JOGO 1
Carolina 5-4 Edmonton

DE PÊNALTI, PRONGER!
Pronger marca, de pênalti, o segundo gol dos Oilers na partida (Karl DeBlaker/AP - 05/06/2006)

PONTO DE RUPTURA?
Roloson é atendido pelo médico depois de ser atingido no joelho (Jim McIsaac/Getty Images - 05/06/2006)

É ELE, ROD BRIND'AMOUR!
Novamente ele, Brind'Amour marca o gol da vitória do Carolina Hurricanes (Karl DeBlaker/AP - 05/06/2006)

05/06/2006
Edmonton 1 2 1 4
Carolina 0 1 4 5
PRIMEIRO PERÍODO — Gols: 1.Edmonton, Fernando Pisani 10 (Raffi Torres, Jaroslav Spacek), 8:18. Penalidades: M.Commodore, CAR (roughing), 2:12; S. Staios, EDM (tripping), 11:45; M. Bergeron, EDM (interference), 14:12; B. Hedicam, CAR (tripping), 14:46; N. Wallin, CAR (tripping), 14:55; R. Brind'Amour, CAR (hooking), 16:33.
SEGUNDO PERÍODO — Gols: 2.Edmonton, Chris Pronger 5 (pênalti), 10:36; 3.Edmonton, Ethan Moreau 2 (Matt Greene), 16:23; 4.Carolina, Rod Brind'Amour 10 (Justin Williams, Cory Stillman), 17:17. Penalidades: M. Peca, EDM (elbowing), 5:59; R. Dvorak, EDM (hooking), 18:33.
TERCEIRO PERÍODO — Gols: 5.Carolina, Ray Whitney 7 (Doug Weight, Andrew Ladd), 1:40; 6.Carolina, Ray Whitney 8 (vantagem numérica) (Mark Recchi, Eric Staal), 5:09; 7.Carolina, Justin Williams 6 (desvantagem numérica) (Chad LaRose, Aaron Ward), 10:02; 8.Edmonton, Ales Hemsky 5 (vantagem numérica) (Jarret Stoll, Chris Pronger), 13:31; 9.Carolina, Rod Brind'Amour 11 (sem assistência), 19:28. Penalidades: F. Kaberle, CAR (hooking), 2:11; E. Moreau, EDM (cross check), 4:28; B. Hedican, CAR (hooking), 8:11; E. Staal, CAR (high sticking), 12:53.
CHUTES A GOL
Edmonton 8 12 18 38
Carolina 8 7 11 26
Vantagem numérica: EDM – 1 de 7; CAR - 1 de 5. Goleiros: Edmonton – Dwayne Roloson (23 chutes, 19 defesas), Ty Conklin (14:00 do segundo período; 3, 2). Carolina, Cam Ward (38,34). Público: 18.797. Árbitros: Paul Devorski, Mick Mcgeough.
Um dos melhores jogos de Copa Stanley a que já assisti. Talvez só não seja melhor que o jogo 3 entre Red Wings e Capitals em 1998, mas seguramente ficará registrado na minha memória como um dos melhores.

E o que dizer de assistir ao jogo ao vivo? Sim, AO VIVO! Graças a um leitor da TheSlot.com.br, que deu as dicas no blog da redação, pude assistir diretamente da OLN, pela Internet. Era aquele velho clima de Copa Stanley, Bill Clement estava lá, e ainda Mark Messier comentando — e com desenvoltura. Maravilha, quantas saudades disso tudo!

Quando cheguei em casa já rolava o segundo período. Pude assistir ao gol de pênalti marcado pelo Chris Pronger — e quanta moral ele tem para fazer aquilo! Naquele momento, o Edmonton Oilers era melhor. Não era muito, nem era levemente, era simplesmente melhor que o Carolina Hurricanes no jogo. Era mais dominante, parecia ter controle da situação. Tanto que até conseguiram mais um gol, num daqueles lances de sorte (para uns, azar para outros) que você mal acredita.

Até que, num ataque em que os Oilers entraram na defesa dos Canes num 3-contra-2, Mike Commodore fez uma belíssima jogada defensiva, cortou o passe e lançou o time num contra-ataque fulminante que terminou com um gol dele, Rod Brind'Amour. Edmonton 3-1. Ainda houve ótimas chances para ambos numa vantagem numérica para o Carolina logo a seguir. Ryan Smyth teve duas grandes chances de marcar em desvantagem, mas não conseguiu. Erik Staal também teve uma ótima chance de diminuir ainda mais, mas ficou nisso mesmo o período.

Intervalo, entrevista com o capitão do time da casa, e Brind'Amour atesta: o time não está bem, precisa melhorar muito se quiser vencer.

E o time melhorou muito para vencer. E como!

O pequenino Ray Whitney logo marcou duas vezes e o jogo já estava empatado. Os Hurricanes eram outro time. Veio uma chance em VN para os Oilers, que mandaram bem, mas Cam Ward salvou o time da casa por duas vezes. Nessa mesma VN, lá veio Justin Williams marcar e virar o placar. Sensacional!

Faltavam exatos 8:22 quando Cam Ward fez uma defesa absurda, a mais espetacular do jogo, em chute de Horcoff à queima-roupa, na cara do gol aberto. Do nada surgiu o braço de Ward para cortar a trajetória natural do disco, rumo ao gol. Defesa daquelas que você deverá ver em qualquer resumo do jogo, absolutamente sensacional.

E você acreditaria que os Oilers — depois de estarem vencendo por 3-0, depois de permitirem a virada do time da casa para 3-4, depois de permitirem um gol em desvantagem numérica, e depois de assistirem a Ward fazendo milagres — desistiria? Jamais. Esse é um time que nunca desiste, não há jogo perdido para eles. E lá foram os Oilers, numa nova chance de VN, empatar o jogo, num belíssimo gol de Hemsky. Jogada de grande habilidade, tirando do goleiro e rapidamente metendo o disco para o gol.

Depois veio o lance que talvez tenha mudado a história dessas finais. Andrew Ladd vinha pela esquerda em direção ao gol e, na hora em que iria cortar para o meio, tomou um forte tranco de Marc-Andre Bergeron, dos Oilers, e acabou caindo sobre o goleiro Dwayne Roloson. Não foi culpa de nenhum dos dois jogadores, é lance de jogo que infelizmente aconteceu. Um dos maiores responsáveis pela escalada do Edmonton até aqui, Roloson não pôde voltar e Ty Conklin assumiu.

De cara imaginei que os Canes iriam passar a disparar de tudo quanto era jeito, para testar o goleiro que fazia sua estréia nesses playoffs. Não foi assim. Mas Conklin falhou. E a falha custou a vitória ao time.

Brind'Amour não perdoou e marcou o gol que seria da vitória, com meio minuto faltando para acabar o jogo. A virada do Carolina começava e terminava com um gol de seu líder e MVP.

Mas ainda haveria momentos de tensão, e outro grande pilar desse time nos playoffs, o goleiro novato Cam Ward, fez mais duas defesas — uma delas também absolutamente sensacional — nos segundos finais para garantir a inesquecível vitória.

E aviso aos navegantes. Para quem acha que a série está perdida por conta da contusão de Roloson, lembre-se: o Edmonton Oilers é um time que nunca desiste.



Marcelo Constantino tem imenso prazer em assistir às finais da Copa Stanley.
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Página publicada em 6 de junho de 2006.