Vamos novamente com alguns comentários sobre cada série das semis. As emoções finais do jogo 1 entre Senators e Sabres e o jogo 2 entre Hurricanes e Devils mostram que os playoffs da NHL estão ótimos. Ou seja, estamos perdendo muita coisa.

Ottawa x Buffalo

O jogo 1 desta série foi o melhor dos playoffs até aqui. Absolutamente sensacional. Foi praticamente um empata-desempata do começo ao fim, geralmente com os Sabres buscando o empate. Isso até a virada final do Buffalo, no começo da prorrogação, com o ótimo Chris Drury (eis um jogador talhado para playoffs) aproveitando falha grosseira do defensor Anton Volchenkov.

Existem coisas que desmoralizam qualquer time num jogo. Acredito, por exemplo, que levar um gol de time em desvantagem numérica (DN) já seja algo desagradabilíssimo. Levar dois, num mesmo jogo, é de doer. E os Senators levaram. Um deles, de Tim Connolly começando com um drible humilhante na zona defensiva e carregando o disco até fazer o gol de empate (3-3 no jogo). Golaço! O mesmo Connolly que marcou o gol de empate da partida, quando faltavam apenas dez segundos para o fim.

Nas emoções finais, a partida ainda estava 5-4 para os Sens quando faltavam uns dois minutos para o fim. Os Sabres empataram com outro gol em DN, os Sens desempataram na mesma vantagem numérica, até que Connolly empatasse o jogo novamente, perto do fim. Sensacional.

É verdade a partida não teve goleiros num dia muito feliz, especialmente Ray Emery, mas isso não diminui o jogão que foi.

No jogo 2, uma vitória mais magra dos Sabres, mas com atuação soberba do goleiro Ryan Miller. Soberba! Suas nada menos que 43 defesas segurando as armas ofensivas dos Sens garantiram a vitória do time por 2-1 e a vantagem de 2-0 na série.

Carolina x New Jersey

Depois da arrasadora estréia — uma sapecada de 6-0 dos Canes — Carolina e New Jersey proporcionaram um final de jogo 2 absolutamente sensacional.

Tudo seguia normalmente no jogo 2 até que Scott Gomez marcou um gol para os Devils quando faltavam uns vinte segundos. A torcida ficou atônita. Levar um gol faltando vinte segundos para o fim? Era o fim. O jeito era tentar o habitual, então tira goleiro e disco pra frente. E eis que, faltando míseros três segundos, Eric Staal vai lá e empata o jogo. Sensacional.

Começa a prorrogação e Niclas Wallin logo fecha o placar do jogo. Coisa típica daqueles momentos em que ouvimos os narradores americanos ou canadenses bradando os clássicos "Can you believe it? How about that?"

Volto a dizer: como está jogando Rod Brind'Amour! Ele não é apenas o atacante com mais tempo de jogo no time, ele é o jogador com mais tempo. Isso mesmo, perto dos 36 anos de idade, ele está em todas as situações possíveis, multiplicando-se em double-shiftings e jogando por mais de 25 minutos toda noite — tempo de jogo de defensor da linha 1 do time. Grande Brind'Amour!

Anaheim x Colorado

Sem dúvida alguma é a série mais surpreendente até aqui. Quando esta edição estiver sendo publicada o leitor já saberá o resultado do jogo 3 da série, e o panorama pode até mudar. Porém, até aqui, a grande surpresa não é exatamente a vantagem do Anaheim, mas sim duas vitórias com shutouts consecutivos.

E não apenas porque foram dois consecutivos, mas sobretudo porque foram dois shutouts consecutivos por um goleiro novato, que tem pouca experiência inclusive em temporada normal da NHL, a sensação Ilya Bryzgalov!

Ninguém duvidada que os Mighty Ducks estavam quentes, pela reta final da temporada e pela batalha na primeira fase para vencer os Flames em sete jogos. Mas como imaginar um Colorado sendo negado a fazer gols? O mesmo Colorado que surpreendeu mais de meia NHL na primeira fase, passando facilmente pelo favorito Dallas. Vai entender.

Claro que ainda tem jogo pela frente, claro que um gol pode mudar a história de uma série (ainda mais com goleiro novato em jogo), mas o cenário atual é puramente favorável aos Ducks. E mais, chega a lembrar alguma coisa da escalada do time em 2003. Vejamos: time que arranca na segunda metade da temporada, que chega nos playoffs e elimina um favorito ao título na primeira fase, que tem como destaque um goleiro relativamente desconhecido do grande público etc. Déjà vu?

San Jose x Edmonton

Essa já uma série menos falada, até porque os jogos têm se desenvolvido dentro do esperado. Nada de grandes finais, nada de viradas e reviradas, nada de gols no final, nada de goleadas. Duas vitórias relativamente magras, por 2-1, deram a liderança da série aos Sharks. Os jogos têm sido apertados, físicos, disputadíssimos, como esperado. E, no fim das contas, os Sharks têm prevalecido.

Conforme esperado, os Oilers encurtaram ao máximo o espaço de jogo para a dupla Thornton-Cheechoo. Porém, enquanto os dois eram vigiados, mais uma vez Patrick Marleau fazia a festa para os Sharks. Até mesmo Chris Pronger tem tentado, mas o time de agora não são os Yellow Wings, são os quentíssimos Sharks. O que faz muita diferença.


Marcelo Constantino joga squash.
TRÊS SEGUNDOS Era o que faltava para o jogo acabar nesse exato momento em que Eric Staal marca o gol de empate para os Hurricanes, no jogo 2 da série contra os Devils (Karl DeBlaker/AP - 08/05/2006)
TEM QUE COMEMORAR Depois de um jogaço de hóquei, os Sabres comemoram a vitória na prorrogação do jogo 1 contra os Senators (Fred Chartrand/CP - 05/05/2006)
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Página publicada em 10 de maio de 2006.