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11 de abril de 2003
Panorama da primeira fase dos playoffs no Oeste

Chegou aquela hora por que todos estavam esperando. Nã, não estamos falando dos playoffs. Estamos falando dos nossos já tradicionais pitacos de playoffs. No ano passado, Alexandre Giesbrecht provou ter a melhor bola de cristal, mas contou com a desistência de alguns concorrentes pelo caminho — e olha que o Rubinho não estava concorrendo.

Vamos ver o que a nossa equipe prevê que vai acontecer nesta primeira fase.

Dallas Stars (1.º) Edmonton Oilers (8.º)
46-17-15-4 36-26-11-9
Confrontos na temporada: Dallas 3-1
Confrontos em séries de playoffs: Dallas 5-2
Série mais recente: quartas-de-final de conferência 2001 (Dallas 4-2)

Alexandre Giesbrecht -- A única esperança dos Oilers é que a rivalidade fale mais alto. Ainda assim, precisariam que isso acontecesse nos sete jogos, para tentar alguma coisa no jogo 7. Com o elenco enfraquecido por trocas voltadas para a diminuição da folha de pagamento, o time deve oferecer pouca, senão nenhuma resistência ao Dallas, que passou a temporada quase inteira com a pecha de melhor time da atualidade, embora tenha perdido um pouco o ritmo com as contusões de algumas de suas principais estrelas. A primeira fase servirá mais para deixar Guerin e Turgeon se recuperando. Dallas 4-0
Daniel Rocha -- O Edmonton Oilers chegou a essa fase claramente pela ausência de adversários. O Los Angeles teve sua equipe mais presente no hospital do que no gelo, os Coyotes se mostraram um peso morto e os Predators ainda têm um longo caminho a percorrer. Essa ausência de adversários levou a fraca equipe dos Oilers, sem Carter e Niinimaa, a uma série frente à equipe mais poderosa da liga no momento. Qualquer resultado que não seja uma varrida será decepcionante em Dallas. A não ser que você acredite que MacTavish ainda tem algum coelho para tirar da cartola. Dallas 4-0
Fabiano Pereira -- Os Stars contrataram diversos jogadores no começo e durante a temporada. Os Oilers, diante dos eternos problemas de dinheiro, mandaram gente embora. Apesar disso, parece que equipe de Alberta conseguiu alguma química neste final de temporada, mas nada que ameace os Stars. Ou alguém sonha com os Stars eliminados pelos Oilers? Podem dizer: "Mas os Oilers jogam com vontade!" E os Stars, não? Dallas 4-1
Marco Aurelio Lopes -- Melhor time do Oeste, uma seleção de craques, seja no ataque ou na defesa, e um emergente candidato ao Vezina em Marty Turco. Tudo isso faz dos Stars candidatos à Stanley Cup. Os Oilers já fizeram muito em conseguir retornar aos playoffs, mesmo com a importante perda de Anson Carter. O Dallas parece disposto a esquecer de vez o fracasso da temporada passada, apostando em um jogo mais ofensivo, o que aliviou a pressão sobre a defesa, que também evoluiu. A juventude e a motivação dos Oilers não deverão ser páreo. Dallas 4-1
Marcelo Constantino -- O sexto encontro em sete anos de uma das grandes rivalidades recentes no Oeste! Bem, os Oilers só venceram o primeiro deles, na clássica série de primeira fase de 1997, culminando com um fantástico jogo 7. Daquele feito sensacional em diante, foram despachados pelos Stars em todos os outros. Neste ano não deverá ser diferente, mesmo com o Dallas sofrendo com as contusões de Bill Guerin e Pierre Turgeon, o que deve resultar em ao menos uma vitória para o Edmonton. Fora isso, não há qualquer ponto de equilíbrio entre os times, ainda mais depois que os Oilers explicitaram que não estavam interessados nesta temporada, quando do dia-limite de trocas. Dallas 4-1
Rafael Roberto -- É um confronto interessante, por causa de toda a rivalidade entre esses dois times, porém é um confronto muito desigual, se comparados os plantéis. Mesmo com alguns desfalques importantes, os Stars levam uma vantagem enorme sobre os Oilers, que, de modo estranho, se desfizeram de alguns bons jogadores perto da data-limite de trocas. Dallas 4-1
Thomaz Alexandre -- Um dos confrontos mais interessantes dos últimos anos, tem tudo para não desapontar. Há um mês o Edmonton fugia do Nashville para se classificar, mas subiu tanto que chegou a ameaçar Wild e Ducks, que agora têm jantares românticos marcados com Avs e Wings, respectivamente. Encontraram os Stars, que são um time ofensivo, sim, mas muito menos emocional que os outros campeões de divisão. Ambos os times sofreram muitas mudanças, e em alguns corações a rivalidade pode não estar quente, assunto para que sem dúvida as torcidas terão solução. Se Tommy Salo finalmente superar o Incidente Bielorrússia, os Stars deveriam abrir os olhos. Quem olha para Marty Turco parece ver um goleiro com a experiência em pós-temporada de um Brodeur, e, ao fim desta corrida, pode muito bem ter umas duas dezenas de jogos. Mas ele ainda não tem nenhuma. Dallas 4-1
Vantagem -- Dallas, no máximo por 4-1

Detroit Red Wings (2.º) Anaheim Mighty Ducks (7.º)
48-20-10-4 40-27-9-6
Confrontos na temporada: Detroit 3-1
Confrontos em séries de playoffs: Detroit 2-0
Série mais recente: quartas-de-final de conferência 1999 (Detroit 4-0)

Alexandre Giesbrecht -- Finalmente os Ducks montaram um time que consegue ao menos dar um pequeno calafrio nos grandes. Nada mais do que isso, entretanto. Contra um time que ainda é recheado de estrelas e já há muitos anos dizem que está envelhecendo, mas continua chegando lá, a melhora do Anaheim deve apenas ajudá-los a ganhar ao menos um jogo dos Wings, algo que não conseguiram fazer nas duas outras séries em que se enfrentaram. Detroit 4-1
Daniel Rocha -- Certo, os Ducks não são mais o saco de pancadas da temporada passada, e a equipe cresceu incrivelmente. Mas alguém acredita que uma única linha dos Ducks será capaz de lidar com a forte equipe dos Wings? Pelos Ducks, falamos em Oates, Sykora, Kariya... talvez Thomas, e só. Pelos Wings, basta citar Yzerman, Shanahan, Hull, Lidstrom, Zetterberg, Fedorov. O máximo que os Ducks poderão fazer é pregar uma ou duas peças para cima do Detroit, a não ser que CuJo volte a ter suas atuações "estelares" da temporada. Como bem disseram, atuando como espelho: reflete tudo que bate nele. Detroit 4-1
Fabiano Pereira -- Wings, sem dúvida. Por mais que os Ducks tenham reforçado a equipe e tudo o mais, os Wings já são um time reforçado há um bom tempo. Honestamente, melhor nem escrever, porque as diferenças são óbvias. Detroit 4-0
Marco Aurelio Lopes -- Curtis Joseph tem que mostrar agora que a temporada regular era um aquecimento e que, agora sim, ele está no ponto. O restante do time todo mundo já conhece, e, ainda assim, ninguém parece capaz de parar. O Anaheim volta aos playoffs com os veteranos Oates e Sykora dividindo responsabilidades com Paul Kariya. Sandis Ozolinsh resgatou parte do seu prestígio e comanda a renovada defesa dos Ducks, que também conta com o bom goleiro Giguere para tentar parar Hull, Fedorov e cia. Ainda assim, é pouco para eliminar os Wings em uma série de sete jogos. Detroit 4-2
Marcelo Constantino -- O fato de que, em duas séries já disputadas, os Red Wings nunca perderam para os Ducks em playoffs não quer dizer muita coisa. Naqueles tempos, o Anaheim vivia de Paul Kariya e Teemu Selanne; hoje o time é mais consistente. Por outro lado, é difícil conceber qualquer rateada que o Detroit possa dar nesta série. Isso não acontecerá. A linha mais quente do atual campeão, Zetterberg-Datsyuk-Hull, pode não ser a mesma nestes playoffs, afinal conta com um novato e com um jovem em seu segundo ano de NHL. Mas esta é a chave do time: nunca se sabe de qual linha virá a ameaça. Chelios deverá passar os jogos irritando Kariya, o que geralmente traz bons resultados para os Wings. Sem surpresas por aqui, no máximo um percalço no meio do caminho. Detroit 4-1
Rafael Roberto -- Mais um confronto desleal. Depois da volta de Steve Yzerman e com a boa fase de Brett Hull e sua linha, o Detroit vem jogando como uma verdadeira máquina vermelha e é um dos times mais quentes deste fim de temporada regular. Detroit 4-1
Thomaz Alexandre -- Curtis Joseph não tem nem de perto os melhores números da NHL. Nem de seu próprio time. Mas é ele o titular, e, no mínimo em 60 minutos por jogo, os Wings precisarão dele para vencer. Contra os Ducks deve ser suficiente, já que eles têm um Lidstrom para mandar contra a linha de Kariya, um Yzerman para incentivá-los e a linha Zetterberg-Datsyuk-Hull como uma das mais quentes do fim de temporada. Não fácil, afinal os de Giguerre, Oates e Sykora são os melhores Ducks já vistos, mas suficiente. Detroit 4-3
Vantagem -- Detroit, bem tranqüilo

Colorado Avalanche (3.º) Minnesota Wild (6.º)
42-19-13-8 42-29-10-1
Confrontos na temporada: Colorado 2-1-2
Confrontos em séries de playoffs: Nunca se enfrentaram
Série mais recente: Primeira vez

Alexandre Giesbrecht -- O crescimento dos Avs na reta final e a queda, ainda que pouco acentuada, do Wild não deixa muitas dúvidas quanto ao destino desta série. A empolgação do Colorado, aliás, vai acabar valendo mais que o ataque do time, já que a defesa do Minnesota é muito bem armada. A questão é saber quão duros serão os jogos, mas acho que os Avs não terão grandes problemas para vencer. Colorado 4-2
Daniel Rocha -- Essa é uma série incógnita para mim. O Colorado é amplamente superior em todos os aspectos, desde a experiência até o talento. Porém, Lemaire já levou os então desacreditados Devils ao título em 1995, e não é difícil acreditar que essa equipe possa aprontar nestes playoffs. O inventor da armadilha na zona neutra implantou na sua equipe um esquema que se encaixa perfeitamente a esta fase da Stanley Cup, significando que poucas serão as adaptações a ser feitas. No Avalanche, tudo se deposita no tripé Forsberg-Sakic-Roy, que tem carregado o piano por anos a fio e pode fazer a diferença a qualquer momento. Colorado 4-3
Fabiano Pereira -- O time de Minnesota vai definir um titular para o gol? E, aliás, será que a falta de experiência no gol vai ser um problema? O Wild conseguirá parar Forsberg e sua linha? Vazarão Roy? São tantas perguntas que, por mais competência que o Wild tenha demonstrado, os Avs são muito mais time. Claro que seria interessantíssimo ver uma equipe de expansão bater os Avs, mas sejamos realistas, não? Colorado 4-1
Marco Aurelio Lopes -- De uma vez só, os Avs conseguiram o título da Divisão Noroeste, coroar Forsberg como o vencedor do Art Ross e Hejduk como o vencedor do Maurice Richard. Isso tudo no último dia da temporada. Nada mau para quem passou boa parte da temporada fora da zona dos playoffs, passou por uma mudança de técnico e perdeu o bom Chris Drury na pré-temporada. Motivação suficiente para encarar o novato Wild, que, em sua primeira presença em playoffs (logo em sua terceira temporada), confia na defesa sempre eficiente do treinador Jacques Lemaire e em um grupo de novatos liderados por Marian Gaborik, que calca seu ataque na velocidade. Mas lembre-se: é para os playoffs que Roy reserva seu melhor. Colorado 4-2
Marcelo Constantino -- O Wild vai tentar seguir adiante com seu estilo chato de jogo, mas aqui não é a Conferência Leste, onde um Carolina segue assim até o final. Os Avs deverão usar bastante Peter Forsberg para detonar com a armadilha da zona neutra do Minnesota, assim como distribuir uns trancos aqui e ali, para que os adversários sintam que playoffs é um novo mundo. Feliz por estar aqui, o Wild deve voltar logo para casa, mesmo que Patrick Roy cometa uma extravagância aqui e outra ali. Colorado 4-0
Rafael Roberto -- Enquanto o Colorado conta com jogadores que já provaram o seu valor na NHL e com os principais artilheiros da temporada regular, o Minnesota conta com jogadores empolgados por chegar à pós-temporada pela primeira vez. Talvez por isso, poderão complicar as coisas para os Avs, mesmo assim os grandes favoritos. Colorado 4-1
Thomaz Alexandre -- Falta conjunto aos Avs ou falta um jogador decisivo ao Wild? É muito mais fácil acreditar na segunda opção. Jogando em alta rotatividade, todos os pares defensivos e atacantes marcadores do Minnesota precisam estar igualmente preparados para a linha de Forsberg ou de Sakic. O Wild pode, ou precisa, revezar goleiros. O Colorado tem Patrick Roy. Mesmo com 37 anos, é preciso no mínimo um legítimo campeão de conferência para me fazer apostar contra ele. Colorado 4-1
Vantagem -- Colorado. De lavada? Não houve consenso

Vancouver Canucks (4.º) St. Louis Blues (5.º)
45-23-13-1 41-24-11-6
Confrontos na temporada: Vancouver 2-1-1
Confrontos em séries de playoffs: Vancouver 1-0
Série mais recente: quartas-de-final de conferência 1995 (Vancouver 4-3)

Alexandre Giesbrecht -- O St. Louis vem numa curva descendente. O Vancouver, também. Só que a queda do Vancouver foi mais acentuada por um desastre no último dia da temporada, quando perdeu... Bem o resto do pessoal fala sobre isso aí embaixo. O rendimento dos Canucks vai depender muito da moral da sua primeira linha. Naslund tem que assumir seu papel de capitão, algo que Pronger vai certamente fazer em St. Louis. Se este último vai render o esperado, ainda é uma incógnita. Mas a temporada dos Canucks foi boa demais para cair logo de cara. Vancouver 4-2
Daniel Rocha -- A série mais agradável de ser vista nesta fase certamente será esta. O talento da jovem equipe dos Canucks, em especial da linha Naslund-Morrison-Bertuzzi é absolutamente impressionante, e a equipe já mostrou nos playoffs passados que pode surpreender. Os Blues chegam novamente à fase final como amarelões, sendo a equipe com mais anos seguidos a chegar às fases finais, mas jamais ter vencido a Stanley Cup. Terão como principais atrativos a volta de seu capitão Chris Pronger, que se machucou ainda na fase final da última temporada, e finalmente um goleiro que pelo menos possui experiência, em Chris Osgood. Vancouver 4-3
Fabiano Pereira -- A melhor série do Oeste na primeira rodada. De um lado, Naslund e Bertuzzi. Do outro, MacInnis e um recém-recuperado de contusão Chris Pronger. Se Pronger estiver em forma para os playoffs, é um grande vantagem para os Blues, que voltarão a ter uma super-defesa, já que MacInnis e Jackman têm formado um par excelente. E é bom que o grandalhão da linha azul do St. Louis esteja bem, porque ele vai ser imprescindível para parar Bertuzzi. Cloutier voltando de contusão também. Chris Osgood do outro lado. É, vai ser uma bela série... St. Louis 4-2
Marco Aurelio Lopes -- Tudo que os Avs conseguiram no último dia, agradeça aos Canucks, que não conseguiram vencer os já eliminados Kings, sem fazer um único golzinho. Ou seja, é um time que certamente ainda procura respostas. Já os Blues, perenes participantes dos playoffs, recebeu no final da temporada o importante reforço do capitão Chris Pronger, que, ao lado do veteraníssimo Al MacInnis (vindo de temporada estelar) e do melhor defensor novato da liga, Barrett Jackman, terá que produzir em dobro, já que a dupla dinâmica dos Canucks, Naslund e Bertuzzi, deverá dificultar, e muito, a vida do questionável Chris Osgood. Se o ataque dos Blues resolver funcionar, pode ser o diferencial na série. Vancouver 4-3
Marcelo Constantino -- Depois de perder, na última rodada, o título da Divisão Noroeste (título este que o time carregou nas mãos desde o início) para o Colorado Avalanche e de ver seu craque Markus Naslund ser ultrapassado na artilharia, também na derradeira rodada, por Peter Forsberg, também dos Avs, os Canucks certamente entrarão nos playoffs baqueados. Nada daquele time jovem e rápido que estava pegando fogo. Encontrarão um St. Louis pela frente com seu capitão de volta, com seu estilo de jogo duro e com experiência pra dar e vender em playoffs. Os Blues deverão usar Pronger e o novato Jackman para neutralizar a única linha que realmente conta no Vancouver, a infernal Naslund-Morrison-Bertuzzi. Se conseguirem isso e se Osgood não atrapalhar, é mais um adeus precoce para os canadenses. De qualquer forma, a sina dos Blues é cair na segunda fase. St. Louis 4-2
Rafael Roberto -- É a série mais equilibrada do Oeste, mas, ainda assim, a balança favorece o Vancouver, que, mesmo perdendo a terceira posição no final da temporada, tem um elenco que está em grande fase, um goleiro sólido o ano todo e enfrenta um time frio, que perdeu os últimos cinco jogos que disputou. Vancouver 4-2
Thomaz Alexandre -- O Vancouver veio cambaleante no fim da temporada, e o St. Louis sempre pareceu que iria cambalear, mas se manteve. Ambos os times têm profundidade, mas a linha decisiva dos canadenses inspira mais confiança, e seu goleiro, menos desconfiança. A saúde também não ajuda os Blues, o que leva a crer que algo como uma inspiração no retorno de Pronger ou uma nova explosão de combinações, como Demitra-Tkachuk ou Stillman-Weight-Boguniecki, seja necessária para dar chance aos Blues. Vancouver 4-3
Vantagem -- Vancouver, mas por pouco

CONFIANÇA NELE Com Marty Turco no gol, os Stars, primeiros colocados no Oeste, têm esperanças de mais um título (Donna McWilliam/AP - 06/04/2003)
 
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Página publicada em 9 de abril de 2003.