Você se lembra de quando o Colorado Avalanche era uma boa equipe? Isso não faz tanto tempo. Sinceramente, voce se lembra do que fez nas comemorações de ano novo? Então você pode se lembrar que os Avs já foram bons.

E, sob o comando de Greg Sherman, você não terá de esperar muito para que isso volte a acontecer.

Quando o calendário de 2010 chegou ao fim, os Avs estavam empatados pela quarta colocação de sua conferência, tinham o melhor ataque do Oeste e só seis pontos os separavam do Vancouver Canucks, líder da Divisão Noroeste. Agora se encontram na penúltima posição da liga e a 43 pontos dos Canucks.

As lesões tiveram sua parcela de culpa. Com desfalques de jogadores por lesão em 385 jogos completados neste fim de semana, o Colorado se encontra em segundo na infeliz categoria. Na linha azul, especialmente, o time tem sido devastado, forçando-os a usar 14 defensores diferentes; convocando jogadores que há pouco tempo ninguém conhecia e contratando alguns para suprirem esse problema. Cinco dos sete que integram os defensores saudáveis do time já jogaram por outras equipes nessa temporada - o que geralmente não dá muito certo.

O ataque também foi atingido. Apenas quatro jogadores não perderam ao menos cinco jogos por lesão e Peter Mueller não foi visto nessa temporada graças a uma concussão. Veja, até Peter Forsberg integrou a equipe por apenas dois jogos.

Durante a queda livre recente do time (uma vitória em 21 jogos), Sherman tomou medidas com algumas trocas que deixaram os fãs ressabiados tentando entender o que ele estava tramando.

Primeiro foi em 18 de fevereiro, quando o goleiro titular Craig Anderson foi negociado com o Ottawa por Brian Elliott. Quinto na última votação pelo Vezina, Anderson, em seu último ano de contrato, sofreu com uma equipe inexperiente (uma lesão em Novembro também não ajudou). Ele deixou Denver com uma porcentagem de defesas menor que 90% e sofreu uma média de 3,27 gols por partida essa temporada.

Mas trocá-lo por Elliott? Anderson desde que chegou em Ottawa já ganhou alguns jogos e demonstra números fantásticos, ganhando uma extensão de contrato por mais quatro anos no valor de 12 milhões de dólares. Enquanto isso, Elliott levou mais de um mês para conseguir sua primeira vitória com o Colorado.

A negociação de Anderson por Elliott fizeram os torcedores coçarem a cabeça, mas no dia seguinte Sherman deixou a cabeça deles girando quando trocou o atacante Chris Stewart e o estreante na linha azul Kevin Shattenkirk para St. Louis. O primeiro é um notável homem de 30 gols por temporada. O segundo vinha com uma média de meio-ponto por jogo como um novato. Em troca os Avs receberam a primeira escolha de 2006, Erik Johnson, e uma escolha de primeira rodada.

Na edição seguinte da revista The Hockey News, o técnico do Colorado Joe Sacco resumiu os pensamentos da organização sobre Johnson: " Ele tem dado a nossa defesa uma dimensão que nós realmente não tínhamos antes. Você pode ver algo toda noite onde voce dirá, 'OK, isso é o porque dele ter sido escolhido em primeiro lugar.' Ele faz coisas que você não é capaz de ensinar."

Independente da opinião da equipe, a troca criou uma avalanche de controvérsias, sobretudo com Peter Stastny, lenda da NHL e pai do central do Colorado Paul Stastny. Johnson é visto por muitos uma primeira escolha que não está correspondendo às espectativas. Shattenkirk vem fazendo mais pontos que ele e Stewart é um monstro em cresimento.

Talvez o fato de Sherman ser um dos mais anônimos gerentes-gerais da liga é por que suas troca não inspiram confiança. Para um time conhecido por sempre ter tido grandes estrelas, agora não as vemos mais em Denver. E começa na parte de cima (embora Joe Sakic entrar na parte administrativa dá ao time algum poder de estrela). O técnico Sacco não é tão falado como Sherman e o capitão Adam Foote já é um defensor com 39 anos de idade, nada tão vibrante.

Não que você precise de caras como Brian Burke, John Tortorella e Alex Ovechkin ocupando seus lugares, mas com a arrogância e personalidade deles, fica mais fácil acreditar no que eles estão fazendo.

Mas eu concordo com as trocas de Sherman.

Anderson está uma boa fase no momento, mas ganhar mais 3 milhões de dólares por ano? Os Avs obviamente não tinham a intenção de prorrogar seu contrato nessas férias, então por que perdê-lo por nada? Elliott é jovem, mostrou no último ano que ele tem potencial e como é um agente-livre restrito, os Avs controlarão seu destino. Além disso os goleiros estão desvalorizados. Jogadores recrutados na desistência lideram times a Copa Stanley e campeões estão deixando suas equipes na primeira oportunidade.

Essa reconstrução vai levar algum tempo, mas não muito. O time de Colorado está carregado de jovens talentos e outros que virão no recrutamento de Junho. Sherman por enquanto está fazendo as coisas pelo caminho certo, pacientemente. Os torcedores vão novamente um motivo para torcer e vibrar no Pepsi Center com um time vencedor.

John Grigg escreve para a The Hockey News. O artigo original foi publicado em 27 de março e traduzido por Fernnando Dittmar.

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