Por: Marcelo Constantino

Uma das leis fundamentais válidas para qualquer um que acompanhe a NHL é jamais desprezar o New Jersey Devils. Entra ano, sai ano e os Devils dificilmente não estão entre os cotados para os playoffs — pelo menos.

Anos atrás a TheSlot.com.br estampou os Devils em sua capa como “sempre mal falados, sempre favoritos”. As coisas não mudaram muito de lá para cá: o New Jersey prossegue como uma das forças respeitáveis da liga.

Com uma ótima campanha de 20-7-1 (após o jogo de segunda-feira), o time vem brigando ponto a ponto pela liderança da Divisão do Atlântico com o Pittsburgh Penguins. Nenhum outro time da divisão aparece no horizonte dos dois.

Depois da inacreditável eliminação nos playoffs passados, agravada sobretudo pelas saídas de Brian Gionta e John Madden ao fim da temporada, houve gente que parou de apostar nos Devils para esta temporada. Este colunista que vos escreve é um deles, e isso pode ser comprovado pelos palpites de começo de temporada da equipe da TheSlot.com.br. Independentemente de nossas falsas bolas de cristal, quem imaginaria que eles estariam entre os líderes da Conferência Leste e ainda por cima liderando a Divisão do Atlântico?

Esse é um time que, além de das perdas para esta temporada, foi obrigado a renovar uma parte do elenco em função disso, e, mais grave ainda, vem sofrendo com contusões de jogadores importantes (Patrick Elias, Paul Martin, Johnny Oduya, Jay Pandolfo e Rob Niedermayer) nesta temporada.

Niedermayer merece um parágrafo à parte. Sua contratação foi um tanto subestimada por (quase) todos nós. Um verdadeiro deus da raça da NHL, Niedermayer é o tipo de jogador que tem espaço em qualquer time da liga. Como nada na vida é unânime, sei que muitos tinham, e têm, reticências quanto ao jogador, mas vejam como ele joga de forma intensa a cada partida. Era assim com o Anaheim Ducks (era assim também com o Florida Panthers), segue sendo assim com os Devils. Com a perda de Madden, seguramente a maior de todas para esta temporada, caberia a ele tentar suprir o papel de atacante defensivo, mas sem limitar-se a isso. E, fora uma contusão que o afastou de algumas partidas, entendo que venha cumprindo seu papel com qualidade acima do esperado pela maioria.

Outro ponto que certamente vem contando favoravelmente para o time é o retorno do técnico Jacques Lemaire. Após quase uma década com o Minnesota Wild, a expectativa geral era de uma simples equação: Lemaire + Devils = armadilha da zona neutra = jogos chatos e de baixo placar. A expectativa não se traduz na realidade. Os jogos do time não são chatos como eram no passado (em grande parte por conta das alterações da “nova NHL”, é verdade) e não vejo os Devils jogando na tradicional armadilha da zona neutra. Claro que os Devils não abdicarão de seu compromisso defensivo — é um estilo do time, e não há time de sucesso na NHL que jogue de forma aberta hoje em dia —, mas acredito que esta seja uma temporada de um novo Lemaire. A conferir daqui a alguns meses.

Outro que merece um parágrafo é o calouro Niclas Bergfors, que vem fazendo uma temporada digna de menção ao Troféu Calder, pelo menos até aqui. A primeira escolha do New Jersey em 2005 já tem respeitabilíssimos 9 gols e 19 pontos. Não acha muito? Pavel Datsyuk, por exemplo, tem 7 gols e 21 pontos. À frente dele no New Jersey, somente os grandes Zach Parise, Jamie Langenbrunner e Travis Zajac.

Bergfors ascende em boa hora para o time, que carece de uma produção maior de Brian Rolston. Aos 36 anos de idade, já um tanto lento, o veterano atacante ainda é útil ao time, embora num papel bem mais limitado do que outrora, ou mesmo do que nos tempos de Minnesota.

Mesmo com todas as alterações ocorridas nos últimos anos, mesmo com a ascensão relativamente constante de jovens valores na equipe, este ainda é conhecido — e ainda será por algum tempo — como o time de Martin Brodeur.

Martin Brodeur
Na última segunda-feira Martin Brodeur conquistou seu 103º shutout, igualando o recorde histórico de ninguém menos que Terry Sawchuk. Vale lembrar que esse recorde vem desde a temporada de 1969-1970.

Brodeur conquistou seu primeiro shutout em 1993. O 103º veio no seu 1025º jogo na liga.

Claro, era mais que previsto que Brodeur chegaria a esse marco, como me parece evidente que ele se tornará o maior recordista de todos os tempos. Próximo recorde a ser quebrado — e só uma catástrofe o impedirá disso — é o de mais jogos pela NHL por um goleiro. Mais cinco jogos e Patrick Roy, atual recordista, passa a ser segundo.

Como duvidar de um time que tem um dos maiores goleiros da história do esporte no seu elenco?

Marcelo Constantino pertence à extraordinária nação que conquistou o hexacampeonato no último domingo. Meu eterno obrigado a Ronaldo Angelim!

AP
Martin Brodeur comemora seu 103º shutout na carreira, igualando
recorde histórico de Terry Sawchuk.
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Página publicada em 9 de dezembro de 2009.