O fim do mês de dezembro — e conseqüentemente do ano — está bem próximo. Momento de refletir sobre como foi o ano, gabar-se das coisas boas e aprender com as coisas negativas.

Na NHL não podia ser diferente. Mesmo na cidade de Ottawa, privilegiada por ter o melhor elenco da liga nesta temporada, há muito que se aprender ainda. O mês de dezembro mostra o quanto esse elenco ainda tem que evoluir se realmente quiser sonhar com vôos mais altos ao fim desta temporada.

Durante o mês, os Senators puderam verificar onde estão exatamente na liga. Ao enfrentar o que há de melhor, tanto no Leste quanto no Oeste, percebeu-se claramente quão longa a estrada para a Copa Stanley pode ser.

Para completar, o time da capital canadense ainda se viu às voltas com problemas e mais problemas se acumulando em jogadores fundamentais na campanha. Martin Havlat, asa direita de habilidade inquestionável, teve que passar por uma cirurgia no ombro direito e deve voltar somente próximo aos playoffs, no melhor dos cenários. Simultaneamente, Jason Spezza, central da linha mais dinâmica da NHL nesta temporada, tem sofrido de problemas recorrentes de uma contusão no peitoral.

As coisas ainda se complicariam mais: Wade Redden, um dos fortes concorrentes ao Troféu Norris desta temporada, também sofreu com contusões no joelho, e a previsão de ficar apenas uma semana parado se alongou para dez jogos. Zdeno Chara, ironicamente um dos maiores concorrentes de Redden para a conquista do Norris, perdeu um jogo devido a uma suspensão. Até mesmo Brandon Bochenski, convocado para substituir Havlat durante sua ausência, também se machucou e deve ficar de fora por pelo menos seis semanas.

Remendados, os Senators abriram o mês com uma derrota frente aos modificados Bruins, sendo humilhados por 3-0 em Boston. Após duas vitórias contra os Kings em casa e os Panthers na Flórida, os Sens enfrentariam o maior desafio da temporada: uma longa viagem para a Conferência Oeste.

Durante essa viagem, Alfredsson e companhia enfrentaram os Canucks (derrota por 3-2 na disputa de pênaltis), Flames (derrota por 3-2 no tempo extra) e fecharam goleando os Avs dentro do Pepsi Center, após um complicado início de partida. Não chega a ser uma campanha ruim, mas os parâmetros para a equipe de Ottawa, sem dúvida, estavam tão elevados que alguns já questionavam quão capaz esse time realmente era.

Na volta para casa, os Sens ainda perderiam mais três jogos, frente a Stars, Habs e Flyers, todos possíveis adversários na caminhada dos playoffs. A campanha do mês, até o presente momento, se encontra em 7-3-3. Não chega a ser ruim, mas para quem sonhava terminar a temporada com apenas um dígito na quantidade de derrotas — e juntar-se a um clube mais do que exclusivo, junto com os Canadiens de 1976-77 — foi um balde de água fria.

Frente a isso, seria este um mês para se esquecer? De acordo com Bryan Murray, é o mês mais importante da campanha dos Sens. "Essas são experiências pelas quais temos que passar, ou você não estará bem ao fim da temporada. Se nós estivéssemos passando por cima de tudo e de todos, quando aparecessem as dificuldades, nós não saberíamos enfrentá-las. Ao menos agora os meninos estarão mais receptivos às minhas broncas", encerrou, brincando.

Portanto, que fique o aprendizado deste mês, de que ninguém é invencível, em um jogo onde o momento vale muito mais do que uma brilhante campanha. Esta pode ser uma temporada memorável para os torcedores de Ottawa, e a vitória pode ser ainda mais especial quando se superam dificuldades.


Daniel Novais acompanha a campanha dos Sens de perto no seu blog,
http://www.sensationals.blogspot.com
POR UM LONGO TEMPO Martin Havlat, uma das forças ofensivas do Ottawa Senators, foi um dos jogadores atingidos pela onda de contusões que atingiu a equipe em dezembro (Arquivo TheSlot.com.br)
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Página publicada em 28 de dezembro de 2005.