Eu sou incapaz de formular uma lista definitiva, em ordem classificatória, de 100 jogadores, 100 coisas, 100 qualquer coisa, como nosso brilhante colunista Carlos Eduardo Costa fez para esta edição comemorativa n.º 100. Se porventura eu ainda conseguisse elaborar alguma, certamente faria alterações todos os dias, até o fim da vida.

Diante disso, até para não passar em branco, resolvi listar as dez coisas que eu mais gosto de ver no hóquei. Dez está de bom tamanho. E sem ordem classificatória de preferência.

Trancos

Tem coisa mais característica do hóquei do que um belo tranco desferido diretamente no corpo do adversário? Pode ser no meio do gelo, pode ser um esmagamento nas bordas, o fato é que trancos são uma das grandes alegrias do hóquei.

Prorrogação em playoffs

A tensão provocada por uma prorrogação em playoffs é inigualável no esporte. É morte súbita, quem fizer ganha o jogo, e o jogo só acaba quando sair um gol. Quanto mais longa a prorrogação, melhor! Quem não se lembra daquele Dallas x Anaheim, que entrou madrugada adentro em 2003?

Último minuto

Não é todo e qualquer último minuto. Tem de ser de uma partida apertada. O minuto final de uma partida que está 3-0 é apenas a contagem regressiva para a vitória. Mas o minuto final de uma partida que está 3-2 é outra coisa. Retirar o goleiro para ter mais um jogador, arriscar levar mais um gol para tentar empatar a partida. Tudo ou nada, literalmente. É a trave que salva, é o goleiro, passou raspando, poucos segundos para o fim. Tensão e emoção. Esteja você em que lado estiver.

Madrugadas com ESPN

Isso faz parte das coisas que eu gostava de fazer, quando existia. Evidente que ao vivo e à noite era muito melhor, mas eu adquiri um prazer especial em acordar de madrugada pra assistir a jogos em videotape. É bem verdade que era relativamente comum o jogo começar depois do horário marcado, ou antes, ou mesmo não ter o jogo marcado. Mas aquele ritual, acordar na madrugada, num pulo, e correr para a sala para assistir a um jogo, todo aquele silêncio ao redor, suco de laranja e biscoito de chocolate.... E depois, voltar a dormir para acordar pouco tempo depois, novamente, e ir trabalhar. Assumo: eu adorava esse ritual.

A arte do jogo

Patinar no gelo já é um aprendizado e tanto. No ano passado eu aprendi a patinar no asfalto. Não foi difícil, pra dizer a verdade. Você dedica um pouco de tempo, vontade e disposição e em pouco tempo já está deslizando tranqüilamente. O que é difícil mesmo é patinar bem. Saber derrapar, parar, cortar pra cá e pra lá, andar pra trás, etc. Isso eu não aprendi, já me contentava em simplesmente andar sobre rodas. Fico imaginando no gelo. Os caras, além de dominarem a arte de andar sobre patins, ainda têm de jogar hóquei. Mas não é apenas isso, a arte do hóquei é todo um conjunto de movimentos e estilos. Um Sergei Zubov patinando, um gol daquele do Marek Malik, as defesas acrobáticas de Dominik Hasek, tudo isso compõe e exemplifica o que chamo de arte do hóquei no gelo.

Gol shorthanded

Peço breve licença à ortografia oficialmente adotada pela TheSlot.com.br para grifar o gol em desvantagem numérica no original, shorthanded. Porque até mesmo o nome eu curto de forma especial. Claro que há gols assim que não têm nada de bonito, mas, do meu ponto de vista, um gol shorthanded tem característica única no hóquei, é a superação do mais fraco. É o gol mais difícil de se conseguir.

Detroit Red Wings
É o time por que eu torço, não posso deixá-lo de fora de uma lista das dez coisas de que mais gosto no hóquei. Também acompanho bastante todos os times canadenses, geralmente acompanhava com afinco o que estava rolando em Denver e, depois das finais de 2003, os Mighty Ducks também passaram a receber atenção especial de minha parte. Peço desculpas aos leitores que odeiam o time das asas vermelhas, mas é isso. Se eu tivesse assistido ao Milagre de Manchester antes de conhecer melhor o hóquei, talvez fosse hoje um torcedor do Los Angeles Kings. Mas meu time é o Detroit.

Darren McCarty

Todo torcedor dos Red Wings tem o camisa 25 do time guardado em algum cantinho do coração. Em parte pelo gol do título da Copa Stanley de 1997, mas principalmente por causa do item que segue logo abaixo.

26 de março de 1997

Detroit 6-5 Colorado, bloodybath, bloodbath, seja qual for o nome, esse é um jogo absolutamente inesquecível. Foi numa madrugada absolutamente inesquecível. Vingança, superação, pancadaria generalizada, sangue no gelo, gols, trancos, hóquei de qualidade, viradas, prorrogação, gol na morte súbita, teve de tudo que um torcedor de hóquei espera de um grande jogo. Foi o melhor jogo a que já assisti em toda a minha vida.

TheSlot.com.br

Sim, editar e publicar uma edição semanal desta revista online dá trabalho. Tem vezes que está tudo atrasado, rola uma correria danada, madrugadas e horários de almoço são encurtados, tudo para a edição sair. Muito trabalho. Por mais que seja trabalhoso, o resultado final, a capa nova no ar, o retorno dos leitores, tudo isso gera um prazer que supera, e muito, qualquer estresse da publicação. E é por isso que nos mantemos aqui.


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Página publicada em 14 de dezembro de 2005.