Por: Alexandre Giesbrecht

Quando comecei a escrever esta coluna os dados que tínhamos em mãos eram mais emblemáticos. Mas os Leafs fizeram o favor de perder para os Coyotes e estragaram a conta, por isso vou fazer como se tivesse escrito logo após os jogos de terça-feira. E naquela data uma rápida olhada na tabela de classificação da NHL mostrava que, à exceção dos Hurricanes, time algum estava mais de dois jogos abaixo dos 50% — o Toronto agora está três abaixo.

Com sete times dez ou mais jogos acima, temos uma situação difícil de se explicar. Em um calendário não-equilibrado, cada um dos times disputou entre 32 e 36 partidas. O Oeste nesta temporada está levando uma vantagem homérica sobre o Leste, algo sem precedentes. E temos ainda as derrotas na prorrogação ou nos pênaltis, que também afetam o equilíbrio dos números.

Era hora de comparar com a temporada passada. Infelizmente, eu não tinha os dados de 2008-09 referentes a esta época do ano, mas os números da temporada completa já mostram que a situação não foi tão diferente assim. Para começar, a porcentagem de partidas decididas após os 60 minutos regulamentares subiu de 22,9% para 26,1%, mas a diferença não é tão grande. E, ao longo de toda aquela temporada, tivemos apenas sete times abaixo dos 50% (hoje temos cinco, todos no Leste).

É algo até óbvio, mas sempre vale lembrar que o ponto dado ao perdedor em jogos que últrapassam o tempo normal cria esse tipo de aberração. A situação mais curiosa é a dos Stars, que têm campanha de 14-9-10, o que significa, na verdade, 14-19, ou cinco jogos abaixo dos 50%, o que é negado pelo ponto de misericórdia que os texanos ganharam em dez ocasiões.

Essa bonificação está longe de ser o maior problema da NHL, mas incomoda. E impede que se possa comparar os números atuais com os do século passado, quando o perdedor na prorrogação era simplesmente... o perdedor.

Por falar em perder, isso é exatamente o que têm feito os Rangers e os Flyers, embora haja uma grande diferença entre eles: o time da Filadélfia foi construído para vencer e era um dos favoritos no Leste. Mas tem ido tão mal que já trocou de técnico nesta temporada, criando uma situação estranha, com o sempre pacífico Peter Laviolette no banco, logo ele, que nunca dirigiu times imponentes como este que os Flyers montaram neste ano, atrás de uma identificação maior com sua história.

Mas estes Flyers, embora sejam um time intimidador no pugilismo e outras características físicas, tem sido pouco intimidador no hóquei propriamente dito, tanto é que quando escrevo estas mal traçadas ele divide a vice-lanterna da liga com outros três times.

Já os Rangers, que não estavam entre os favoritos apontados antes de a temporada começar, surpreenderam com uma campanha de 7-1 logo de cara, dando esperanças à torcida de que neste ano algo ela poderia esperar algo de bom, mas desde então os 7-15-3 acumulados deixaram o clube empatado com os Flyers na incômoda posição que se encontra hoje.

É verdade que a temporada ainda mal passou de um terço do que ainda será jogado, e o G-8 ainda está ao alcance de qualquer um desses times. Ainda há muita água para passar por baixo dessa ponte. Mas é bom que algum sinal de vida seja mostrado, ou a ponte pode ser derrubada pela correnteza.

E se no nordeste norte-americano chover como tem chovido em São Paulo...

Alexandre Giesbrecht, 33 anos, comprou o especial de 40 anos do Superpato, mas, apesar de ter adorado reler "O Diabólico Vingador", ficou decepcionado por não ter encontrado na edição "A Volta do Superpato".
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Página publicada em 17 de dezembro de 2009.