Qual é o primeiro nome que vem à sua cabeça quando se trata de um defensor que dá segurança a seu time na linha azul e ainda trabalha bem no lado ofensivo do gelo? Na minha cabeça e na de vários leitores, o nome é Nick Lidstrom. Mas ele já tem 40 anos e deve se aposentar em breve. O nome que já aparece nesse perfil e só tende a se confirmar nos próximos anos é o de Keith Yandle. Na parada para o Jogo das Estrelas, o americano de Boston lidera a liga em pontos marcados por um defensor e aparece em 6º lugar no quesito assistências anotadas por um patinador. Mas isso poderia nunca chegar, caso Keith não tomasse uma decisão.

Na temporada 2005/06, Brian Yandle, irmão mais velho de Keith, usaria seu último ano de elegibilidade na NCAA, jogando pela Universidade de New Hampshire e Keith queria se juntar a ele e dar várias memórias a seu pai, Buddy, que jogou pela Boston College e dedicou muito tempo da sua vida sendo técnico de hóquei em escolas de ensino médio do estado de Massachusetts. Mas para isso, Keith precisaria acelerar seus estudos na Cushing Academy, escola em que terminou o ensino médio. Como não conseguiu o que precisava para se juntar aos Wildcats naquele ano, o defensor não pode realizar o sonho. Mas o destino se encarregou de mostrar que ele havia tomado um bom caminho.

Keith assinou contrato com o Moncton Wildcats, da QMJHL, uma das três ligas juniores do Canadá. Para ele, aquele era o caminho mais certeiro para que ele pudesse chegar a NHL. Enquanto seu irmão Brian completava sua carreira pela UNH em 2005/06, Keith participou de 66 jogos e marcou 84 pontos em sua primeira (e única) temporada pelo Moncton. No fim da temporada, seu time venceu a liga e ele levou para casa os prêmios de melhor defensor e melhor jogador defensivo da QMJHL. Após o sucesso em seu ano de estreia no nível juvenil, Yandle assinou contrato com o Phoenix Coyotes, time que o recrutou em 2005.

Yandle fez sua estreia na NHL logo na 4ª partida do Coyotes na temporada 2006/07.O defensor, que na época tinha 20 anos, teve quase 20 minutos de gelo e foi um dos únicos quatro patinadores do time do Arizona a terminarem a partida com um diferencial (+/-) igual a 0 (os outros 14 patinadores ficaram com diferencial negativo) na derrota para o Detroit Red Wings por 4 a 2. Seus dois primeiros anos como profissional foram alternados entre a grande liga em Phoenix e AHL em San Antonio.

Com a chegada do técnico Dave Tippett, Yandle ganhou mais liberdade para se juntar ao ataque do time, mas sua responsabilidade defensiva aumentou e o jogador de 24 anos tem correspondido muito bem às expectativas de seu treinador, que diz que Keith alcançou outro nível com seu jogo. O capitão do Phoenix, Shane Doan, diz que Yandle é um dos seis melhores defensores da liga e que ele é peça fundamental do crescimento do time desde a última temporada.

Ao invés de realizar o sonho de jogar com o irmão e passar entre dois e quatro anos no hóquei universitário, Yandle tomou um pequeno atalho que mudou sua carreira. Se não fosse a decisão de trocar a NCAA pela QMJHL, talvez ele estaria no meio de alguma das ligas menores antes de chegar à grande liga. Mas para a sorte do Coyotes, Yandle se desenvolveu bem no Moncton e na organização desértica. E guarde esse nome. Você ainda ouvirá ele demais nos próximos anos.

Matheus Rocha queria que o chute de Shea Weber tivesse decepado a cabeça de Carey Price.

• Capa
• Editorial
• Armado e perigoso
• Está na hora
• Antes do Jogo das Estrelas
• Nabokov jogou fora sua chance
• O resgate do Rei
• O Dallas está aí
  
• Pegando um pequeno atalho
• Dor de cabeça sem fim
  
• Caçula do ano!