Quando você cobre a NHL, as pessoas costumam fazer perguntas como se você fosse o dono da coisa — amigos, família, remetentes aleatórios de e-mails, os freqüentadores mais polidos de SportingNews.com. Pode parecer uma lista sem fim de questões. Muitas opiniões são válidas, mas outras, apresentadas como certezas, são apenas mitos.
É hora de desvendar alguns deles.
Mito 1: Não há mais trancos
A NHL não proibiu os trancos (ora, ela não consegue nem se livrar dos trancos sujos; o pessoal continua deixando o cotovelo mais alto do que deveria). Este ainda é um esporte de contato físico. Sim, as brigas diminuíram, trancos em cruz são raros e muito do contato ao longo das bordas e nos cantos tem sido limitado. Não há como negar isso. Mas ainda há trancos. Bons e duros trancos — em gelo aberto e nas bordas.
O problema está no meio-termo,
os engalfinhamentos, o inevitável contato físico entre os jogadores quando eles brigam pelo disco. Esse contato incidental agora faz com que apitos sejam trilados. Por causa disso, os jogadores têm hesitado até na hora de dar um tranco de verdade na maior parte das vezes. Quem tenta geralmente passa impune — apropriadamente. Só que é só bater de leve em um adversário que o mesmo jogador vai provavelmente acabar no banco de penalidades por interferência. Os árbitros apontam segurada quando não há nenhuma pausa discernível na jogada. Eles apontam enganchada quando o taco é esfregado no adversário. O agarra-agarra tinha ficado exagerado demais. Agora, as penalidades estão exageradas demais.
Mas quem reclama tem de admitir que este é o jogo que se pedia há cinco anos. O agarra-agarra sumiu. O manuseio sujo de tacos diminuiu. Eles conseguiram o que queriam, com o leve toque de ter de ver penalidades meticulosas demais. Mas você tem de ceder um pouco para ganhar um pouco. Reclamantes, aproveitem o que vocês conseguiram de volta: velocidade, técnica, gols e estrelas ofensivas.
Mito 2:
O calendário desequilibrado é bom para as rivalidades, e, além do mais, ninguém quer mesmo ver jogos fora da conferência
Dá um tempo. A NHL costumava ser uma das quatro grandes ligas esportivas; agora é uma liga de fundo de quintal. E, sim, até o que é bom pode ser demais. A paixão e a intensidade não aumentam a cada jogo contra times da mesma divisão. Só confrontos nos playoffs fazem isso acontecer. Mas ainda estamos na temporada regular, e, mesmo quando pontos valiosos estão em disputa na divisão, o exagero que envolve o sétimo e o oitavo jogos entre os times parece mais forçado do que qualquer outra coisa.
Já o desdenho por jogos interconferências, sim, sempre haverá jogos menos desejáveis no calendário, mas, quando os Coyotes lotam o estádio porque as pessoas querem ver Sidney Crosby, você tem de acreditar que outras cidades no Oeste também o fariam. Não dá para anunciar as jovens estrelas e esperar que a torcida se apegue a eles e siga suas carreiras quando ela só pode vê-los ao vivo uma vez a cada três temporadas.
Mito 3: Todo verdadeiro torcedor de hóquei odeia as disputas de pênaltis
Em princípio, isso seria uma verdade incontestável. Torcedores de verdade não querem uma competição artifical de habilidades para decidir um jogo. Mas, na verdade, essa adição trouxe um pouco de emoção e a graça de se ter um vencedor todas as noites. Todos ficam ansiosos em uma disputa de pênaltis. Todos. É difícil achar alguém que deixe o estádio logo depois de uma prorrogação sem gols. Por que os puristas que protestam não correm para os portões de saída? E nenhum torcedor, técnico, gerente geral ou jogador se ofereceu para devolver aquele ponto extra ganho na disputa de pênaltis. Que o pessoal do hóquei não gosta dela não há como negar. Teoricamente é só uma má idéia. Só que, na prática, ela é divertida — para todo mundo.
Mito 4: É melhor ter jogos da NHL no canal Versus do que na ESPN
Espere, a úncia pessoa que acredita nisso é Gary Bettman. Deixe para lá.