Mikael Samuelsson primeiro enfretou o grande Hal Gill, depois Evgeni Malkin e finalmente Marc-André Fleury.
Ao final dessa seqüência, Samuelsson marcou outro gol, e os Red Wings estavam com o tipo de vantagem que eles têm uma vasta experiência em desperdiçar. Os gols de Samuelsson foram as pedras fundamentais da construção da vitória por 4-0 nos Wings ontem à noite, na Joe Louis Arena, quando as finais da Copa Stanley, entre Detroit e Pittsburgh começaram.
"Esse sentimento foi maravilhoso, é claro", disse Samuelsson. "É óbvio que eu adoro marcar gols. No segundo, não sei exatamente o que aconteceu. Passei pela marcação e o disco meio que ficou comigo. Havia uns caras ali, mas eles não conseguiram pegar o disco, então eu simplesmente chutei a gol."
Samuelsson pode adorar marcar gols, mas ele só tinha dois antes de ontem nos playoffs, apesar de ter sido membro da segunda linha até ser rebaixado à terceira há dois jogos e apesar de ser presença constante como homem da parte direita da linha azul na segunda equipe de vantagem numérica. Seus técnicos e colegas ficam batendo sempre na mesma tecla com ele: Chute o disco, chute o disco, chute o disco.
"Ele teve algumas chances, e ficamos dizendo que ele tem de chutar mais", explicou Nicklas Lidström. "[Ontem], mesmo sendo um deles ao redor da rede, ele pressionou o gol adversário, e era isso que queríamos que ele também fizesse. Às vezes, ele tem uma tendência de brecar e procurar passar o disco, ao invés de chutá-lo, mas queremos que ele chute mais."
Samuelsson chutou cinco vezes a gol ontem, mais que qualquer jogador dos Penguins, atrás apenas dos oito chutes do colega Henrik Zetterberg. O primeiro gol de Samuelsson mostrou seu talento, quando ele recolheu o disco antes da linha vermelha e seguiu adiante na zona dos Penguins, dançando em volta de Rob Scuderi e indo atrás do gol antes de mandar de backhand por entre Fleury e a trave, aos 13:01 do segundo período.
"Achei que foi um belo esforço individual no primeiro gol, quando ele foi bem paciente com o disco, iludiu o goleiro e foi por trás da rede", elogiou Lidström. "No segundo, ele pressionou forte o gol e, quando ele faz isso, seu grande corpo é difícil de ser parado."
O segundo gol de Samuelsson veio aos 2:16 do terceiro período. Ele choucou-se contra Gill — com dois metros e 113 kg, ele tem bons 12 centímetros e 16 kg a mais que Samuelsson — atrás do gol e voou para a frente do mesmo, onde Malkin tentava controlar um disco solto. Samuelsson chegou primeiro, dominou com o taco e chutou antes que Fleury pudesse piscar. Com isso, os Wings tinham uma vantagem de dois gols e menos de um período pela frente para protegê-la.
"Quando ele marcou o segundo, foi um grande momento para abrir dois gols de vantagem", disse Zetterberg.
Samuelsson também cavou uma penalidade para cima de Jarkko Ruutu no final do terceiro período.
"O disco estava vindo, eu estava frustrado e só tentando dominá-lo, mas acertei [Samuelsson] um pouquinho, meio que ele se jogou ali", disse Ruutu.
As estatísticas de Samuelsson ao final do jogo mostravam dois gols, uma penalidade cavada, cinco chutes, uma roubada de disco e um chute bloqueado.
Grandes gols em grandes jogos não são algo incomum para Samuelsson; um ano atrás, ele fechou a série na segunda fase contra o San Jose ao marcar duas vezes no jogo 6. Perguntaram a ele depois da erupção de ontem se daqui a 20 anos ele ainda vai falar deste jogo. Samuelsson sorriu.
"Ligue para mim em 20 anos", brincou. "Não sei. Só estou vivendo o momento. Acho que jogamos bem como um time [ontem]. Tive sorte de ter sido o que marcou dois gols."