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Humberto Fernandes No último fim de semana, reunidos na sucursal de TheSlot.com.br no Rio de Janeiro, Marco Aurelio Lopes e eu conversávamos após o expediente. O assunto não poderia ser outro: a paixão nacional.
Marco chamava a minha atenção para a composição do elenco do Chicago Blackhawks. Dos 24 jogadores — contando Martin Havlat, atualmente contundido —, sete foram recrutados pela equipe de 2001 pra cá, sendo que pelo menos quatro deles você gostaria de ter no seu time: Patrick Kane, Tuomo Ruutu, Brent Seabrook e Jonathan Toews.
O primeiro a chegar foi Ruutu, em 2001, recrutado com a nona escolha geral. Após um bom ano de estréia em 2004, passou a temporada seguinte praticamente toda no departamento médico. É certo que Ruutu ainda não desenvolveu ao máximo o seu potencial. Na temporada atual tem seis pontos.
Em 2003 foi a vez de Brent Seabrook, 14.ª escolha geral. Esta é a terceira temporada
do defensor, que mesmo atuando em um dos piores times dos Blackhawks na história apresenta um mais/menos acumulado ao redor de zero.
Jonathan Toews, o autor do gol mais bonito da temporada, foi o terceiro jogador escolhido no recrutamento de 2006. O central é dono da camisa 19 e tem um futuro brilhante pela frente. Desde já é comparado ao grande Bryan Trottier. Em sete jogos este ano, marcou sete pontos.
O artilheiro dos Hawks na temporada é Patrick Kane, o primeiro nome do último recrutamento. Com 13 pontos em nove jogos, Kane é o grande favorito ao Troféu Calder, concedido ao calouro do ano.
Este quarteto em breve será um quinteto, quando o defensor Cam Barker for novamente promovido ao time principal. Cinco garotos recrutados pelo Chicago em primeira rodada nos últimos anos, a base onde será montado um time competitivo. Aliás, ao todo no elenco são nove jogadores provenientes de primeira rodada. Além dos quatro citados, há Martin Lapointe (Detroit, 1991), Kevyn Adams (Boston, 1993), Andrei Zyuzin (San Jose, 1996), Sergei Samsonov (Boston, 1997) e Havlat (Ottawa, 1999). Desconheço se algum outro time na liga tem mais jogadores com esta característica.
Completam a lista dos recrutas de Chicago três atletas selecionados em 2002: os defensores Duncan Keith e James Wisniewski e o ponta direita Adam Burish.
Talvez esse ainda não seja o ano dos Blackhawks, mas não será surpresa encontrá-los entre os oito melhores do Oeste em abril. A franquia tem feito progressos: a longa política de não televisionar para Chicago os jogos disputados em casa aparentemente terá um fim. Especula-se que pelo menos nove jogos serão transmitidos nas próximas semanas. Agora todos sabem, na prática, por que TheSlot.com.br condenava o ex-proprietário Bill Wirtz.
Nunca ninguém trocou de canal durante uma briga ou virou as costas para o gelo, então os chiliques dos torcedores contrários ao momento de maior entretenimento dentro do jogo são totalmente descartáveis. Os verdadeiros fãs do hóquei no gelo celebram quando as luvas caem e os capacetes voam. E para a nossa felicidade a atual temporada projeta mais de 50% a mais de brigas que a anterior. Se em 2006-07 foram 0,4 brigas por jogo, na atual são 0,61, segundo os dados da página hockeyfights.com.
Dos 125 jogos disputados até terça-feira, em 57 houve pelo menos uma briga, sendo que em 16 desses mais de uma. Ou seja, 45,6% dos jogos têm brigas, número bastante superior ao registrado nos dois últimos anos, na casa dos 30%.
A projeção para a temporada toda coloca 2007-08 como a melhor temporada entre as últimas quatro. Serão menos brigas que em 2003-04, porém mais jogos terão diversão máxima.
Registrem-se aqui os agradecimentos dos fãs ao Anaheim Ducks, equipe líder no quesito, com dez brigas. Em segundo lugar estão Chicago Blackhawks e Vancouver Canucks, com nove. Aliás, os nove times que mais brigaram na temporada são da Conferência Oeste. Entre os jogadores os líderes são Eric Godard (Calgary Flames) e Ian Laperriere (Colorado Avalanche), com quatro cada.
E para quem ainda não entende a importância das brigas no esporte, fica o exemplo da última quinta-feira, quando Detroit Red Wings e San Jose Sharks se enfrentaram em San Jose. O defensor Kyle McLaren atropelou Dallas Drake, encerrando precocemente a noite do veterano central com uma contusão no rosto. Então Aaron Downey, intimidador dos Red Wings, desafiou e venceu McLaren em uma boa briga. Mais tarde Zetterberg viria a declarar que a atitude de Downey mudara o momento do jogo a favor da equipe. E os Wings deixaram San Jose com mais uma vitória.
Segundo Darren Dreger (TSN.ca), há menos de duas semanas o Detroit Red Wings acenou com uma proposta de calendário para a temporada da NHL, apoiada por Toronto Maple Leafs e Vancouver Canucks e entregue à maioria dos proprietários de equipes e ao escritório da liga.
A idéia era aumentar o número de jogos da temporada regular para 84, comportando dois jogos contra cada adversário da conferência oposta, para que todos os times se enfrentassem pelo menos duas vezes no ano. Com mais datas ocupadas pela competição oficial, menos jogos seriam disputados na pré-temporada, com limite máximo de seis partidas por equipe.
Entretanto, especula-se que o comissário Gary Bettman tenha convencido o Detroit a interromper temporariamente a campanha pelo novo calendário, por não gostar da maneira como o formato de jogos da liga é amplamente questionado em público.
O plano de Bettman é apresentar nas próximas reuniões dos poderosos um calendário semelhante ao utilizado antes do locaute, com menos jogos dentro da própria divisão e pelo menos um encontro contra cada equipe da liga ao longo do ano.
Se a nova proposta dos Wings agradar aos interesses das equipes, não será a imposição de Bettman que impedirá a adoção do novo calendário.
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Jerry Lai/AP Os dois pilares da reconstrução do Chicago Blackhawks: Patrick Kane e Jonathan Toews. (23/10/2007) |
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| Nam Y. Huh/AP A receita dos Blackhawks para a temporada foi mesclar jovens e veteranos, como Robert Lang. (19/10/2007) |
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Tom Gannam/AP Ao que o mês de outubro indica, a temporada 2007-08 derramará muito sangue. Viva! (23/10/2007) |
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Página publicada em 24 de outubro de 2007.