa Stanley. Neste sentido, nada melhor que enfrentar um time rápido e duro como os Predators para entrar no clima.