Por: Marco Aurelio Lopes

Dizem que quem está no meio do hóquei é supersticioso por tradição. Não sei se é verdade, mas tem horas que a gente quer que tudo que deu certo uma vez se repita. Mas hoje não foi possível. Reunião de trabalho me fez tirar a barba que estava crescendo desde semana passada, nada de exuberante, mas era melhor que a do Sid the Kid. Para piorar, o sinal por onde assisti o jogo 3 hoje não está disponível, ou seja, de volta à CBC (onde perdemos o jogo 2)... Mas vamos superar tudo isso, até porque precisamos!

O jogo começou diferente, primeiro com o retorno de Draper ao time dos Wings, segundo porque Zetterberg começou marcando a linha de Malkin, não a de Crosby, terceiro porque logo no segundo minuto os Wings já tiveram uma penalidade contra. E quarto, porque não precisamos de mais do que 4 minutos para abrir o placar. Ah, uma coisa não mudou: Malkin fez mais um gol em vantagem numérica, e contando com a ajuda das tabelas, que tanto nos perturbaram em Detroit (é, mas em Pittsburgh elas jogam a nosso favor). Na verdade, os Wings precisaram de cerca de 5 minutos para se notarem ofensivamente. Mas a segunda grande chance foi de Crosby, mas ainda não foi dessa vez que ele desencantou, porque Osgood fez a defesa, após mais um erro da defesa de Detroit, algo em que os Penguins podiam começar a capitalizar, até porque uma hora isso deve acabar. Crosby precisa jogar umas linhas com o Malkin, para tentar um gol, ganhar moral, espantar a zica. E a prova da ascensão dos Wings foi a pressão que imposta pouco antes da metade do período, quando foi a vez de Fleury brilhar, com defesas difíceis e importantes.

A segunda penalidade foi do Penguins, mas na vantagem numérica de Detroit, embora levando perigo, Fleury foi seguro o suficiente para impedir o empate, e o tranco de Cooke em Lidstrom foi talvez o grande momento desses dois minutos. Mais duas faltas no final do período, uma para cada lado. Mas no 4 contra 4, Helm aproveitando um passe errado da defesa de Pittsburgh, empatou a partida, e deu um banho de água fria na torcida ao final de 20 minutos onde os Wings pressionaram, tiveram mais tacadas, mas os Penguins controlaram o placar e fizeram um bom período inicial. Um jogo diferente do terceiro, mais corrido, mas que espero que tenha o mesmo resultado...

Se o Penguins não demorou para marcar seu gol no início do primeiro período, foi a vez dos Wings marcarem rapidamente no segundo. Rápido demais até, Stuart aproveitou a presença de Guerin na frente de Fleury, tirando-lhe a visão, para marcar o gol da virada de Detroit. A coisa começava a ficar feia quando os Penguins começam a não achar o caminho do ataque, culminando com Malkin fazendo falta em Ericsson, dando aos Wings mais uma vantagem numérica. Não bastasse 2 minutos com um a menos, mais 2 na sequência, agora com a penalidade de Orpik. Mas sabe-se lá como, as grandes chances dessa série foram do Penguins, quando Malkin desequilibrado por Franzen não conseguiu concluir a gol. Mas depois Staal, recebendo passe de Talbot, ganhou de Rafalski e bateu Osgood para marcar o gol de empate.

Já com as penalidades encerradas, Bylsma armou uma linha com Malkin e Crosby juntos (como este humilde colunista sugeria minutos antes). O resultado? De um para o outro, do outro para o gol. Penguins 3 a 2, Wings abatidos, Crosby com a moral restabelecida, e a torcida barulhenta como ainda não tinha sido nestas finais. Será a virada da maré? Aos 14 minutos, Zetterberg vacila, e a improvável linha de Kunitz, Crosby (olha ele de novo) e Kennedy combina para o gol do terceiro, com a defesa do Wings aberta como não havia se visto ainda. É, a maré virou mesmo, e que continue assim. Os Wings ainda tentaram descontar a vantagem, ou ao menos intimidar o time da casa com Holmstrom no seu melhor estilo “pentelhando na frente da área”, mas a maior oportunidade dos minutos finais foi de Malkin, no melhor estilo “Morte Súbita”, recebendo o disco livre nos segundos finais. Infelizmente, o jogo não era em Hollywood, e o relógio foi implacável com o russo, que não pode se aproximar mais de Osgood, ainda assim, teve tempo de desferir a tacada, mas o goleiro de Detroit fez a defesa, encerrando o período. 20 minutos para as finais se transformarem em uma melhor de três.

Já se passaram 8 minutos do terceiro período e só agora escrevo alguma coisa, até porque foi a primeira parada do período. Mas não pense que foram 8 minutos intensos, pelo contrário, parece que a adrenalina baixou depois dos 3 gols sem resposta dos Penguins, e os Wings já parecem se poupar para o quinto jogo. Vendo que os Wings começavam a descansar seus principais nomes, os Penguins começaram a seguir a trilha, também evitando expor suas armas já pensando no sábado. Aos 10 minutos no entanto, um susto quando Crosby é atingido na zona defensiva e levanta-se lentamente rumo ao banco. Um minuto depois, mais uma pressão dos Wings, mas Fleury evita o gol.

E desse jeito seguimos minuto após minuto. Wings no ataque, dando as tacadas, Fleury defendendo uma após a outra, em sua melhor exibição. Os Penguins no contra-ataque, gastando o tempo, também tentando suas tacadas, embora com menos perigo para Osgood. Já sem o goleiro, os Wings tiveram prestes a tomar o gol de Kunitz, que em seu momento Obina acabou errando o gol, embora sofrendo a penalidade. Se estivéssemos no Brasil, o último minuto seria o do “olé”, mas lá eles ainda não aprenderam isso, então, ficamos apenas nos aplausos. Cleary ainda tentou emular Malkin ao chamar Orpik para a briga, mas não passou de um tele-catch inexpressivo. E assim acabou o quarto jogo. E pelo visto acabou a superstição. Até agora, o time da casa venceu todas, o que transforma oficialmente a final em uma melhor de três. Os Wings têm o mando de gelo, os Penguins têm o momento a seu favor, mas como o jogo de hoje provou, um lance pode ser mais do que suficiente para pender a o prato da balança onde está a Copa para um lado ou para outro. Quinto capítulo, sábado à noite. Adeus balada, seja bem-vindo hóquei!

Marco Aurelio Lopes quer dizer uma coisa: “Minha lindinha, vai dar tudo certo. Eu te adoro. Muito!”

Bruce Bennett/Getty Images
Foi a linha de Staal que tirou a noite para desencantar. Aqui, o próprio Jordan recebe uma ajuda de Rafalski para empatar o jogo em desvantagem numérica.
(04/06/2009)

Bruce Bennett/Getty Images
Os colunistas na redação comentavam,e quando Dan Bylsma atendeu o pedido, Malkin e Crosby combinaram para o gol da vitória e da redenção de Sid nas finais.
(04/06/2009)

Harry How/Getty Images
Depois do segundo gol do Wings, Fleury foi sólido, parando tudo que vinha em cima dele, não importando como.
(04/06/2009)

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Página publicada em 05 de junho de 2009.