SÓ DEU OILERS Dominantes do começo ao fim, eles sobraram
no jogo 6 (Ryan Remiorz/AP - 17/06/2006)
17/06/2006
Carolina
0
0
0
0
Edmonton
0
2
2
4
PRIMEIRO PERÍODO — Gols: Nenhum.
Penalidades: Steve Staios, EDM (interference), 1:09; Bret Hedican,
CAR (roughing), 6:02; Bret Hedican, CAR (roughing), 11:41; Fernando
Pisani, EDM (hooking), 19:25.
SEGUNDO PERÍODO — Gols: 1.Edmonton,
Fernando Pisani 13 (vantagem numérica) (Ales Hemsky, Jaroslav
Spacek), 1:45. 2.Edmonton, Raffi Torres 4 (Steve
Staios, Fernando Pisani), 9:54. Penalidades: Banco, CAR (too
many men), 1:08; Glen Wesley, CAR (roughing), 3:14; Cory Stillman,
CAR (hooking), 5:48; Jaroslav Spacek. EDM (diving), 5:48; Bret Hedican,
CAR (tripping), 10:22; Dick Tarnstrom, EDM (interference), 15:59;
Jason Smith, EDM (interference), 18:22.
TERCEIRO PERÍODO — Gols: 3.Edmonton,
Ryan Smyth 7 (vantagem numérica) (Michael Peca, Jaroslav Spacek),
3:04. 4. Edmonton, Shawn Horcoff 7 (vantagem numérica) (Radek
Dvorak, Dick Tarnström), 13:05 . Penalidades: Ray Whitney,
CAR (holding), 2:46; Banco, CAR (too many men), 4:11; Matt Greene,
EDM (interference), 9:29; Ray Whitney, CAR (hooking), 11:11; Matt
Cullen, CAR (roughing), 15:04; Banco, EDM (too many men), 15:41.
CHUTES A GOL
Carolina
3
4
9
16
Edmonton
10
11
13
34
Vantagem numérica: CAR – 0 de 6;
EDM – 3 de 9. Goleiros: Carolina – Cam Ward (34
chutes, 30 defesas). Edmonton – Jussi Markkanen (16, 16). Público:
16.839. Árbitros: Greg Devorski, Jay Sharrers.
Foi um massacre. Não exatamente pelo placar, mas pelo jogo mesmo. Só deu Edmonton,
praticamente do começo ao fim. Dominante de ponta a ponta. Mesmo quando os
Hurricanes estavam em vantagem numérica (VN), os Oilers dominavam. Ou defensivamente,
ou mesmo tentando gols em desvantagem. Arrasador.
Esse Edmonton Oilers é o mesmo desde o jogo 3 dessa série. Segue batendo —
e muito —, mas de forma leal. São trancos e mais trancos nas bordas,
que certamente incomodam os jogadores dos Hurricanes. Rod Brind'Amour que
o diga: anda sumido desde que passou a ser alvo desses trancos. Raffi Torres
que o diga: virou uma das peças fundamentais da equipe depois que passou a
desferir trancos a torto e a direito.
Incapazes de retribuir na mesma moeda e cansados de tanto apanhar, nesse jogo
6 os Hurricanes passaram a tentar retaliar os trancos. Não com outros trancos,
mas na base da porrada mesmo, com direito a cotovelada e mão na cara. Resultado:
chances e mais chances de VN para os Oilers.
Lembram-se de quando o time de VN dos Oilers não metia medo em ninguém? Agora
mete. E como mete. Ressurgiu no jogo 5 e arrasou no jogo 6, com três gols.
E olha que o time de matar penalidade dos Canes esteve bem, salvou muito bem
a equipe de algumas situações perigosas. O que mudou é que o Carolina cometeu
penalidades em excesso, talvez acreditando que os times especiais dos Oilers
ainda estavam capengas. Ledo engano.
Mas isso não foi exatamente o fator determinante do jogo 6. O ponto é que
os Oilers sobraram no gelo. Mesmo vencendo com folga, seguiam encurralando
os Hurricanes impiedosamente. Chegou a um ponto tal que o técnico Peter Laviolette
pediu tempo em pleno segundo período, para dar esporro e possivelmente para
perguntar como é que o time esperava reagir se não chutava em gol. Estava
perto do final do segundo período e os Canes sequer haviam chutado em gol
naquele período. Melhoraram depois disso, é verdade: de desastroso e catastrófico,
ascenderam para o apenas ruim. Muito pouco para quem precisava reagir, ou
mesmo mostrar que não é saco de pancada. No fim das contas, com melhora e
tudo, o saldo final é que o Carolina jogou como um bom sparring.
Chega a lembrar o jogo 2, da goleada dos Hurricanes por 5-0? Sim. Mas, acreditem,
o jogo de ontem mostrou um domínio ainda maior de um time sobre o outro. Enquanto
no jogo 2 os Canes construíram a vitória com paciência, aos poucos, galgando
passos, no jogo 6 os Oilers foram arrasadores, encurralaram o adversário do
começo ao fim. Jussi Markannen conseguiu o shutout sem grande esforço. Não
consigo me lembrar exatamente de qualquer defesa de impacto que ele tenha
feito.
Já Cam Ward teve trabalho.Tomou quatro gols, salvou o time de outros e fez
uma das defesas mais espetaculares dos últimos tempos. Só assistindo em vídeo,
com direito a replay, para sentir.
E agora vamos para o derradeiro jogo 7 de final, pelo terceiro ano consecutivo
de NHL. O Carolina venceu a final de conferência também em sete jogos, tem
um time mais experiente, tem tudo para reverter a situação e assegurar a vitória.
Foram duas chances de conquistar o título desperdiçadas. Os Oilers encararam
a eliminação nessa final por duas vezes e venceram em ambas. O momentum está
todo do lado canadense, tal qual as coisas pareciam dominadas pelos Canes
depois do jogo 2. Que seja uma final eletrizante.
Minha torcida agora é para aconteça o que nunca vi, e que nem sei se já existiu
alguma vez, a emoção máxima, a emoção suprema na NHL: prorrogação morte súbita
num jogo 7 de final de Copa Stanley.
Marcelo
Constantino tem achado os jogos da Copa 2006 um saco, de
um modo geral.