Por: Marco Aurelio Lopes

Na edição passada da TheSlot.com.br, escrevi sobre o início lastimável da temporada do tradicional do Toronto Maple Leafs. Na contramão dos Leafs, no entanto, podemos ver o Columbus Blue Jackets, que não tem nem de perto a história da equipe do Canadá, mas está neste ano escrevendo uma nova página na sua. Afinal, após 7 jogos e 5 vitórias, o time de Ohio tem em 2009-10 o seu melhor início em uma temporada na NHL.

Sendo uma das equipes da última leva da expansão da NHL em 2000, os Jackets sofreram como toda equipe iniciante. Jogadores de nível inferior, falta de um estilo de jogo, desconfiança de um mercado que não conhece o hóquei a fundo, etc. Assim, foram anos de insucessos e campanhas, que embora dignas para uma equipe novata (22 vitórias foi o mínimo que a franquia obteve em uma temporada, a de 2001-02, sua segunda), não pareciam suficientes para levar o time mais adiante. Mas como tudo tem dois lados, o insucesso no gelo levou a altas escolhas nos recrutamentos. E dessa forma a primeira parte da montagem de uma boa equipe foi sendo desenvolvida.

Já no seu primeiro recrutamento, Rostislav Klesla mostrou ser uma boa escolha, tanto que até hoje o defensor segue na equipe, sendo um de seus destaques. Nos anos seguintes, nomes que você já viu por aí, e com destaque. Casos de Petteri Nummelin (selecionado também em 2000), Pascal Leclaire e Aaron Johnson (2001), Ole-Kristian Tollefsen (2002), Nikolai Zherdev, Dan Fristche e Marc Methot (2003), Alexandre Picard (2004), Gilbert Brule, Kris Russel e Jared Boll (2005), Derrick Brassard e Steve Mason (2006), Jakub Voracek (2007), Nikita Filatov (2008). Mas sem dúvida, o grande nome selecionado por Columbus, e o grnade responsável pela ascenção da equipe foi o atacante Rick Nash, selecionado em 2002, e que hoje tem o status de capitão do time, e um dos maiores salários da liga, já assinado com a equipe pela próxima década. Todos estes jogadores tiveram ou têm sua parcela de contribuição para a consolidação dos Jackets, não só junto à liga, mas principalmente junto à cidade de Columbus, criando no morador a cultura de uma equipe de hóquei por lá.

A segunda parte da construção deste time foi a incorporação de veteranos já habituados a conquistas, play-offs, etc. Sempre é um desafio para uma equipe nova conseguir persuadir grandes nomes para seus quadros, mas o potencial dos Jackets acabou por fazer com que ano a ano bons nomes se incorporassem ao elenco. Dentre os vários nomes que vestiram em algum momento a camisa dos Blue Jackets, destacam-se Adam Foote, Michael Peca e Sergei Fedorov, aquisições que sem dúvida ajudaram a dar credibilidade à franquia. Para montar um elenco competitivo no entanto, ainda faltavam os “jogadores de elenco”, aqueles que dão o complemento ao grupo, ajudando com os trancos, as assistências, etc. E a solução encontrada pela direção foi investir em jogadores que apesar de rodados, acabaram desprestigiados em suas equipes. Assim, foram chegando, seja por trocas (de alguns prospectos ou de escolhas futuras), ou por contratação de agentes livres, nomes como Fredrik Modin, Mike Commodore, Christian Backman, Jason Chimera, Kristian Huselius, Manny Malhotra, Raffi Torres. Todos com alguns anos de liga na bagagem, e serviram e muito para fortalecer o grupo.

Assim, Columbus chegou na temporada passada com a esperança de finalmente conseguir uma visita aos playoffs, até porque já havia no seu comando desde o final de 2006 um certo Ken Hitchcock, experiente e conceituado treinador (campeão em 1999 com Dallas), adepto do jogo defensivo, o que àquelas alturas era uma boa pedida para um time que queria mais resultados do que espetáculos. Com seu estilo já assimilado no grupo, as últimas peças desse quebra-cabeça vieram com as chegadas de R.J. Umberger de Philadelphia (onde acabara de fazer uma brilhante pós-temporada), o útil Jason Williams de Atlanta, e no dia-limite, o confiável Antoine Vermette de Ottawa, que veio em uma negociação que envolveu o então ídolo Pascal Leclaire, que já vinha perdendo espaço para o calouro Steve Mason (que venceria o troféu Calder meses depois).

E foi com este grupo que Columbus finalmente atingiu seu objetivo de chegar aos playoffs. Embora perdendo em 4 jogos para Detroit, o importante era provar que os Jackets poderiam sim ir longe em 2010. Tanto que o gerente geral Scott Howson fez menos mudanças no elenco para a nova temporada. Os novos reforços foram os suecos Anton Stralman para a defesa e Samuel Pahlsson, cobiçado atacante defensivo. Além desses, Derrick Brassard e Nikita Filatov, calouros que tiveram poucas oportunidades em 2008-09, devem se firmar como titulares da equipe em 2009-10.

E a temporada começou como a torcida queria. Vitórias contra Minnesota e em Vancouver, uma derrota aceitável fora de casa contra os fortíssimos Sharks, e uma bela série de 3 vitórias deram aos Jackets 10 pontos em 7 partidas (contando a derrota para os candidatos ao título de Calgary), e o segundo lugar na divisão Central, atrás de Chicago (que tem um jogo a mais). Se contarmos a conferência Oeste, Columbus estava em sétimo lugar (até a noite de terça-feira), a frente de equipes tradicionais como Vancouver, Dallas, St. Louis, Detroit e Anaheim. Indiviualmente, Rick Nash já soma 11 pontos (entre os 10 primeiros da liga) e caminha para o que pode ser sua primeira temporada com 100 pontos.

Pode parecer cedo para pensar em título, ou até uma visita às finais da Copa Stanley, mas o fato é que Columbus a passos largos deixa de ser um mero time de expansão, ao contrário dos contemporâneos Nashville e Atlanta, que parecem ter perdido a mão na construção de suas equipes após alguns bons anos. O futuro no gelo é promissor, principalmente com talentos como Brassard, Nash e Mason. Com Ken Hitchcock a treiná-los, prepare-se para vermos mais jogos dos Blue Jackets em abril e maio, durante os playoffs.

Marco Aurelio Lopes quer uma namorada.

Norm Hall/Getty Images
Primeiro selecionado da história dos Jackets, Rostislav Klesla mantém-se como um dos pilares na defesa de Columbus.
(10/10/2009)

Jamie Sabau/Getty Images
Rick Nash, o matador do time e seu novo capitão, começou a temporada com tudo. Seu futuro será em Columbus por muitos anos.
(17/10/2009)

Christian Petersen/Getty Images
A chegada de Ken Hitchcock solidificou o time e deu a credibilidade que faltava aos Blue Jackets. O resultado está aparecendo.
(10/10/2009)

AP
Steve Mason, melhor calouro da temporada passada, tem tudo para ser um goleiro de elite na NHL em alguns anos.
(20/10/2009)

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Página publicada em 21 de outubro de 2009.