Quem
seria o favorito, ou mesmo quais seriam os concorrentes aos principais
troféus individuais da NHL conforme o que passou nessa
primeira metade da temporada? É isso que integrantes da
equipe da TheSlot.com.br tentam responder.
Troféu Norris Alexandre: O Toronto está estacionado em sexto lugar no Leste, não muito perto do quinto colocado nem do sétimo, fazendo uma campanha bem blasé. A sua defesa, a oitava menos vazada da conferência, é também a oitava mais vazada (a 13.ª mais vazada quando se leva em conta a liga toda). E, ainda assim, Bryan McCabe consegue se desta-car a ponto de ver seu nome como favorito da metade da temporada para faturar o Norris? Vejamos: McCabe lidera os defensores em gols, assistências e, claro, pontos, além de gols e pontos em vantagem numérica. De seus 15 gols, seis deram a vitória aos Leafs. E ainda apresenta um mais/menos de +5, bem razoável para onde o Toronto se encontra. Neste instante da temporada, ele simplesmente não tem concorrência. Fabiano: Numa temporada na qual os defensores
têm pontuado de forma prolífica, chega a ser difícil apontar alguém
para o Norris. Verdade seja dita, as novas regras ajudaram e muito
os defensores com habilidade, que já sabiam como subir ao ataque.
Eu gostaria muito de apontar Wade Redden como meu favorito, mas
é impossível ignorar a temporada de Bryan McCabe. Lembro quando
ele surgiu na liga e diziam que ele era um bom defensor físico
e que ocasionalmente subia ao ataque. De repente, ele tem 15 gols
e lidera os defensores em pontos, com mais de um por partida!
Há quanto tempo isso não ocorria? Lembra até aqueles tempos que
Paul Coffey e Brian Leetch passavam dos 100 pontos, ou quando
Phil Housley — um asa esquerdo adaptado, na verdade — era um
destaque da liga, mesmo com um mais/menos negativo. Humberto: Embora Bryan McCabe seja a escolha fácil, por liderar a liga em gols e pontos entre os defensores, chegou a hora de ver o monstro Zdeno Chara consagrado como o melhor defensor da NHL. Porque é ele quem melhor tem feito o trabalho nos dois lados do gelo, tanto no ataque quanto na defesa. Pontuar simplesmente não basta: ele enfrenta as principais linhas dos adversários, distribui trancos aos montes, fica de "parede" na frente do goleiro em vantagem numérica e até disputa face-offs de vez em quando. Claro que jogar ao lado de Wade Redden faz tudo ficar mais fácil e seu companheiro de equipe será um forte concorrente ao troféu, mas Chara é favorito, mesmo sobre Nicklas Lidstrom, eterno candidato.
Troféu Calder Alexandre: Sidney Crosby demonstrou na primeira metade da tempo-rada que tem tudo para ser o que esperam dele. Lidera os Penguins em gols, pontos, pontos em vantagem numérica e chutes a gol. Em qual-quer outro ano, não teria concorrentes. Mas neste ano ele tem. E Alexander Ovechkin até aqui demonstrou um pouco mais. São três pon-tos e cinco gols a mais. Pode até ser que Crosby tenha mais apoio em Pittsburgh (o que não é tão fácil de se provar, dada a pífia campanha dos Penguins), mas a diferença, ainda assim, é pequena. Crosby leva o troféu se terminar a temporada com mais pontos. Só que isso agora não parece nada provável. Por isso, peço desculpas à nação Pens de que faço parte, mas Ovechkin é o favorito aqui. Fabiano: Fale-se o que quiser de Sidney Crosby,
mas eu gosto mesmo é do estilo russo de jogar, além de sempre
preferir os matadores. Pra mim, Alexander Ovechkin é o grande
calouro desta temporada. Fala-se sobre o pouco suporte de Crosby
em Pittsburgh, mas em Washington é inexistente. Quem são o central
e o asa direito da linha do russo? Jeff Halpern e Dainius Zubrus?
Andrew Cassels e Brian Wilsie? Na verdade, todo mundo jogou com
o moleque e não importa quem esteja na linha dele, lá estão 25
gols e 24 assistências. Para se ter uma idéia, o segundo pontuador
da equipe é Jamie Heward, um defensor extremamente obscuro, com
22 pontos. Ah sim. Não esqueci de outros destaques, como Dion
Phaneuf, dos Flames, e Petr Prucha e Henrik Lundqvist, dos Rangers.
O meu voto, na verdade, seria do Lundqvist, mas soaria bairrista
demais. Humberto: Há muito tempo não são vistos tantos bons calouros como nesta temporada. É uma pena que vários deles sequer sejam cogitados para este troféu, graças ao domínio de Alexander Ovechkin e Sidney Crosby. Menção honrosa para Dion Phaneuf e Marek Svatos, por favor. Quem leva o Calder é o russo Ovechkin, o trovão. Porque ele é o único jogador do elenco dos Capitals capaz de patinar e empunhar um taco ao mesmo tempo. Ou seja, joga sozinho enquanto Crosby tem algum auxílio em Pittsburgh. Não apenas por isso: Ovechkin é matador.
Troféu Jack Adams Alexandre: O que é isso que Ruff está conseguindo fazer em Buffalo? Um time de que não se esperava quase nada — e quase nada talvez fosse muito a se esperar — está meros cinco pontos atrás da força maior do Leste, quiçá da liga. Há outros técnicos cujo time faz campanha boa ou surpreendente, mas aqui é questão de quem está fazendo mais com menos, e Ruff está imbatível nesse quesito. Só uma queda vertiginosa tira o Adams da sua prateleira. Fabiano: Após a saída de Paul Maurice e com um
elenco obscuro, era difícil imaginar que o Carolina Hurricanes
jogaria tão bem, surpreendendo a todos. Honestamente, alguém conseguiria
ver esse time em primeiro lugar na Divisão Sudeste, brigando ponto
a ponto com os Senators? É claro que ter uma jovem estrela como
Eric Staal no elenco ajuda, mas é o homem que fica no banco de
reservas que conta. Peter Laviolette é um treinador novo que levou
os Islanders duas vezes aos playoffs e que, além disso, foi escolhido
como o treinador da equipe norte-americana de hóquei no gelo das
Olimpíadas de Inverno de 2006. Isso não é desprezível. Os Hurricanes
não são mais uma surpresa. Contam com um elenco respeitável, mas
o mais importante é conseguir fazer com que veteranos como Rod
Brind'Amour, Cory Stillman e Ray Whitney produzam muito e dêem
todo o suporte a jovens jogadores como Staal, Justin Williams
e Erik Cole. Além disso, se formos analisar, a defesa da equipe
de Raleigh não tem nenhuma grande estrela. Tem habilidade em Frantisek
Kaberle e Oleg Tverdovsky, mas nenhum super-defensor. E no gol,
Martin Gerber joga de maneira sólida, esperando a promessa Cam
Ward vir a se desenvolver. Ou seja, o Carolina não é um super-time,
mas tem sim, um grande técnico a orientá-los. Humberto: Nesta temporada em que muitas equipes surpreendem, com bons treinadores no comando, caso de Peter Laviolette, Barry Trotz e Tom Renney, respectivamente de Hurricanes, Predators e Rangers, os veteranos mantém seus nomes na corrida, como Andy Murray, dos Kings, e Lindy Ruff, dos Sabres. Não há um grande favorito passada a primeira metade da temporada, mas pela excelente campanha e pelo histórico pessoal favorável o troféu poderia ser concedido a Ruff. Mesclando muitas promessas e alguns veteranos os Sabres se destacam na selvagem Divisão Nordeste, sem um grande líder ou artilheiro nato, o que torna mais importante o papel do treinador.
Troféu Vezina Alexandre: Coloquem a seleção sub-20 da Armênia na frente de Kiprusoff ou Dominik Hasek, e ela tem chance de arrancar um empate de algum time razoável. Bem, talvez isso seja um exagero, mas acho que é a melhor maneira de comparar Miikka Kiprusoff e Dominik Hasek. Como (infelizmente?) não podemos fazer isso, temos no mínimo de levar em consideração os elencos de, respectivamente, Flames e Sens. Como o elenco dos Sens é disparado o melhor, acho que Kiprusoff está disparado na frente... Fabiano: Ah, parece que estou tendo um flashback.
Um goleiro tcheco, se atirando para todos os lados, deslizando
como um doido para bloquear um disco, acrobacias o jogo inteiro
e ainda ganhando o prêmio de melhor goleiro da liga. Honestamente,
acho que isso vai acontecer mais uma vez. Dominik Hasek, mesmo
com seus quase 41 anos, ainda é o Dominador. Tudo bem, os Sens
têm a melhor equipe da liga, mas é só ver que os números de seu
reserva, Ray Emery, não estão nem próximos ao dele. Hasek é um
dos líderes em percentual de defesas, vitórias e gols contra.
E ele é sim um dos grandes responsáveis pela ótima temporada da
equipe da capital canadense. E só vão mais longe se ele jogar
bem. Humberto: O Vezina é algo que Dominik Hasek conhece muito bem. Sua campanha na temporada é louvável para quem estava afastado do hóquei há praticamente três temporadas. Hasek é o segundo em média de gols sofridos por jogo e porcentagem de defesas, atrás apenas de Manny Fernandez, que corre por fora pelo prêmio. Mas apostando em problemas para Hasek se manter no topo, graças a contusões e cansaço, e reconhecendo a excelência de Miikka Kiprusoff, apostaria no finlandês para o troféu. Kiprusoff lidera a liga em vitórias e shutouts e é disparado o jogador mais importante do Calgary Flames. Sua equipe marcou mais gols que apenas três times da liga e no entanto lidera a forte Divisão Noroeste, graças ao goleiro.
Troféu Hart Alexandre: Confiante, motivado e saudável, Jaromir Jagr finalmente parece ter aprendido a jogar fora de Pittsburgh. Sem ele, os Rangers estariam de volta à zona de baixo da classificação. E ele ainda está no topo da artilharia da liga. Isso é que é performance de MVP. Esse páreo também está sendo duro, já que Joe Thornton causou uma revi-ravolta tão grande em San Jose que, se ela for até o fim da temporada, vai ser difícil ver quem está um fio de cabelo à frente de quem. Por enquanto, Jagr está à frente, mas os 25 pontos de Thornton desde que chegou à Califórnia deixam-no cada vez mais perto. Fabiano: O bairrismo falando mais alto. É impossível
não citá-lo. Jaromir Jagr é sim o melhor jogador desta temporada
e novamente mostrando que ainda é um dos melhores de todo o mundo.
Quando ninguém dava nada sobre os Rangers, lá vai ele e começa
a temporada detonando em marcar gols. Somando isso ao fantástico
Lundqvist, os Rangers começaram a subir. Então os adversários
passaram a marcá-lo mais ferrenhamente. Sem problemas, ele começou
a fazer outra coisa que ele é ótimo: passar o disco. E aí, surgiu
um tal de Petr Prucha, que já conta com 20 gols. Dizem que um
grande jogador é aquele que faz seus companheiros de time melhores.
Se as temporadas de Michael Nylander, Martin Straka, Martin Rucinsky
e o já citado Prucha não são este indício, o que mais dizer? Ele
lidera a liga em pontos, está fadado a terminar facilmente com
mais de 100 (130, regra de três simples), e estará nos playoffs
com os Rangers quando a temporada regular terminar. E mais: já
recebeu honras como o melhor jogador ofensivo desta temporada,
o que convenhamos, com tanta competição, é uma honra. O Tcheco
Maravilha está oficialmente de volta e nada mais pode segurar
os Rangers. Humberto: Que fique bem claro o que é o MVP: é o jogador mais valioso para seu time, não o melhor jogador da liga. E aí não tem conversa. Você pode ler novamente os números de Kiiprusoff à frente dos Flames, pode pensar em Peter Forsberg ou Daniel Alfredsson, mas o jogador mais importante para seu time, o MVP da NHL é Jaromir Jagr, do New York Rangers. Sua equipe passou por total reformulação para adaptar-se às mudanças e sobrou apenas ele. E mesmo que os adversários tentem neutralizar a sua linha, que é a melhor e mais ofensiva dos Rangers, Jagr está na artilharia da temporada desde o primeiro jogo. É o grande líder e tutor dos jovens jogadores, ou você acha que sem ele o compatriota Petr Prucha faria excelente temporada de estréia? Jagr marcou 21% dos gols dos Rangers na temporada e está de volta aos seus melhores dias.