Cinco
vitórias em cinco jogos. É bem verdade que três delas foram na
disputa de pênaltis, mas, até o fechamento desta edição,
o Buffalo Sabres saboreava a única invencibilidade a ser batida
na Conferência Leste.
A quinta vitória consecutiva do time na temporada foi uma bela
virada de 7-4 sobre o New York Rangers no último sábado. Depois
de um começo devagar na partida, quando estava acuado pelos Blue
Shirts e perdia de 2-0, eis que o time explode no fim do primeiro
período e muda completamente o panorama da partida, que marcou
também o primeiro hat-trick da carreira de Chris Drury —
destaque de um time sem estrelas que tem sua maior força no conjunto.
E que força!
Depois de uma excelente performance nos playoffs da temporada
passada, quando, desfalcados por contusão de defensores importantes,
perderam a final da Conferência para o Carolina Hurricanes somente
no terceiro período do sensacional jogo 7, os Sabres agora são
apontados como um dos favoritos à Copa Stanley deste ano. E a
principal razão está na força do conjunto do time.
Batalhadores, guerreiros incansáveis, daqueles que jamais desistem
de uma jogada — assim são conhecidos os jogadores dos Sabres.
Mais ou menos como a equipe do Edmonton Oilers ficou conhecida
nos últimos playoffs, mas com uma nuance: essa é uma característica
que a equipe do Buffalo está enraizando desde a temporada passada,
e não apenas nos playoffs. Um time sem grandes estrelas e sem
salários nas alturas — contrastantes US$ 5 milhões de Daniel
Briere à parte.
Muito se fala no Anaheim Ducks quando a conversa é sobre dupla
de goleiros. Mas a equipe mais bem servida nesse aspecto não é
a de Jean Sebastien Giguere e Ilya Bryzgalov, é justamente a que
conta com Ryan Miller e Martin Biron. Simplesmente porque ambos
são mais sólidos e experimentados. Ao contrário de Giguere —
que caminha por altos e baixos —, Biron já mostrou sua utilidade
e regularidade. Ao contrário de Bryzgalov — que praticamente
surgiu nos playoffs —, Miller atuou, e bem, por toda a temporada
passada, efetivamente sua primeira (quase) completa na NHL.
Defensores consagrados? Nada, aqui você encontra os bons e sólidos
Teppo Numminen, Henrik Tallinder, Toni Lydman e o recém chegado
Jaroslav Spacek, a peça mais ofensiva que faltava à defesa.
Atacantes super-estrelas? Aqui não. O que há é um leque que sempre
produz, e bem. Você olha para o lado direito e vê Maxim Afinogenov,
que efetivamente sempre produz, e bem. Vê também Ales Kotalik,
que precisa de um pouco mais de regularidade, depois de uma bela
temporada de estréia. E vê ainda Jason Pominville, aquele praticamente
desconhecido que cismou de aparecer nos últimos playoffs, e que
firma-se a cada dia como um dos batalhadores da equipe.
Mesmo o lado esquerdo, embora, digamos, menos cotado, conta com
jogadores do tipo que o Buffalo precisa: jogadores de equipe.
Assim têm sido Jochen Hecht, Thomas Vanek e Derek Roy, por exemplo.
O subestimado, porém super-pago (será mesmo?), Briere comanda
a área central do time com Chris Drury. Aliás, voltando a falar
em Drury, quem sabe esta não é a temporada em que ele será alçado
realmente à condição de estrela? Ao menos nesse começo (ok, apenas
pouco mais de 5% da temporada foi consumida), ele está entre os
líderes da liga em pontos. Sempre considerado um jogador de grande
valor, que sempre faz boas temporadas e playoffs, inclusive com
participações em alguns anos, Drury é o principal jogador do time.
Os reflexos das decisões gerenciais acertadas — manter Lindy
Ruff, buscar formar uma equipe com base na união e no conjunto
e até mesmo a novidade do uniforme para esta temporada —
começam a aparecer. Além da badalação em cima do favoritismo,
Buffalo está tendo casa cheia neste começo de temporada, algo
não muito comum ultimamente.
O Buffalo Sabres é um time destinado a ir até o fim; e o fim é
longo e distante, fica além de onde eles chegaram nos playoffs
passados. O começo tem sido trilhado nessa direção,
e eles já mostraram que tendem a manter o mesmo padrão de qualidade
ao longo da temporada e dos playoffs.
DRURY INFERNIZA
Chris Drury marca um dos gols de seu hat-trick —
o primeiro de sua carreira — contra o New York Rangers.
(Don Heupel/AP - 14/10/2006)
MATA UM Jason
Pominville não consegue superar Dominik Hasek na jogada,
porém mais tarde os Sabres venceriam os Red Wings na
disputa de pênaltis.
(Jerry S. Mendoza/AP - 13/10/2006)
MATA DOIS Aqui
o mesmo Pominville marcava e deixava o goleiro do Ottawa, Martin
Gerber, desolado no gelo.
(Jonathan Hayward/AP - 07/10/2006)