Não há dúvidas de que o teto salarial fez um bem danado à liga. Ao menos por enquanto, já que, se no futuro o teto ficar alto demais, podemos acabar voltando a uma situação muito parecida à que tínhamos antes. Mas no futuro próximo as coisas tendem a ser benéficas para a liga.
Como em todo remédio supostamente milagroso, há alguns efeitos colaterais. Felizmente, no caso da NHL a coisa se limita a detalhes, como o sufoco por que passaram os Ducks para se adequar abaixo do teto no começo de 2007-08, o que faria com que o time perdesse o goleiro Ilya Bryzgalov sem receber nada em troca, por exemplo. Outro caso que ganhou as manchetes na última semana foi o dos Sabres.
O caso em questão é o que fazer com Brian Campbell. Não que o defensor esteja pedindo algo muito próximo do teto ou mesmo que o Buffalo não tenha um grande espaço para negociação. A questão não é essa. Mas tem a ver com o teto salarial.
No fim da última temporada, venceram os contratos dos atacantes Chris Drury e Daniel Brière. Depois de um ano com ótimos números, era de se esperar que alguns times oferecessem um belo caminhão de dinheiro para cada um deles, além de alguns rins e bebês recém-nascidos do sexo masculino, bastante valorizados na China. Também era de se esperar que os Sabres não fossem conseguir superar ou mesmo igualar tais ofertas. No máximo, talvez ficassem com um dos dois.
Pois bem: os Rangers assinaram com Drury e Brière foi para a Filadélfia. PAra piorar as coisas, poucos dias depois os Oilers ofereceram outro caminhão de dinheiro para Thomas Vanek. Como Vanek era agente livre restrito, os Sabres tiveram a oportunidade de igualar a oferta. E, no desespero, igualaram-na. Após perderem seus dois principais atacantes, não poderiam perder outro destaque ofensivo.
Com isso, os Sabres, favoritos ao título ao longo de boa parte da temporada passada e finalistas do Leste, despencaram na bolsa de apostas. O time ainda tem boas chances de classificar-se aos playoffs, mas passar da primeira fase não será nada fácil. Faltam estrelas de primeira grandeza ao time. Pena que um dos maiores ídolos da nossa redação, o ponta Andrew Peters, não se encaixe nessa definição.