Primeiro, os Ducks acabaram com qualquer chance de uma nova Batalha de Alberta, ao mandar os Flames mais cedo para casa na primeira fase. Agora, os Oilers estra-garam o que seria a Batalha da Califórnia, com sua sur-preendente (mais uma) vitória sobre os Sharks.
Teria sido interessante ver um Oilers x Flames ou um Ducks x Sharks em algum ponto destes playoffs. Os tor-cedores em ambas as regiões teriam adorado ver duelos tão particulares. Bem, se ambos os duelos tivessem acontecido na segunda fase (eu sei, eu sei, era impossível acontecer, por conta do total de pontos de cada um na temporada regular, mas eu posso sonhar, não posso?), ainda assim poderíamos ver as finais do Oeste sendo decididas pelos mesmos Ducks e Oilers.
Para variar, estou divagando.
Por falar nos Ducks, eles não devem estar gostando nem um pouco desta pausa forçada de oito dias. Três anos atrás, antes das finais da Copa Stanley contra os Devils, os Ducks foram obrigados a esperar vários dias depois
de varrer o Wild na final de conferência. Quando fi-nalmente voltaram ao gelo, pareceram estar bastante enferrujados e perderam as duas primeiras partidas em New Jersey.
Este time dos Ducks é diferente, e pode ser um dos poucos clubes que conseguem vir com tudo para cima do adversário depois de um longo descanso. Já os Devils, na semifinal de conferência, também pareceram ser outro time em relação à fase anterior — eles tiveram uma semana de intervalo entre eliminar os Rangers e enfrentar os Canes.
Só saberemos como os Ducks vão se sair quando eles finalmente volta-rem ao gelo, na sexta-feira.
Mudando um pouco de assunto, mas ficando nos Ducks, não dá para não elogiar o trabalho do gerente geral Brian Burke, que tem feito um trabalho impecável em sua primeira temporada na Califórnia. É verdade que ele herdou um time já recheado de jovens promessas, como Ryan Getzlaf, Joffrey Lupul e Corey Perry, mas Burke conseguiu se livrar de veteranos improdutivos e bem pagos, como Sergei Federov, Peter Sykora e Sandis Ozolinsh.
E não nos esqueçamos que ele fez isso na era do teto salarial. Se você parar para pensar, isso é simplesmente impressionante. Na negociação de Fedorov, ele não só se livrou de um alto salário (US$ 6,08 milhões por cada uma das próximas duas temporadas), como também conse-guiu o jovem defensor François Beauchemin.
E. J. Hradek, jornalista da ESPN.com, lembra-se de um encontro com Bruke no começo da temporada, em outubro. "Ele me falou: 'Nós ire-mos melhor do que as pessoas imaginam.' E isso foi antes das trocas de Fedorov, Sykora e Ozolinsh."
Ele estava certo. Mas acho que nem ele imaginaria que, sete meses depois, seu novo time disputaria uma vaga nas finais da Copa Stanley.
O terrível pedido de concordata pouco tempo atrás parece ser uma página definitivamente virada em Buffalo, onde os Sabres chegaram à sua primeira final de conferência no milênio. O adversário será o Carolina Hurricanes, que sentiu-se obrigado a colocar em todo o seu material a frase "Aqui para jogar, aqui para ficar", a fim de acabar com os rumores que davam conta de que o dono do time, Peter Karmanos, já tem cotações de empresas de mudanças entupindo sua caixa de entrada.
Esta série será veloz, disputada por dois times parecidos em seu estilo. Os diminutos Sabres terminaram a temporada regular entre os líderes nos times especiais — e apropriadamente completaram sua vitória sobre o favorito Ottawa Senators no jogo 5, no último sába-do, com um gol de Jason Pominville em desvantagem numérica na prorrogação.
Sua equipe de vantagem numérica deu uma caída nos playoffs (de 21,2% na temporada regular para 15,4 nos playoffs), graças a uma pressão dos adversários sobre os homens da linha azul do Buffalo, mas os Sabres têm sido uma máquina de fazer gols nos playoffs. Maxim Afinogenov e Daniel Brière são perigosíssimos, e Pominville, o desconhecido ponta direita novato, já tem cinco gols e três assis-tências com uma média de apenas 11 minutos e meio no gelo por jogo.
O goleiro novato dos Sabres, Ryan Miller, tem demonstrado segu-rança, assim como o também novato Cam Ward, seu rival nos Hurricanes, que tem 93% de defesas. Desde que entrou no meio do jogo 2 da primeira fase, Ward só teve um mau jogo defendendo as redes de um time que o protege bem. A defesa dos Canes começa com seus atacantes, especialmente o central Rod Brind'Amour, que, com 58,1% de aproveitamento, tem dominado os face-offs.
A maior vantagem do Carolina é sua profundidade no meio, com Brind'Amour, Doug Weight e Eric Staal, este já credenciado pelos mais de cem pontos marcados na temproada regular e que é o se-gundo maior artilheiro dos playoffs, com cinco gols e dez assistên-cias. (A.G.)
Alexandre Giesbrecht, 30 anos, mal pode esperar pela semana que vem, quando passará o episódio final da segunda temporada de Lost.
DA ÚLTIMA VEZ Esta foto tem uma semana, mas foi a última vez que os Ducks pisaram no gelo nos playoffs antes (Jack Dempsey/AP - 11/05/2006)
NEM UMA BATALHA NEM OUTRA Aposto que o motivo da tristeza de Joe Thornton não é a falta de uma "Batalha da Califórnia" (Harry How/Getty Images - 17/05/2006)