Em duas grandes negociações na última semana,
Dallas Stars e Calgary Flames arremataram dois dos mais desejados jogadores
disponíveis no mercado.
Os Stars foram buscar no Phoenix Coyotes o veloz atacante Ladislav Nagy,
de 27 anos, acreditando que o jogador seja parte da solução
do maior problema da equipe: a carência de gols. Em 56 partidas
o time marcou 152 gols, tendo o segundo pior ataque dentre os oito primeiros
colocados da Conferência Oeste.
Embora Nagy não seja reconhecidamente um goleador, sua velocidade
e visão de jogo serão muito bem-vindos a Dallas, onde
os dois maiores pontuadores do time são defensores. Pelos Coyotes
o eslovaco marcou oito gols e 41 pontos em 55 jogos na atual temporada,
sendo o artilheiro da equipe. Em seis temporadas, foram 92 gols e 249
pontos em 321 jogos. Nada mal.
Reconhecendo a deficiência do ataque do time o gerente geral Doug
Armstrong decidiu agir, oferecendo aos Coyotes sua escolha de primeira
rodada no próximo recrutamento e o atacante Mathias Tjarnqvist,
que aos 27 anos nunca chutou em lugar nenhum. Dizem por aí que
os Stars pagaram caro por Nagy, principalmente porque o jogador será
agente-livre irrestrito ao fim da temporada e estava supervalorizado
pelo interesse de outras equipes. Será que um atacante tão
talentoso e relativamente jovem não vale uma boa escolha no recrutamento?
Agora cabe à gerência negociar um contrato justo para que
o jogador permaneça na equipe nos próximos anos.
Era questão de tempo até que Nagy fosse rifado pelos Coyotes.
O jogador não se interessou pela proposta de renovação
de contrato com o time do deserto e desde então não restava
outra saída para as partes. Prova disso é que após
a troca a equipe tratou de negociar a permanência do capitão
Shane Doan, outro que teria seu vínculo extinto em julho e despertava
o interesse alheio. Dois dias após a saída de Nagy o Phoenix
estabeleceu um novo contrato de cinco anos com Doan.
Talvez com um pouco mais de tempo os Coyotes conseguissem algo melhor
por Nagy, mas isso é apenas uma suposição. Há
casos piores, como o do Boston Bruins, que recebeu um pacotão
do mal por Brad Stuart, hoje nos Flames.
Stuart era o defensor mais badalado do mercado e de certa forma seu
destino surpreendeu, porque o Calgary não estava entre os times
mais cotados para recebê-lo. No entanto, não é surpresa
ver o gerente geral Peter Chiarelli, dos Bruins, fazendo besteira. E
ele é claro ao afirmar: "Eu não quero enviar a mensagem
de que estamos jogando a toalha". Tarde demais. Os torcedores já
jogaram a toalha faz tempo.
Os Bruins receberam em troca o atacante Chuck Kobasew e o defensor Andrew
Ference. Kobasew nunca empolgou, é do tipo eterna promessa, recrutado
na primeira rodada em 2001, mas pode ser que um dia chegue a vez dele.
Aos 24 anos, está em sua quarta temporada, somando 34 gols e
71 pontos em 210 jogos. Ference, de 27 anos, foi surpreendido pela troca.
É um defensor razoável, com mais três anos de contrato.
Embora não fizesse uma grande temporada, Stuart, de 27 anos,
valia mais do que esse pacotão. Assim como Nagy, o jogador foi
trocado porque a gerência de seu time não conseguiu acertar
sua renovação contratual. É a incompetência
fazendo escola na NHL. Lembrando que Stuart foi o jogador chave da negociação
que levou Joe Thorton para o San Jose Sharks — e um ano depois,
o retorno da troca é repassado adiante, ou seja, os Bruins ficaram
sem ambos.
Os Flames fortaleceram ainda mais sua defesa, que já contava
com Dion Phaneuf, Robyn Regehr e Roman Hamrlik. É a aposta da
gerência para conduzir o time ao primeiro lugar da acirrada Divisão
Noroeste e a uma longa corrida nos playoffs. Pode ser que eles não
consigam, mas ninguém poderá dizer que a gerência
foi omissa.
Junto de Stuart veio também Wayne Primeau, um famoso zero à
esquerda, e uma escolha condicional no recrutamento.
Outras três negociações esquentaram o mercado durante
a semana. Todas sem muita repercussão.
O Nashville Predators adquiriu o central Eric Belanger do Carolina Hurricanes
e o enviou para o Atlanta Thrashers em troca do defensor Vitaly Vishnevski.
Vantagem para os Predators, porque adquiriram um defensor forte e agressivo.
Os Hurricanes por sua vez receberam de volta o central Josef Vasicek,
campeão com a equipe na temporada passada e que não vinha
sendo aproveitado em Nashville. O New York Rangers cedeu o atacante
Adam Hall para o Minnesota Wild em troca de Pascal Dupuis, um bom matador
de penalidades.
Mas vamos ao que realmente interessa: quem vai ficar com Peter Forsberg?
Nos últimos dias o jogador se encontrou com a gerência
do Philadelphia Flyers para decidir seu futuro. Ao que parece, Forsberg
sequer sabe se continuará atuando na próxima temporada,
em virtude das inúmeras contusões que vêm sofrendo.
No entanto, a noite de segunda-feira, quando ajudou sua equipe a destruir
o Detroit Red Wings, pode aproximá-lo de uma decisão.
Segundo rumores, o sueco estaria inclinado a atuar em três equipes:
Montreal, Detroit e Vancouver. E os Flyers trabalham para que o preço
a ser pago pelos interessados seja o maior possível, algo em
torno de uma boa escolha, de primeira ou segunda rodada, e um prospecto
de ponta.
O caso Forsberg pode terminar da mesma forma como começou: nos
Flyers. De repente, em um desses encontros, a gerência acerte
uma renovação de contrato com o jogador prometendo um
time mais competitivo para as temporadas seguintes.
Outro jogador cuja novela sequer deve ter início é Todd
Bertuzzi, do Florida Panthers, que não deve ter condições
de jogo antes do dia-limite de trocas. É o suficiente para afastar
eventuais interessados.
Até a próxima edição de TheSlot.com.br muita
coisa pode acontecer no mercado da NHL. Fique de olho.