Queridos amigos, leitores deste singelo diário, vamos esta semana ver como este humilde colunista viveu esta última semana dos playoffs da NHL. Na semana passada, já vimos que a zebrinha listrada andou passando em algumas arenas, e a vassourinha já fez sua primeira vítima.
Começando na quarta-feira, dia 22, esta vassourinha que passeou por St. Louis no dia anterior, pegou seu passaporte e rumou ao Canadá, onde Boston queria varrer os Canadiens de uma vez. Mas confesso, o jogo parecia ser tão fácil que preferi assistir Rangers e Capitals, que depois de ganhar o jogo 3, queria igualar a série e fazer dela uma melhor de 3. Só que avisaram o cara errado. Com o Lundqvist fechando o gol, ele que tinha que ser o “avisado”, mas não, foram avisar o Sean Avery, e ele bem que ajudou com duas penalidades idiotas (bem a seu estilo, me perdoem seus fãs...), que tiraram o Tortorella do sério, mas não o King Henrik, que pegou tudo e garantiu o 2 a 1. E quem diria, Rangers a uma vitória da zebra... Ah, nesse meio tempo, o Bruins confirmou a previsão e ganhou fácil por 4 a 1. Pena pelos Canadiens, que terminaram de forma triste seu ano do centenário. Mas o jogo que importava mesmo era o de Calgary (vocês já devem ter percebido que estou fã dessa série). Por “problemas técnicos” só pude ver o segundo período, e valeu pelo jogo todo, afinal, 20 minutos de playoff com 6 gols marcados (e divididos irmamente) não é todo dia. Agradeçam ao fuso horário por não trazer uma melhor análise do jogo, que os Flames venceram por 6 a 4 e empataram a série (essa sim uma melhor de 3 agora, great!
Quinta-feira chegou, hoje é dia de chegar cedo em casa para ver os Penguins fecharem a série contra os Flyers. Tudo a postos, Sopcast direitinho, torcida pronta... Só faltou o time jogar... Grrrr! Tudo bem, o primeiro tempo foi parelho, tático, etc. Mas começava a dar aquela sensação estranha, tipo aquele “O gol não sai” de um certo narrador que todo mundo odeia. É amigo, quem não faz leva, e levamos, um, dois, três... Droga, voltar para um jogo 6 na Philadelphia não vai ser boa coisa. Jogo 7 na segunda? Meu Deus, que seja. E olha que o Flyers ganhou com facilidade e sem precisar das principais estrelas, isso que é pior. Bom, já que hoje não tem muito o que falar dos Penguins, vamos passeando pelas séries, onde a implacável vassourinha fez sua terceira vítima, obviamente, os Blue Jackets. Valeu por terem feito 5 gols, dado um calorzinho no Detroit, mas os Wings são muito superiores, parecia que não importasse quantos gols Columbus marcasse, Detroit faria um a mais, e para aumentar a crueldade, o gol da vitória foi no último minuto. Mas aposto que em Columbus estão felizes por finalmente terem conhecido os playoffs.
Como ainda tinha um tempo, consegui ver os últimos minutos de Hurricanes e Devils, ou melhor, Ward e Brodeur. Lembra que no último jogo ele ficou possesso com o gol no último segundo? Pois bem, não faça mais isso! O cara pegou tudo (44 tacadas), e embora o Ward tenha pego 41 tacadas, ele deixou uma passar, e aí, o Devils ganhou por 1 a 0, mas pela atuação soberba dos goleiros, foi um 1 a 0 bonito (e olha que só vi a última metade do terceiro período). Mas ainda tinha mais um jogo, o famoso jogo do dia seguinte, que por acaso é dia de trabalho, ou seja, jogo para não poder ver durante a semana... Ducks e Sharks, quem diria, o Ducks faz 4 a 0, com dois novatos levando o time, Hiller no gol e Ryan no ataque (para quem não lembra – claro – porque não leu TheSlot.com.br – esse Ryan foi selecionado pelo Ducks com a segunda escolha de 2005, atrás apenas de um certo Sidney Crosby). E o Sharks cada vez mais amarelo... Prometo que o jogo 5, no sábado, eu assisto!
Sexta-feira, graças à famosa vassoura, apenas um jogo no cardápio, Rangers e Capitals. Ótimo, tomara que tenha 3 prorrogações, se bem que com esse resfriado sem-vergonha, acho que não vou agüentar mais que uma. Que nada, com Avery barrado, e os Capitals em casa, Ovechkin inspirado marcou um golaço (driblou Drury e Morris de passagem), e Washington sobreviveu mais uma, e a série volta para New York (e a NBC ficou feliz, seus dois jogos do final de semana, que estavam por um fio de não serem necessários, garantiram mais umas horas preenchidas na grade deles, mesmo que nos esdrúxulos horários que eles colocam os jogos). E já que não teve prorrogação, vou para minha cama descansar, por que amanhã tem jogo 6!
E o jogo 6 chegou, quer dizer, o sábado chegou, e com ele o jogo 6. Penguins e Flyers, na Philadelphia, hoje vai ser duro, mas quem sabe? Sabe nada! Em 20 minutos, o Flyers abre 2 a 0, e o seu amigo aqui vendo a vaca ir para o brejo. Logo no sábado, dia de shopping, cinema, futebol europeu na TV, não fiquei aqui resfriado e vendo meu time apanhar... Ah, desisto, vou guardar a banda larga e o fôlego para segunda feira e o jogo 7. Liguei no ESPN.com e acionei o gamecast do site (NR. apesar da nulidade atual da ESPN no hóquei, o gamecast é muito interessante – como os dos tempos pré-banda larga e aquele placarzinho em Java (onde mais eu teria visto o famoso gol na prorrogação em jogo 7 do Kasparaitis?) – e vale a pena mesmo conferir). E não é que o danado valeu a pena? 3 a 1, olha fizemos um, 3 a 2, opa, será? 3 a 3, YES! Vamos virar! Uma passada rápida no boxscore e vejo que Talbot e Carcillo (onde o gerente do Flyers estava com a cabeça para dar Upshall por ele?) brigaram, hmmm, deve ter tido algo a ver com a reação. Começou o terceiro período, vou ficar no gamecast mesmo... 4 a 3, Gonchar vira o jogo, um grito aqui, e a voz que já não estava muito boa fica pior, mas vale a pena. Fico vendo o recrutamento da NFL para não ficar muito nervoso. Mas não agüentei, liguei de novo o Sopcast no finalzinho, para ver a vitória (só faltava o Flyers empatar), e Crosby ainda faz um sem goleiro. GANHAMOS!!! Penguins em 6 (é, o garoto aqui estava bem de palpite). Bom, agora posso ir à academia na segunda, não tem jogo 7. Ufa!
Com um bom tempinho para os jogos da noite, deu para recuperar o fôlego. As duas séries do oeste teriam seus jogos 5, e valeriam a pena. Flames e Blackhawks primeiro. Transmissão da TSN, bacana, mas com o tema clássico do Hockey Night in Canada fica estranho demais, e com uma abertura que mais parece um catadão de highlights do NHL 09 fica mais estranho ainda. E foi tudo que pude ver, o tal UStream começou a travar a toda hora, e desisti. Ouvi um pouco na rádio de Chicago, e como o cara gritava. Também, o Hawks detonou logo de cara, e fizeram 5 a 1 com facilidade, e pelo que li, o Phaneuf é dúvida para os outros jogos... Enfim, no confiável Sopcast tinha Ducks e Sharks, e conforme o prometido, assisti o jogo. Precisando da vitória, esperava o Sharks partindo para cima e liquidar o jogo de cara, mas não, o Ducks está pronto para a série, muito bem armado. Mas de todo modo, San Jose sentiu a pressão e Thornton, um dos líderes da amarelância dos Sharks, fez o primeiro e assistiu no segundo. 2 a 0, vamos para o terceiro, sono chegando, poof, Ducks empatam. Ê Sharks... Bom, prorrogação, olho fechando, mas vou assistir. E de um bolo no crease dos Ducks, Marleau, capitão amarelo, empurrando tudo o que via na frente (e leia-se aí o disco, Hiller e seu equipamento), e o gol até discutível foi confirmado. Getzlaf na arena questionou o árbitro. O amigo Thiago no MSN questionou o colunista. Ambos validaram o gol, mas como disse na hora, a atitude do Getzlaf foi muito válida, e aposto que o Ducks vai usar isso no jogo 6, em casa, para fechar a série de vez.
Domingão! Final no Maraca, e outros tantos no Brasil afora. Qual jogo vou assistir? Rangers e Capitals, claro! Afinal, os leitores da theSlot.com.br querem saber sobre esse jogo, oras. Como quando sai gol no Maracanã aqui todo mundo grita, era só ligar quando ouvisse os berros. Antes dos berros do Maracanã, os berros do Doc Emrick anunciavam a facilidade dos Capitals em vazar a defesa dos Rangers, hoje sem técnico (Tortorella suspenso pelo incidente da garrafinha). E olha, uma decepção o time, muito lento, passivo, desmotivado. Nunca vi disso, mas parece que a vitória no jogo 4, ofuscada pelas lambanças do Avery no final, parece que estão levando o Rangers à derrota, vai entender... E à noite, juro que tentei, mas não consegui achar um sinal decente para o jogo dos Hurricanes contra os Devils. Queria muito ver essa série, e saber o que o Brodeur ia aprontar dessa vez. Mas pelos recaps, quem aprontou mesmo foi o Staal, que comeu o disco. Um 4 a 0 sonoro, que enche o Canes de moral para o jogo 7, que será na casa de Brodeur, ou seja, espere mais um belo duelo entre os dois goleiros. E no final das contas, pelo menos a terça feira terá dois jogos 7, essa promete.
Enquanto dona terça não vem, temos a dona segunda, com não menos interessantes partidas no cardápio. Para começar, os jovens Blackhawks tentando ser o primeiro a time vencer uma partida da série fora de casa, para de quebra despachar logo os Flames, que já estavam mais para lá do que para cá. Mas impressionou a facilidade dos Hawks durante o jogo, tanto que o Byfuglien (alguém consegue falar o nome desse cara?) fez 2 gols e 1 assistência, o que está longe de ser normal. As “Chamas” estavam mais para fósforo, e o mar vermelho da torcida ficou vermelho mas de raiva, tamanha a inoperância do time. 4 a 1 fácil, Hawks classificado, pego o jatinho chamado sopcast e vou para Anaheim, onde nem bem o jogo começou e Getzlaf (lembram o que falei dele no jogo 5?) brigou com Thornton e deu o tom do jogo. A torcida inflamou, o time também. Foi um jogo bem mais parelho que o anterior, é verdade, mas os Sharks não pareciam ter mais forças para dobrar a defesa dos Ducks, que ao contrário, cresciam a cada defesa de Hiller, e mesmo saindo atrás no placar, sentiam que o empate viria, como veio, e a virada era questão de tempo, como foi. Como se não bastasse, Selanne e Beauchemin, que andavam sumidos, deram o ar da graça e ajudaram a acabar de forma melancólica com a temporada de San Jose, que venceu o Troféu dos Presidentes, mas não conseguiu passar pelo oitavo colocado da conferência. Aliás, se não leio a TheSlot.com.br, eu ia achar que o oitavo colocado era o Sharks e o Ducks era o primeirão.
Chegamos à terça-feira, último dia da primeira fase dos Playoffs, dois jogos 7 na telinha. E ainda tem mais um detalhe: vamos ver quem meu Penguins enfrenta na segunda fase. Como já pensava na primeira rodada, continuo preferindo os Devils. Chego um pouco atrasado, é verdade, e perco o primeiro tempo dos jogos dos Capitals contra os Rangers e dos Devils contra os Hurricanes (que começou um pouco mais tarde). Como a preferência da televisão que transmitia os jogos era dos Capitals, a Washington nós fomos. Pelo menos nos intervalos eles mudavam para o jogo em New Jersey, assim não perdia nada. 1 a 1 no placar na capital americana, e um segundo tempo intenso, mas Ovechkin e seus camaradas acabavam por ficar muito tempo no gelo, e cansando demais, facilitava os Rangers, a quem eu achava que o jogo ia pender, afinal é um time mais rodado... Final do período, volta para Jersey, e os Canes, que perdiam por 2 a 1, empatam o jogo, e como os narradores choravam pela ilegalidade do gol (depois o Crosby que é o chorão, ta bom...). 2 a 2 no placar, duas prorrogações? Será? Bom, em Washington o jogo seguia na mesma toada, Caps pressionando, Ovechkin nulo (quem diria) e Lundqvist fazendo das suas. Àquelas alturas, quem fizesse o gol parecia fadado a ficar com a vitória. Gomez e Drury foram minhas apostas, mas ao mesmo tempo achava que o Fedorov, pela experiência, devia participar mais do jog, opa, GOL! Os Capitals fazem o gol a menos de 5 minutos do final, e logo dele, do vovô garoto (como diria um ex-apresentador em atividade) Fedorov, símbolo dos “Russian Five” de Detroit, e o veterano dos “New Russians” de Washington (enquanto eu não arrumar um termo melhor para a legião russa dos Caps). E o Rangers que já não parece gostar muito de fazer gol, não ia fazer um no desespero né? E não fez mesmo. Até jogaram melhor, anularam bem o Ovie, mas a série já estava perdida há alguns dias, não é Avery?
Bom, Capitals dentro, falta ver na outra série quem sai vivo. 3 a 2 Devils, tempo passando, Brodeur começando a ter um daqueles dias, pegando tudo... Mas o Devils só defende, tudo bem porque é esse mesmo o jogo deles, mas quando se tem Parise e Zajac, só ouvir Mottau e Oduya é dose. Nem os Hurricanes agüentaram, e numa bela troca de passes (não aquela do canal fechado, que de bela não tem nada, aliás), onde Gleason salvou o lance na zona ofensiva, Pitkanen fez um passe de Zidane para Jokinen (aqueeeele dos 3 décimos, amicíssimo do Brodeur) fuzilar e empatar o jogo em 3. Todo mundo atônito, prorrogação à vista. Peraí, o Staal, aquele que diziam que nunca jogava bem em New Jersey não estava, e faltando 32 segundos, ele acerta uma tacada que pode até ter desviado, mas não podia ter entrado, não é Brodeur? E quem diria, os Hurricanes vão a casa do goleiro mais vencedor da NHL e o tira, junto com seus Devils, de forma surpreendente (não pela série ou pelo jogo que foram ótimos, mas pela crueldade de 2 vitórias terem acontecido com gols no final da partida). A arena ficou em silêncio, como diga-se de passagem ficou durante quase todo o jogo. Comentei com Humberto (sim, o meu co-irmão colunista, e profeta nas horas vagas) ao final da jornada a diferença de atmosfera nas arenas de Washington e de New Jersey, e temos aí uma razão pelas equipes brigarem pelo mando de gelo, e uma razão pelo qual Carolina foi o único time do Leste a vencer sem o mando.
Noite histórica, dois belos jogos, clima de playoff, emoção até o fim. Agora temos uns dias para nos recuperar. Quatro séries agora. Canucks e Blackhwaks, Wings e Ducks, Bruins e Hurricanes, Capitals e Penguins. Essa não quero nem ver, Ovechkin versus Crosby e Malkin pela primeira vez em playoff. Vai ser demais. Quer saber? Quero ver sim! Que venham os Caps. E o diário estará aqui para acompanhar, porque o show não pode parar! Até a próxima semana!
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