NOTAS e FOTOS • Por: Humberto Fernandes e Thiago Leal

A corrida para a vitória: projetando a campanha necessária neste final de temporada para as equipes se classificarem aos playoffs. Pontuação necessária: 95 pontos na Conferência Oeste e 90 pontos na Conferência Leste. Com os dados atualizados após a rodada de terça-feira, a vida tornou-se mais fácil para Dallas Stars e San Jose Sharks. Os Stars precisam de 13 vitórias nos últimos 25 jogos, enquanto os Sharks se classificam com 15 vitórias em 30 jogos. Minnesota Wild e Calgary Flames também estão em situações mais confortáveis na batalha do Oeste, ambos precisando conquistar menos de 60% dos pontos ainda em disputa. Já o Anaheim Ducks perdeu o direito de tropeçar. Em termos percentuais o atual campeão da Copa Stanley tem a nona tarefa mais difícil daqui em diante. No Leste o Montreal Canadiens tem tudo para roubar a liderança do Ottawa Senators. A má campanha atual arruinou os planos do New York Islanders: 18 vitórias em 28 jogos, será que dá? Carolina Hurricanes e Atlanta Thrashers estão absolutamente iguais: 17 vitórias em 26 jogos. E o quinto time eliminado da temporada é o Chicago Blackhawks.

A excelente temporada de Shawn Horcoff, central do Edmonton Oilers, chegou ao fim. Com 21 gols e 50 pontos, Horcoff liderava os Oilers nas duas categorias e estava a caminho de estabelecer a melhor temporada de sua carreira. O jogador vinha atuando mesmo com um problema no ombro e não treinava desde o fim de semana do Jogo das Estrelas. Os médicos decidiram por operar o jogador. Em outro extremo, o gerente geral David Poile, do Nashville Predators, anunciou a extensão de contrato de J.P. Dumont por quatro anos e US$ 16 milhões. Aos 29 anos, o ponta-direita está em sua segunda temporada em Nashville, onde marcou 111 pontos em 135 jogos. Vice-líder da equipe em gols (18) e pontos (45) este ano, Dumont é confiável e eficiente, por um preço razoável. Ainda sobre (muito) dinheiro, o Calgary Flames renovou o contrato do defensor Dion Phaneuf por seis temporadas e US$ 39 milhões. Phaneuf tem 22 anos e está em sua terceira temporada. Ele seria agente livre restrito em julho e estaria sujeito ao "risco Lowe". Os Flames garantiram seu futuro vencedor do Troféu Norris. Não é só a atual liderança da Divisão do Atlântico que comprova a virada do Philadelphia Flyers nesta temporada após o terror protagonizado em 2006-07. Entre os jogadores que mais melhoraram a média de pontos entre a temporada passada e a atual, os Flyers têm três entre os quatro primeiros. Mike Richards subiu de 0,542 para 1,118 ponto por jogo, um diferencial de 0,575. Joffrey Lupul é o segundo, 0,552, e R. J. Umberger o quarto, 0,389. Entre eles está Jason Williams, do Chicago Blackhawks, com 0,950 ponto por jogo nesta temporada e 0,540 de diferença. Certamente os Hawks sentem a falta do atacante. Ainda mais impressionante é encontrar Alexander Ovechkin na 30.ª posição. O russo marcou 92 pontos na temporada passada e ainda assim aumentou sua performance em 0,199 ponto por jogo. Em contrapartida, há também a lista dos jogadores que mais pioraram a média de pontos entre as temporadas. Não é surpresa constatar que Maxim Afinogenov, do Buffalo Sabres, encabeça a lista, com -0,616 ponto por jogo. Seu companheiro Thomas Vanek é o sexto, com -0,397. Uma dupla do San Jose Sharks completa o pódio: Patrick Marleau, -0,513, e Jonathan Cheechoo, -0,508. Dentre os 30 mais (ou menos, conforme o ponto de vista), estão vários jogadores que enfrentaram contusões durante a temporada, mas é maciça a presença de veteranos, como Joe Sakic, Jaromir Jagr, Brendan Shanahan, Patrik Elias, Chris Pronger, Tom Poti, Doug Weight, Slava Kozlov, entre outros. Isso nos faz lembrar do artigo "Dez surpresas e dez decepções" de Marcelo Constantino, publicado na edição passada. Das dez surpresas de Constantino, seis estão entre os 30 melhores da nota acima (excetuando os goleiros, então seriam seis em oito). Das dez decepções, sete estão entre os 30 piores desta nota. Ele não ganhou um milhão de reais, não ficou confinado em casa alguma e também não teve sua vida explorada pelas revistas de fofoca. O prêmio de David Brine por participar de um reality show foi um contrato de experiência com o Florida Everblades da East Coast Hockey League na temporada passada. Brine não venceu o programa, chamado "Making the Cut: Last Man Standing", mas impressionou seu "apresentador", Mike Keenan, então gerente geral do Florida Panthers, a ponto de merecer o convite. Após passagem pelo Rochester Americans da American Hockey League, Brine foi chamado para o time principal do Florida Panthers no último sábado, participando da vitória sobre o Tampa Bay Lightning por 3-2. O jogador até venceu um faceoff contra Vincent Lecavalier, feito do qual ele se orgulhou após a partida. O programa de TV consistia basicamente em duas semanas de treinamentos em que o vencedor receberia um contrato profissional. Não foi um sucesso, mas Brine e o vencedor, Franklin MacDonald, foram duas gratas surpresas, que anos atrás passaram despercebidas pelo recrutamento.
Steve Yzerman foi novamente nomeado gerente geral da seleção do Canadá para o Campeonato Mundial de Hóquei, a ser realizado entre 2 e 18 de maio em Halifax e Quebec City, no Canadá. Ao seu lado estarão Doug Armstrong, ex-gerente geral do Dallas Stars, e Luc Robitaille, ex-jogador, na função de assistentes. No ano passado Yzerman foi o gerente geral da vitoriosa campanha canadense, o terceiro título em cinco anos. Os próximos passos da gerência serão escolher os treinadores e observar os melhores atletas disponíveis. Como o Mundial ocorre simultaneamente aos playoffs da NHL, as seleções contam apenas com os jogadores das equipes eliminadas. Neste ano o Canadá ocupa o grupo C da competição, ao lado de Estados Unidos, Letônia e Eslovênia. Com a proximidade do dia limite de trocas, a página The Fourth Period nomeou os 25 melhores jogadores disponíveis no mercado, segundo os rumores publicados em jornais e reportagens de rádio e televisão, além de fontes internas. Em primeiro lugar está Mats Sundin, capitão do Toronto Maple Leafs, supostamente desejado por oito equipes, entre elas Detroit Red Wings e Ottawa Senators. Logo após vêm os atacantes Marian Hossa, do Atlanta Thrashers, e Olli Jokinen, do Florida Panthers. Rob Blake é o primeiro defensor na lista, na quarta posição. Patrick Marleau, Brian Campbell, Vaclav Prospal, Sergei Fedorov, Alex Tanguay e Pavol Demitra completam a lista dos dez mais. Os especialistas ainda nomearam Detroit, Ottawa e o Pittsburgh Penguins como os três maiores "compradores" do dia limite, enquanto Toronto, Los Angeles Kings e Edmon Oilers seriam os maiores "vendedores". Prorrogação acompanhará todos os movimentos. Primeiro Prorrogação mostrou que a maior temporada ofensiva (em pontos) da história moderna da NHL pertence a Mario Lemieux. Agora vai mostrar que Wayne Gretzky, recordista em gols com 92 em 1981-82, não é dono da maior artilharia (em gols) da liga. Não temos nada contra Gretzky, o objetivo aqui é pensar na espetacular temporada de Alexander Ovechkin. Com 46 gols marcados em 55 jogos, o russo está a caminho de raspar a casa dos 70 gols. A NHL não vê um goleador com 60 gols há 12 anos. Após1996, a melhor média de gols por jogo em uma temporada pertence a Ovechkin, com os 0,836 atuais. Comparado com os grandes nomes dos anos 1970 em diante, Ovechkin tem a 20.ª melhor temporada, bem atrás do 1,176 gol por jogo de Gretzky em 1983-84. Não é nada mau ter a 20.ª marca, mas naqueles anos marcavam-se muito mais gols do que hoje. Gretzky estabeleceu o recorde de 92 gols em uma temporada com média de 8,03 gols por jogo. Nesta temporada a média está em 5,50. Agora fica interessante: adotando a média de gols atual como escala para todas as temporadas, os 92 gols de Gretzky hoje seriam 63. Lembre-se, Ovechkin está a caminho de 68,5, o que neste exercício seria a maior temporada em gols da história, empatado com Brett Hull e seus 86 gols em 1990-91 (hoje Hull também faria 68,5). Apenas para comparação, se o ritmo atual de Ovechkin fosse transposto para a temporada em que Gretzky marcou 92 gols, seus 68,5 tornariam-se cem gols. Estamos diante de um mito.

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• Editorial
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• Draper e Maltby, dez anos de parceria
• Baixando o nível

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