Chegou
aquela hora por que todos estavam esperando. Nã, não estamos
falando dos playoffs. Estamos falando dos nossos já tradicionais
pitacos de playoffs. No ano passado, Alexandre Giesbrecht provou ter
a melhor bola de cristal, mas contou com a desistência de alguns
concorrentes pelo caminho e olha que o Rubinho não estava
concorrendo.
Vamos ver o que a nossa equipe prevê que vai acontecer nesta primeira
fase.
Ottawa Senators
(1.º) |
New York Islanders
(8.º) |
52-21-8-1 |
35-34-11-2 |
Confrontos na temporada:
Ottawa 2-1-1
Confrontos em séries de playoffs: Nunca se enfrentaram
Série mais recente: Primeira vez |
Alexandre Giesbrecht -- Pobres Isles. Além
de terminarem a temporada regular quase dando de graça a vaga
para os arqui-inimigos Rangers, pegaram logo de cara o novo detentor
do Troféu dos Presidentes. A defesa do time de Nova York é
até respeitável, mas somente no papel. Com o bombardeio
que devem receber do forte ataque dos Sens, não vão agüentar
muito tempo. Para piorar, o seu próprio ataque não vem
bem, e vão enfrentar uma defesa babando para provar que pode
ser agressiva quando realmente importa. Ottawa
4-1
Daniel Rocha -- Ao contrário do que muitos dizem, não acho que
será uma série fácil para a equipe de Ottawa. Certamente, os Sens estão
mais profundos nesta temporada e contam com uma equipe mais madura,
mas vão enfrentar um time que tem Peca e Yashin (esse último
uma incógnita: se aparecer para jogar, finalmente, nos playoffs, pode
decidir a série). O que deve eliminar os Isles é a sua defesa, eternamente
machucada. Ottawa 4-1
Fabiano Pereira -- O grande problema para os Sens é se
eles agüentariam um time com força física. O grande
problema dos Isles é se eles agüentam um time com muito
poder ofensivo. E a grande conclusão que tiro é que os
Isles não serão páreo para os Senators, que, convenhamos,
aprenderam a lidar com times que só batem, exatamente porque
eles adicionaram jogadores para conter isso. E os Isles, bem, vai depender
de Yashin. E os Senators sabem muito bem o que é depender dele
na pós-temporada... Ottawa 4-1
Marco Aurelio Lopes -- Quem poderia imaginar que um time falido
poderia ser o melhor da NHL? Pois esse time são os Senators,
que, mais uma vez, têm a chance de mostrar que podem ir longe
em playoffs. Ao time do ano passado, adicionou-se importantes peças,
como Ray e Varada, para dar o tom de agressividade que faltou em anos
passados. Além disso, Smolinksi deu solidez às linhas
inferiores. Já os Islanders venceram sua disputa particular com
os rivais Rangers para a última vaga. E isso já deve ser
comemorado. Com Snow ou DiPietro no gol, os Isles podem até complicar
a série, mas Alfredsson, Havlat, Hossa e companhia são
demais para eles. Ottawa 4-1
Marcelo Constantino -- Os Islanders classificaram-se da forma
mais melancólica possível e ainda encaram pela frente
o time que liderou a NHL em pontos na temporada regular. Barbada? Não
é bem assim. Sabendo da famosa carência de força
física dos jogadores do Ottawa, Mike Peca & cia. deverão
usar e abusar de trancos e jogadas ríspidas. Mas nada que os
brutais Ray e Chara, assim como os destemidos Neil e Varada, não
possam resolver. Ou seja, temos aqui um time com seguranças particulares
no gelo. O jogo físico e uma eventual, embora surpreendente boa
campanha de Alexei Yashin na série deverão garantir umas
duas vitórias aos Isles, nada muito além disso. Ottawa
4-2
Rafael Roberto -- Depois de lutar desesperadamente (sem sucesso)
para classificar os Rangers, os Islanders entram nos playoffs como o
time mais frio entre todos os 16 e enfrentarão o melhor time
da temporada regular, que não deve encontrar muitas dificuldades
para vencer a série. Ottawa 4-1
Thomaz Alexandre -- Se cada um dos times fosse ao gelo imaginando
ver o Toronto Maple Leafs do outro lado, essa seria a primeira série
de playoffs censurada para o horário nobre. Mas, para ter a chance
da tão esperada revanche, um deles precisa vencer no mínimo
esta série. O time de Nova York deve jogar um pouco melhor do
que o que apresentou nas semanas finais fugindo (?) dos Rangers, com
mais foco da defesa. Diferente de Sens x Sabres na primeira rodada de
1999, Alexei Yashin está em outro time, e esse é o mesmo
de Michael Peca, o que leva a crer que desta vez o russo passe de zero
ponto. Mas o Ottawa está há muito se articulando para
montar um time de playoffs, e, se desta vez eles conseguiram, primeira
rodada não é fim para eles. Ottawa
4-3
Vantagem -- Ottawa. Por 4-1?
New Jersey Devils (2.º) |
Boston Bruins (7.º) |
46-20-10-6 |
36-31-11-4 |
Confrontos na temporada:
New Jersey 2-1-1
Confrontos em séries de playoffs: New Jersey 2-1
Série mais recente: quartas-de-final de conferência
1995 (New Jersey 4-1) |
Alexandre Giesbrecht -- Um time que caiu vertiginosamente
(Boston) contra um time (New Jersey) que se destacou por... não
marcar gols. Mas os Devils têm uma defesa segura, o que fez eles
ganhar uma série de jogos de placar baixo. Se bobear, os Bruins
vão ter problemas até para marcar. New
Jersey 4-0
Daniel Rocha -- Essa deve ser a série mais rápida dos playoffs.
Os Bruins mostraram claramente que ainda não tinham equipe para enfrentar
um jogo mais amarrado quando foram eliminados pelos frágeis Canadiens
no ano passado, tendo como fato mais marcante da série a tentativa de
assassinato de Zednik por MacLaren. Por outro lado, os Devils atuam
sempre como se fosse jogo de playoff: fechados na defesa e aproveitando
toda e qualquer oportunidade de ataque. Conta ainda a seu favor o fator
goleiro, já que Brodeur vale muito mais que Hackett ou Shields
ou até os dois juntos. New Jersey 4-0
Fabiano Pereira -- Steve Shields/Jeff Hackett contra Martin Brodeur.
A única semelhança entre os Bruins e os Devils é
a falta de ataque, já que ambos os times dependem de alguns poucos
jogadores para marcar os gols. Entretanto, a profundidade, o esquema
tático e o desejo de vencer dos Devils é mil vezes superior
ao dos Bruins. Fora que uma defesa com Rafalski, Stevens, Daneyko, Niedermayer,
White e Tverdovsky impressiona. New Jersey 4-1
Marco Aurelio Lopes -- Por boa parte da temporada, essas posições
estavam invertidas na tabela. Se mudou agora, é porque os Devils
evoluíram e os Bruins caíram de produção.
Exatamente. Sem mudar suas peças e com Brodeur sempre constante,
os Devils parecem prontos para apagar o vexame dos playoffs de 2002,
quando perderam em seis jogos para o Carolina. Já o Boston trocou
goleiro, defensor e até treinador. Garantiu sua vaga pelo bom
início, não pelo momento atual. O estilo "copeiro"
dos Devils deverá fazer a diferença em uma série
que, no entanto, pode se estender. Afinal, os Bruins ainda querem provar
que têm valor. New Jersey 4-2
Marcelo Constantino -- Incrível é como os Bruins
caíram de favoritos a grande decepção da temporada.
Um início quentíssimo chegava a dispensar as presenças
de Samsonov, Lapointe, MacLaren e Dafoe. Depois, um fim melancólico.
Os Devils ainda possuem uma preocupante deficiência ofensiva,
que poderia ter sido resolvida se tivessem oferecido uma buginganga
melhor aos Coyotes por Amonte. Não o fizeram, então baseiam
seu jogo nas atuações invariavelmente sólidas de
Martin Brodeur e seu consistente sistema defensivo. Se o jogo cair para
o lado físico, sem problemas para o New Jersey também:
Scott Stevens está no fim da carreira, mas ainda causa temor.
Vitória do Boston aqui é zebra feia. New
Jersey 4-1
Rafael Roberto -- Enquanto os Devils perderam apenas uma vez
nos últimos dez jogos, os Bruins conseguiram vencer apenas quatro
vezes. O Boston conta com Joe Thornton, que vem tendo uma grande temporada
e é um dos artilheiros da NHL. Do outro lado, o New Jersey conta
com Martin Brouder, e nesse confronto os Devils levam vantagem, já
que a atuação de um goleiro vale muito mais do que a atuação
de uma estrela solitária. New Jersey 4-1
Thomaz Alexandre -- Os Bruins contam apenas com seu ótimo
ataque. E os Devils só não contam com isso. Dos campeões
do Atlântico já sabemos o que esperar, mas será
que os Bruins podem se comprometer mais com a defesa? Se puderem, o
que é difícil para um time que, mesmo em má posição,
garantiu a classificação com várias rodadas de
antecipação, o placar pode virar de 4-1 Devils para qualquer
coisa mais favorável ao Boston. O que eu não aposto que
aconteça, apesar de um ou dois jogos com placares estranhos parecerem
estar marcados para esta série. New Jersey
4-2
Vantagem -- New Jersey, também
tranqüilo
Tampa Bay Lightning
(3.º) |
Washington Capitals
(6.º) |
36-25-16-5 |
39-29-8-6 |
Confrontos na temporada:
Washington 3-2
Confrontos em séries de playoffs: Nunca se enfrentaram
Série mais recente: Primeira vez |
Alexandre Giesbrecht -- É difícil
apostar nos Bolts, já que a sua performance patética nos
últimos anos causa uma má impressão que uma temporada
regular apenas mediana não conseguiu apagar. E os Capitals ainda
contam com Jaromir Jagr, que parece estar voltando a seu auge. Mas...
Khabibulin tem sido inviolável no último mês, e
Jagr está voltando de contusão, ainda longe dos 100%.
Com um conjunto um pouco mais equilibrado, aposto no Lightning. Tampa
Bay 4-3
Daniel Rocha -- A série mais tosca dessa fase, certamente. Dois
times da pior divisão da liga, negando o que escrevi na última matéria,
quando disse que nenhuma equipe da SouthLeast chegaria as semi-finais
de conferência. O Lightning tem a seu favor o fator Khabibulin, em compensação,
é só isso. Podem falar de Martin St. Louis, Lecavalier ou quem quiser,
somente o Bulin Wall decide. Na equipe da capital dos EUA, conta a favor
os experientes Kolzig, Gonchar, Jagr e Bondra. Tudo indica uma vantagem
do Capitals, mas Khabibulin será a pessoa a decidir a série. Washington
4-2
Fabiano Pereira -- Olha, por mais que falem que os Capitals têm
mais experiência em playoffs, que eles têm Jagr e Kolzig,
eu aposto no Lightning. Do jeito que Khabibulin tem jogado, a molecada
tem-se sentido bem em jogar à frente dele. Lembremos também
o quanto os Caps são instáveis... Tampa
Bay 4-2
Marco Aurelio Lopes -- No ano passado o vencedor da fraquíssima
Divisão Sudeste chegou à final da Stanley Cup. Neste ano
seus dois representantes nos playoffs se encontram logo de cara, e surpreendendo:
o Lightning vem como campeão da divisão, mesmo com um
time sem estrelas (afinal LeCavalier segue sendo um projeto de craque,
e Khabibulin ainda precisa mostrar que é bom de playoffs, quando
o bicho pega). Os Capitals começaram a se classificar aos playoffs
quando trocaram o retranqueiro Ron Wilson pelo camarada Brian Cassidy,
que devolveu ao time uma postura ofensiva, obrigatória quando
se tem Jagr, Bondra e Gonchar no elenco. Deve ser uma das séries
onde o mando de gelo seja revertido logo de cara, afinal a juventude
do Tampa Bay deverá sucumbir à experiência do Washington.
Washington 4-1
Marcelo Constantino -- A Divisão Sudeste envergonha a
NHL. Seguramente a série menos interessante desta primeira fase,
traz ambos os times de volta aos playoffs. O Tampa Bay já deveria
dar-se por satisfeito por estar aqui, mas, já que tem os Caps
pela frente, não custa nada tentar avançar. Afinal, aquele
cara do Washington que usa camisa 68 com nome Jagr escrito é
um impostor, não é o mesmo que um dia foi considerado
o melhor do mundo em Pittsburgh. Ele já anda declarando que "não
pode fazer o que fazia antes", o que só faz provar esta
teoria. Deverá ser um confronto apertado, nada muito digno de
playoffs da Stanley Cup, mas a superioridade ofensiva dos Capitals deverá
(deveria, ao menos) se fazer presente nesta pós-temporada para
furar o goleiro-sensação Nikolai Khabibulin. Washington
4-3
Rafael Roberto -- Os dois times que brigaram a temporada inteira
pelo título da Divisão Sudeste agora se enfrentam logo
na primeira rodada. Mesmo sem o mando do gelo, os Capitals levam vantagem,
por ter um time mais experiente que o do Tampa Bay. Washington
4-2
Thomaz Alexandre -- Disputa do Sudeste, para a qual o Tampa Bay
vem com Khabibulin quente e o Washington, com Jagr dolorido e o time
cansado da excursão pelo Canadá. Por outro lado, o Lightning
se segurou na segunda metade da temporada, enquanto os Caps ressurgiram
nela. Nesa série nivelada por baixo, o Tampa Bay pode começar
a tomar as rédeas no jogo 4 dependendo da condição
física dos Caps. Tampa Bay 4-2
Vantagem -- Washington, não
por muito
Philadelphia Flyers
(4.º) |
Toronto Maple
Leafs (5.º) |
45-20-13-4 |
44-28-7-3 |
Confrontos na temporada:
2-2-0
Confrontos em séries de playoffs: Philadelphia 3-1
Série mais recente: quartas-de-final de conferência
1999 (Toronto 4-2) |
Alexandre Giesbrecht -- Os Flyers montaram
um ataque mais do que respeitável com as trocas nesta temporada.
Apesar disso, continuam sendo mais eficientes na defesa que no ataque.
Já os Leafs acabaram trazendo apenas pacientes para o hospital
da região mas pacientes que podem decidir um jogo de playoffs
mesmo longe dos 100%. O desacreditado Belfour deu a volta por cima em
Toronto, enquanto Cechmanek continua sendo Cechmanek. Se a defesa segurar
o tranco, os Flyers levam, mas com dificuldades. Philadelphia
4-3
Daniel Rocha -- Ambos se reforçaram muito para a fase final.
Os Flyers trouxeram Kapanen e Amonte para ajudar ofensivamente o esquema
sabidamente defensivo adotado por Ken Hitchcock. Como o confronto já
era esperado há algum tempo, os Leafs contra-atacaram com Nolan,
Housley e Gilmour, além da já conhecida fama da equipe de elevar seu
nível, além das suspeitas marcações favoráveis à equipe. A meu
ver, será uma série decidida pelos goleiros. Sinceramente, Cechmanek
inspira alguma confiança? Toronto 4-2
Fabiano Pereira -- Deus do céu. O apocalipse na terra.
Dois times que jogam até o extremo se encontram na primeira rodada.
Talvez seja a série com mais contusões nestes playoffs,
além de penalidades e brigas. Entretanto, os Leafs dependem da
volta de muitos jogadores importantes, como Gary Roberts e Owen Nolan.
Por isso, aposto nos Flyers, que estão (quase) inteiros. Philadelphia
4-3
Marco Aurelio Lopes -- A mais equilibrada das séries,
e, neste caso, os detalhes fazem a diferença. O Toronto e seus
veteranos retornam aos playoffs com Belfour no lugar de Joseph e, acreditem,
conseguiu melhorar ainda mais no gol, já que o Águia teve
uma de suas melhores temporadas e parece disposto a erguer de novo a
taça. O gol, por sinal, segue sendo o principal problema dos
Flyers, que forçam seu jogo no ataque ainda mais forte com a
chegada de Tony Amonte. Com tantos veteranos e um equilibrio único,
a série deve ser das mais longas e duras desta primeira rodada.
Assim, os jovens podem decidir quando as pernas cansarem. Nos Flyers,
Somik, Williams, Murray e Seidenberg parecem prontos. Nos Leafs, bem,
os Leafs não têm a juventude dos Flyers, e é nisso
que os canadenses podem se dar mal. Philadelphia
4-3
Marcelo Constantino -- Este será o grande confronto desta
primeira fase dos playoffs de 2003. De um lado, um time com estilo amarrado,
cada vez mais com a cara de seu treinador, o eficiente e competente
retranqueiro Ken Hitchcock. Os Flyers tinham ainda dificuldades ofensivas
na temporada, aparentemente sanadas com a chegada do artilheiro Tony
Amonte, pérola contratada em troca de um carregamento de biscoito
de polvilho. Do outro lado, o time que joga mais aberto na liga dente
os 16 restantes, até porque possui a pior das defesas (salve,
Belfour!). A ousadia da gerência canadense no dia-limite de trocas
acabou neutralizada por uma série de contusões logo a
seguir. Aqui aposto na raça e no coração do time
da torcida mais fanática do Canadá contra a frieza de
Philadelphia. Toronto 4-3
Rafael Roberto -- É o confronto mais equilibrado de todos
os playoffs. Os Flyers têm um time equilibrado e experiente, enquanto
os Maple Leafs têm um time reforçado depois de algumas
trocas e um goleiro que já provou ser capaz de vencer uma Stanley
Cup. Toronto 4-3
Thomaz Alexandre -- Apesar de muito investimento na data-limite,
os Leafs ainda não estão saudáveis. São
velhos e têm pouca defesa. E enfrentam os Flyers, que, após
a vinda de Amonte, acreditam ter poder ofensivo e, após três
anos, confiam não é piada que Cechmanek
é goleiro. Se a arbitragem deixar. Philadelphia
4-1
Vantagem -- A série mais
equilibrada até aqui
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MOTIVOS PARA COMEMORAR Com
o Troféu dos Presidentes na mão, os Sens de Martin
Havlat, Peter Schaefer e Karel Rachunek são os grandes favoritos
no Leste (Joe Giza/Reuters - 03/04/2003) |
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