Por Alexandre Giesbrecht

Não se sabe exatamente em que posição a seleção norte-americana precisa terminar o Campeonato Mundial, agora em abril, para se classificar para as Olimpíadas de Inverno de 2006, em Turim, na Itália, mas é quase certo que precisa chegar às quartas-de-final. E isso não vai ser fácil: apenas os quatro primeiros de cada grupo passam de fase, e o grupo dos Estados Unidos inclui Rússia, Suécia, Finlândia e Eslováquia. Se os Estados Unidos não se classificarem, as repercussões serão enormes, porque isso acabará com a principal motivação que a NHL tem para mandar seus jogadores para as Olimpíadas: a maior exposição na TV. De acordo com Jim Johansson, executivo da federação americana de hóquei, "seria uma catástrofe."

Martin Sonnenberg, do Calgary, quase se tornou o novo Steve Moore na última quarta-feira, em Phoenix. O zagueiro Brad Ference, dos Coyotes, acertou-lhe com um soco por trás e o derrubou no final da vitória dos Flames por 4-0. Sonnenberg não se machucou seriamente, mas isso não o impediu de criticar Ference: "Eu dei um tranco atrasado nele, mas não achei que ele fosse voltar e me socar na nuca. Eu deveria estar preparado para aquilo, mas pensei que, com as coisas do jeito que estão [referindo-se ao Caso Bertuzzi], nada aconteceria. Fiquei surpreso? Não. Sendo ele o tipo de jogador que é, não fiquei surpreso." Já Ference declarou aos jornalistas que estava arrependido do que fez.

Rick Nash, de 19 anos, do Columbus, e Ilya Kovalchuk, de 20, do Atlanta, não estão apenas lutando pelo seu primeiro Troféu Rocket Richard, entregue ao artilheiro em gols da liga. Eles também estão lutando para entrar na história. Se qualquer um deles levar para casa o troféu, será o mais jovem jogador da história a ficar no topo da liga em gols. O recorde atual, claro, é de Wayne Gretzky, que, durante sua passagem pelo Edmonton, marcou 92 gols, também recorde da NHL, em 1981-82, aos 21 anos.

Depois de uma de suas melhores atuações na temporada, quinta-feira, em Montreal, o goleiro titular do Ottawa, Patrick Lalime, deixou o jogo de domingo, em Toronto, com apenas seis minutos de jogo, cortesia de uma contusão no joelho esquerdo. O reserva Martin Prusek, que também tem enfrentado contusões nos últimos tempos, entrou em seu lugar e jogou bem. Quer dizer, jogou bem até sofrer um frango num chute de longe de Bryan McCabe, no terceiro período, que deixou o jogo empatado em 2-2.

O goleiro reserva dos Devils, Scott Clemmensen, marcou seu segundo shutout em quatro jogos começados na temporada, ao parar todos os 18 chutes que o Atlanta disparou contra ele na vitória por 5-0 na sexta-feira. Com o provável fim da carreira de Corey Schwab e com Clemmensen parecendo mais preparado que Ari Ahonen (que muitos tinham como o goleiro do futuro do time), é a chance de o goleiro de 26 anos se firmar como número 2 dos Devils. Entretanto, não espere que ele chegue a pisar no gelo durante os playoffs — a não ser, é óbvio, para cumprimentar o time derrotado pelo seu colega Martin Brodeur.

Não levou muito tempo para acabar a paciência da torcida de Montreal com Alexei Kovalev, que marcou apenas um gol (em rede vazia, ainda por cima) e duas assistências nos oito jogos que disputou desde que foi adquirido junto ao New York Rangers. Nos dois últimos jogos dos Canadiens no Centre, ele foi vaiado a cada vez que tocava o disco.

Entenda o que quiser em relação a esta frase de Kovalev — que, se não renovar contrato, tornar-se-á um agente livre irrestrito ao final da temporada — no jornal Montreal Gazette, na semana passada: "Agora eu estou fazendo o que eu puder para ajudar este time. Vamos ver o que acontece no futuro. Eu sei que vou jogar em algum lugar e sempre disse que o dinheiro não é o mais importante." Ah, sim. Ele nunca foi vaiado nos seus quase cinco anos em Pittsburgh.

O recém-chegado Petr Nedved, que veio dos Rangers antes do dia-limite de trocas, marcou o 300.º gol de sua carreira na sexta-feira, contra o Los Angeles, em jogo que terminou com uma importante vitória do time canadense por 3-1. Nedved tem sido a aquisição ideal para os Oilers, já que ele ajudou a consolidar a segunda linha do time, entre Raffi Torres e Radek Dvorak. Se o Edmonton conseguir dar um jeito de chegar aos playoffs (ler mais sobre o assunto nas colunas de Alessander Laurentino e Alexandre Giesbrecht), Nedved vai ser um dos grandes responsáveis e provavelmente vai ter um grande papel na pós-temporada.

Mesmo com as recentes derrotas que interromperam a grande seqüência dos lanternas Penguins, já são 14 jogos consecutivos marcando ao menos um gol em vantagem numérica, a maior série do time desde que marcou em 17 jogos seguidos durante a temporada de 1985-86. Como faltam apenas dois jogos para o fim da temporada, esse recorde não pode ser igualado, mas ainda é possível bater o recorde da franquia para jogos divididos em duas temporadas, de 18, entre o fim da temporada de 1981-82 e o início da temporada seguinte. Esse deve ser o único recorde positivo dos Penguins na temporada. Inclusive em toda a liga: a segunda maior seqüência de jogos com gols em vantagem numérica é do Wild, com apenas nove.