Quem diria que o Edmonton Oilers eliminaria o todo-poderoso Detroit Red Wings em seis partidas na primeira fase dos playoffs? Pois eles conseguiram. E, como presente, o destino colocou no seu caminho ninguém menos que um dos melhores times da NHL no final da temporada, o San Jose Sharks, que eliminou o Nashville Predators na primeira fase até com certa facilidade.

Os Sharks são reconhecidamente uma equipe veloz, com bastante talento, principalmente depois da chegada de Joe Thornton, adquirido junto ao Boston. Na abertura da série, os Sharks também fizeram questão de mostrar que podem jogar duro fisicamente se for necessário, e a torcida de San Jose adorou a demonstração, principalmente porque os Sharks saíram vitoriosos no jogo 1.

Logo no começo da partida, Carle foi penalizado, e os Oilers aproveita-ram a vantagem numérica, abrindo o placar com pouco mais de dois minutos jogados no primeiro período, com Jaroslav Spacek anotando seu terceiro gol nos playoffs. Os Sharks reagiram e empataram a partida menos de seis minutos depois, quando Patrick Marleau aprovei-tou uma bela chance e fez explodir a torcida da Califórnia.

No segundo período, só deu Sharks. A forte marcação imposta pelos Sharks limitou os Oilers a apenas dois chutes a gol em todo o segundo período. Ehrhoff aproveitou a assistência de Marleu e anotou o gol decisivo com pouco mais de três minutos do segundo período.

A partir daí, os Sharks dominaram a partida. O ataque importunava a defesa dos Oilers, e a defesa dos Sharks segurava o adversário longe do gol. Em toda a partida, os Oilers deram apenas 16 chutes a gol, contra 30 do time de San Jose, que contou com Vesa Toskala no gol.

Como fato interessante, a torcida dos Sharks vaiava Chris Pronger toda vez que ele tocava no disco, mantendo uma tradição desde os seus tempos de St. Louis Blues.

Liderando a série por 1–0, os Sharks receberam novamente os Oilers nos seus domínios para a partida número dois da série. O time canadense, ferido no seu orgulho e precisando vencer para empatar a série, sabia da necessidade de jogar mais duro e procurar ser mais ofensivo, ao mesmo tempo em que precisava tentar neutralizar Marleau e companhia.

Os Oilers realmente conseguiram atacar mais na segunda partida, mas os Sharks também fizeram isso. Foram 25 chutes a gol dos canadenses contra 38 dos Sharks, que novamente contaram com Toskala no gol.

Ao contrário do jogo 1, os Sharks marcaram o primeiro gol da partida. E foi no primeiro período, com menos de cinco minutos de partida. Tom Preissing marcou, com mais uma assistência de Milan Michalek na série (a sua terceira). No segundo período, Michalek foi atingido por Raffi Torres e teve que deixar a partida temporariamente, mas recuperou-se e retornou depois.

Os Oilers conseguiram equilibrar a partida e empataram com Sergei Samsonov no segundo período, mas os Sharks voltaram à liderança com um gol de Thornton, aproveitando uma vantagem numérica e anotando seu primeiro gol em playoffs pelos Sharks.

O grande destaque da partida foi o fato de os Sharks terem segurado os Oilers durante 101 segundos com dois homens a menos no gelo. O impressionante esforço de Toskala, Scott Hannan, Kyle McLaren e Mark Smith segurando as pontas na defesa quando os Oilers partiram com tudo para cima foi o grande criador do clima para os Sharks tomarem a liderança da partida. Durante a desvantagem numérica de cinco contra três, Smith e Hannan ficaram sem seus tacos, que quebraram durante e não havia como substituí-los. A torcida foi à loucura com o êxito dos seus heróis, e, a partir desse momento, a vitória passou a ser questão de tempo.

Com a importante vitória no jogo 2, os Sharks agora vão a Alberta enfrentar os Oilers duas vezes em Edmonton, na expectativa de conseguir pelo menos uma vitória fora de casa e poder decidir a série no jogo 5 na Califórnia, avançando às finais da Conferência Oeste pela segunda vez consecutiva.

Já para os Oilers uma derrota nos dois próximos jogos pode significar o adeus anunciado para a possibilidade de voltar a disputar a final do Oeste — pela primeira vez desde 1992.

Após sete anos no comando do Vancouver Canucks, o treinador Marc Crawford foi demitido do cargo pelo gerente geral, Dave Nonis, mesmo ainda tendo um ano a cumprir no seu contrato. Obviamente, a não classificação para os playoffs pela primeira vez em cinco anos foi fator decisivo na decisão.

Crawford assumiu o cargo em 24 de janeiro de 1999, comandando a equipe em seis temporadas e classificando-a em quatro delas para os playoffs. Nessas quatro participações, os Canucks venceram apenas uma série e ainda perderam dois jogos 7 com mando de gelo.

Mesmo tendo conseguido 42 vitórias, 8 empates e 32 derrotas na temporada regular, os Canucks ficaram fora dos playoffs nesta temporada. Somando-se o fiasco da última participação, quando foram eliminados precocemente pelos Flames, pode-se dizer que deixaram muito a desejar nos playoffs sob o comando de Crawford, embora tenham realizado boas campanhas na temporada regular, chegando inclusive a conquistar o título de campeão da Divisão Noroeste na temporada passada.

Marc Crawford, natural de Ontário, no Canadá, ganhou o título de treinador do ano na temporada de 1994-95 e conquistou seu único título em 1995-96, com o Colorado Avalanche.

Durante os últimos tempos, a imprensa passou a afirmar que Crawford tinha problemas de relacionamento com parte do elenco, principalmente com Todd Bertuzzi. Nesse período, chegou-se a publicar notas e reportagens afirmando que Bertuzzi teria pedido para ser trocado por não agüentar mais ser comandado por Crawford devido às divergências entre ambos. Tudo foi negado pelas duas partes, mas as dúvidas permaneceram. Dan Cloutier, o goleiro contundido, também foi citado em reportagens como um dos que eram mais criticados e exigidos por Crawford dentro da equipe.

Na sua passagem no comando técnico da equipe, Crawford atingiu uma marca histórica como treinador dos Canucks: 246 vitórias. Nunca um mesmo treinador tinha conseguido tantas vitórias com o time. Em sua carreira na NHL, Crawford é o 16.º treinador com maior número de vitórias (411). Nas sete temporadas com Crawford, os Canucks tiveram uma campanha de 246 vitórias, 197 derrotas e 70 empates.

Depois de começar a temporada cotado como uma das prováveis forças do Oeste, os Canucks perderam seis dos últimos oito jogos e acabaram fora dos playoffs, três pontos atrás dos Oilers, donos da última vaga. Com o fraco resultado, as mudanças já eram esperadas, mas poucos acreditavam que começariam pelo banco.

"Eu gostaria de deixar claro que essa mudança não absolve os jogadores da sua parcela de culpa nesta temporada. Isso não significa que não haverá outras mudanças. Definitivamente não. O fato é que existe bastante culpa para ser dividida e uma boa parte dela é de responsabilidade daqueles que estavam nos vestiários", explicou Dave Nonis na conferência em que anunciou a saída de Crawford.

Como jogador, Crawford disputou 176 jogos na NHL, marcando 19 gols e 31 assistências, defendendo os Canucks ou seus times afiliados durante todos os seus nove anos como profissional.

Dave Nonis explicou à imprensa que não existem substitutos em vista, pelo menos por enquanto, e que a diretoria vai analisar várias opções e decidir com calma, pensando no futuro da equipe e tendo como principal objetivo voltar aos playoffs e passar da primeira fase. (A.L.)



Alessander Laurentino lamenta a saída de Crawford e espera que o próximo consiga ir mais longe que ele.
DEMITIDO Marc Crawford não é mais técnico dos Canucks (Duane Burleson/AP)
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Página publicada em 10 de maio de 2006.