Por: E.J. Hradek

• Um dos muitos motivos por que os Ducks ganharam esta série foi o fato de eles terem sido muito melhores ao longo das bordas. No fim do primeiro período, depois de servir uma penalidade por excesso de agressividade, Corey Perry saiu do banco de penalidades e disputou um disco perdido com o defensor Chris Phillips, dos Senators, na linha azul dos Ducks. Perry ganhou a disputa, mandando o disco para as bordas laterais. Seu colega de time Rob Niedermayer recolheu o disco na linha azul dos Senators. O ponta deixou o disco no seu backhand, para protegê-lo dos marcadores adversários, e seguiu na direção do gol. Ao se aproximar dele, Niedermayer deu um chute meio arrastado contra o goleiro dos Sens, Ray Emery. O disco bateu no goleiro e rolou para dentro do gol atrás dele. Niedermayer foi com força contra o gol, e Emery poderia ter se saído melhor no lance. Mas se Perry não vencesse Phillips nas bordas, o lance nunca teria acontecido. Ao longo de cinco jogos, os Ducks dominaram as batalhas pelo disco com seu tamanho e com sua disposição.

• No hóquei, dizem que você trabalha pela sua sorte, e isso é verdade mesmo quando não parece. No fim do segundo período, com os Senators tentando empatar o jogo em três gols, Phillips voltou para pegar um lançamento dos Ducks atrás de seu gol. Parecia uma jogada de nada. Emery foi para trás das redes e parou o disco para Phillips. Mesmo assim, nada de anormal. então, Rob Niedermayer fez uma jogada agressiva para pressionar quem estava com o disco. Tendo de acelerar de repente, Phillips tentou escapar de Niedermayer cortando para a lateral direita. Na corrida, ele perdeu o disco, acidentalmente fazendo ele bater no patim de um surpreso Emery. O ponta esquerda Travis Moen, o último jogador dos Ducks a encostar no disco, recebeu o crédito pelo gol. Mas foi o trabalho duro de Niedermayer que o originou diretamente.

• Falando de má sorte, Antoine Vermette, o central dos Senators que virou ponta esquerda (para o jogo de quarta-feira), experimentou a sensação em uma cobrança de pênalti no meio do terceiro período. O pênalti foi marcado depois de Vermette ser obstruído pelo central Todd Marchant, dos Ducks, em uma chance de disparada em desvantagem numérica. Na cobrança, Vermette aproximou-se e tentou passar o disco para o seu backhand. Mas, ao fazê-lo, ele perdeu o disco, que rolou para o canto sem oferecer perigo.

• O capitão dos Senators, Daniel Alfredsson, tentou desesperadamente manter as chances de seu time no segundo período. Ele marcou dois gols, deixando, em ambos os casos, seu time com apenas um gol de desvantagem. Claramente, ele não estava incomodado pelas ruidosas vaias que recebia da torcida de Anaheim cada vez que pegava o disco. Era a maneira de a torcida dos Ducks demonstrar que não estava nada contente com o chute que ele disparou contra o defensor Scott Niedermayer no fim do segundo período do jogo 4. Depois de jogar mal nos dois primeiros jogos das finais, Alfredsson reencontrou o seu jogo e foi muito bem, especialmente quando trabalhava com o central Mike Fisher. O sueco foi o goleador dos playoffs, com 14 gols em 20 jogos.

• Não sei se já vi jogadores mais impassíveis com o disco do que o central Ryan Getzlaf, dos Ducks. O jogador de 22 anos parece ter Gatorade gelado correndo pelas veias. Ele sempre está disposto a segurar o disco por uma ou duas ou três batidas do coração a mais. Sua paciência nem sempre adianta. Às vezes, ele brinca demais com o disco, como aconteceu em uma chance de vantagem numérica no fim do segundo período, quando sua passe errado originou diretamente o segundo gol de Alfredsson no jogo. Apesar disso, eu adoro a técnica dele e sua disposição para ser criativo com o disco. O técnico Randy Carlyle tem feito um bom trabalho ao encorajar seu jovem central para melhorar o seu jogo sem sufocar sua imaginação ofensiva. Até o jogo 5, Getzlaf era o artilheiro de seu time, com 16 pontos.

• O central Jason Spezza, dos Senators, provavelmente não vai dormir muito bem nas próximas semanas. Depois de ir muito bem nas três primeiras fases, o jovem pivô foi muito mal contra os Ducks. No meio do primeiro período, ele teve outra experiência de pesadelo quando estava na entrada da área com o disco em seu forehand e tinha o gol aberto à sua frente. Spezza calmamente mandou o disco na direção do gol, achando que tinha marcado o gol de empate. Nesse instante, o defensor François Beauchemin, dos Ducks, esticou-se e rebateu o disco no ar com seu taco. Foi uma grande jogada por parte de Beauchemin, mas Spezza deve estar se perguntando o que mais poderia dar errado com ele.

• Nas finais da Conferência Leste, os Sabres reclamaram veladamente do número de oportunidades de vantagem de dois homens que os Senators tiveram naquela série. Eles não gostaram especialmente da natureza de algumas das penalidades — infrações corriqueiras com o taco — que os deixaram com dois homens a menos. Nos cinco primeiros minutos do jogo 5, os Senators foram vítimas de uma situação similar. Já com o defensor Tom Preissing servindo uma penalidade por interferência, o defensor Anton Volchenkov foi pego por enganchamento aos 3:25. A segunda penalidade deu aos Ducks uma vantagem de dois homens por 15 segundos. O central Andy McDonald tirou proveitio dessa situação com um chute quase sem ângulo por entre os patins de Emery, que abriu o placar aos 3:41.

• A torcida do Anaheim foi um pouco criticada pela imprensa canadense durante as finais, mas merece o crédito por ter enfrentado o trânsdito para chegar a seus assentos para um jogo que começava às 17 horas no horário local. Acredite, no Sul da Califórnia, isso não é fácil. Como os jogos começavam cedo, muitos torcedores dos Ducks puderam fazer festa antes do faceoff inicial. Neste caso, pelo menos, eles tiveram bastante tempo depois do apito final.

• Relatório dos hinos: Amanda Guerrero fez um bom trabalho com o hino canadense, embora tenha sido meio rápida. O sargento do exército norte-americano Juan Contreras seguiu com uma forte interpretação do hino dos EUA. Contreras deu um toque canadense ao levantar o microfone e pedir para que a torcida do Honda Center cantasse junto. Fico feliz que a torcida da casa tenha reagido tão bem ao pedido.

• Só para registrar, a Copa foi passada na seguinte ordem: Scott Niedermayer. Rob Niedermayer. Chris Pronger. Teemu Selanne. Marchant. Sean O'Donnell. Brad May. Jean-Sebastien Giguere. McDonald. Samuel Pahlsson. Chris Kunitz. Beauchemin. Joe DiPenta. Moen. Perry. Shawn Thornton. Ric Jackman. Ilya Bryzgalov. Dustin Penner. Getzlaf. George Parros. Kent Huskins. Ryan Shannon. Joe Motzko. Ryan Carter. Andrew Miller. Mark Hartigan. Aaron Rome. Sebastien Caron.

E.J. Hradek é colunista da revista ESPN The Magazine. O artigo foi traduzido por Alexandre Giesbrecht.
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Página publicada em 8 de junho de 2007.