Por: Allan Muir

Não sei quanto a você, mas eu estou cansado de ficar pensando em como a NHL foi jogada para escanteio pela NBC [N. do T.: rede de televisão aberta dos EUA que detém os direitos de transmissão da liga] no sábado. Desde que o fantasma do cavalo Barbaro exigiu cruel vingança pela prorrogação do jogo entre Rangers e Sabres, que atrasou o tributo especial de uma hora a ele, o hóquei nos EUA tem sido caçado por todos os lados. Por isso eu estou cheio desse assunto. Aqui estão sete coisas que eu prefiro discutir agora:

1. As atuações de Ray Emery
Antes das finais da Conferência Leste, eu escrevi que o goleiro dos Senators era o ponto fraco do time e o jogador que tinha mais chances de afundar o Ottawa contra os Sabres. Acho que eu dei uma bela furada, não?

Ao invés de ser a vareta na roda dos Senators, Emery foi um modelo de eficiência discreta. Ele parou 113 dos 123 chutes que enfrentou nos cinco jogos e sofreu apenas um gol que ele provavelmente deveria ter defendido. Daniel Alfredsson está ganhando todos os elogios, mas as atuações de Emery têm sido o centro do sucesso dos Sens. É claro que agora ele tem de lidar com uma semana de intervalo entre os jogos. Ele vai conseguir se manter em forma durante um período tão longo? Acho que eu não estou tão preparado assim para entrar nesse embalo...

2. O mundo da fantasia de Chris Pronger
Este cara obviamente vive no mesmo lugar em que ossos grandes são a causa da obesidade e onde crianças mal-educadas são o resultado de maus professores, não maus pais. Ele é um grande jogador de hóquei, sem dúvida, mas Pronger não é lá muito adepto de aceitar responsabilidade pelos seus próprios atos.

O último exemplo: uma entrevista no rádio na semana passada, em que ele culpou a imprensa canadense pela sua suspensão no jogo 4. Eu assisti ao replay mais vezes do que consigo contar, e definitivamente foi Pronger, e não algum desgraçado do Toronto StarGlobeSun todo sujo de tinta, que atingiu Tomas Holmstrom por trás e o mandou de cara contra as bordas.

Você é um menino crescido, Chris. Hora de agir como um.

3. A ascensão de Ryan Getzlaf
Teemu Selanne pode ter exagerado um poucom quando sugeriu que Getzlaf pode um dia se tornar o melhor jogador do esporte… Sim, mesmo melhor que Sidney Crosby. Vendo-o jogar regularmente, acho que o central de 22 anos está começando a se parecer mais e mais com o que a torcida de Boston esperava que Joe Thornton se tornasse. O tamanho, a velocidade e a visão de Getzlaf são assustadoramente similares aos de Joe. Mas, ao contrário de Thornton, Getzlaf joga com uma vontade consistente, está disposto a se plantar na frente do gol e percebe que chutar o disco pode ser a primeira opção. Getzlaf tem o potencial. O tempo irá dizer se ele vai aproveitá-lo.

4. O eterno Chris Chelios
Não há torcida na cabine de imprensa, mas eu tenho de torcer por Chelios. Ele é o único jogador que restou na liga que é mais velho do que eu.

Desde que Mathieu Schneider se contundiu, na série contra o San Jose, a "maravilha eterna" chamada Chelios assumiu alguns minutos bem importantes para os Wings. Ele tem sido físico, porém disciplinado, mas sua maior vantagem pode ser sua garra. Ele é um vencedor. Então, quando Chelios faz exigências a seus colegas de time, eles escutam.

5. Jonathan Toews
Enquanto o povo da América do Norte estava concentrado nos playoffs, o resto do mundo foi agraciado com a festa de debutante do principal prospecto dos Blackhawks. Uma convocação surpreendente no time canadense para o Campeonato Mundial, o central de 19 anos encaixou-se perfeitamente em um elenco composto principalmente por veteranos da NHL, e mesmo assim ele foi a peça-chave da equipe de vantagem numérica do Canadá. Toews jogou muito melhor que o candidado ao Calder Jordan Staal e suas atuações no ataque e na defesa evocaram memórias de um jovem Bryan Trottier.

Pouco depois de voltar para casa com a medalha de ouro, Toews assinou um contrato de três anos com o Chicago que assegura que ele estará no elenco dos Hawks na abertura da próxima temporada. Ele não tem como corrigir o rumo de uma hora para a outro, mas, para os sofridos torcedores do time, sua chegada iminente é a promessa de dias melhores pela frente.

6. A qualidade da arbitragem
Claro, houve alguns apitos fantasmas pelo caminho — e os árbitros pagaram por eles sendo removidos da escala para os playoffs —, mas, durante a maior parte do tempo, os juízes fizeram um bom trabalho na hora de proteger os jogadores talentosos, punindo os descuidados, perigosos e/ou preguiçosos. A última dessas categorias gerou a maioria dos apitos controvertidos, mas se um jogador for pego fora de posição ou parado, qualquer uso do taco ou das mãos, não importa quão insignificante, merece ser apitado, mesmo que esse jogador seja do seu time do coração.

7. A redenção de Daniel Alfredsson
Ora, o que mais eu posso dizer depois de Michael Farber ter feito um trabalho tão bom neste tópico?

Então, o que você acha? Sobre o que você preferiria falar?

Allan Muir é colunista do site SI.com. O artigo foi traduzido por Alexandre Giesbrecht .
Edição Atual | Edições anteriores | Sobre TheSlot.com.br | Comunidade no Orkut | Contato
© 2002-07 TheSlot.com.br. Todos os direitos reservados. Permitida a republicação do conteúdo escrito, desde que citados o autor e a fonte.
Página publicada em 23 de maio de 2007.