Depois do par de 3-0 em Nova Jersey, Marc Chouinard era um improvável candidato a acabar com a invencibilidade do goleiro Martin Brodeur, que tinha chegado a 161:46. O gol de Chouinard foi seu primeiro desde 22 de janeiro, e apenas seu quarto desde o início da temporada regular. "Obrigado por me lembrar", disse ele ao jornal Los Angeles Times. "Acho que a única coisa que posso dizer é que o meu timing é excelente." A invencibilidade de Brodeur para abrir a série foi de 143:38, a segunda maior na história das finais. O recorde de 188:35 foi estabelecido por Frank McCool, do Toronto, em 1945.

A assistência de Adam Oates no gol de Ruslan Salei, que decidiu a prorrogação do jogo 3, foi seu nono ponto em prorrogações de playoffs, igualando o recorde detido por Joe Sakic, do Colorado, e Doug Gilmour, do Toronto. Mais números: tanto Devils quanto Mighty Ducks têm campanhas de 10-0 quando marcam o primeiro gol do jogo. O recorde é de 11-0, detido pelos Oilers de 1984.

O Anaheim já parece ter descoberto a melhor maneira de ganhar dos Devils, como provou nos jogos 3 e 4: levar o jogo para a prorrogação. A campanha do time na prorrogação chegou a 7-0 nesta temporada, e o goleiro Jean-Sébastien Giguere quebrou o recorde de Patrick Roy nos playoffs ao não sofrer nenhum gol em 168 minutos e 27 segundos de tempo extra. Paralelamente, a campanha do New Jersey é de apenas 2-3 em prorrogaçãoes nestes playoffs, enquanto a do goleiro Martin Brodeur na carreira é de 8-18. E é fácil acreditar que a má sorte de Brodeur no tempo extra deve ter sido decisiva nos dois jogos disputados em Anaheim, já que os times visitantes tinham ganho 11 dos 13 jogos de finais anteriores que foram além do terceiro período.

Apenas 3 dos 40 times que perderam os dois primeiros jogos das finais da Stanley Cup conseguiram virar a série e levar a taça: os Canadiens de 1971 (contra o Chicago), os Canadiens de 1966 e os Maple Leafs de 1942 (ambos contra o Detroit). O New Jersey ganhou suas últimas oito séries que liderava por 2-0. Com a série empatada para o jogo 5, estes números podem sofrer uma bela reviravolta.

Com o jogo 4 das finais, nestes playoffs já tivemos dois jogos que terminaram em 1-0 e foram decididos na prorrogação. Desde o clássico gol de Steve Yzerman, do Detroit, sobre os Blues em 1996, todos os anos tivemos dois 1-0 decididos na prorrogação, à exceção de 1999 e 2000, que tiveram só um. Ou seja, já são 14 desde então (e nenhuma para acontecer num jogo 7 das finais). Vale lembrar quantas vezes isso aconteceu entre 1954 e 1991? Sim, vale: exatamente uma, em 1979.

O zagueiro Ken Daneyko, dos Devils, que tem entrado e saído da escalação do time nestes playoffs, reconheceu ao jornal The Record, de Nova Jersey, que ele está considerando a idéia de se aposentar se os Devils ganharem a Stanley Cup. "Seria um belo jeito de sair", disse ele. "Estou vivendo um dia por vez. Tenho muita sorte de estar nas finais da Stanley Cup pela quarta vez e ter a oportunidade de ganhar mais uma. Ainda temos um longo caminho pela frente, mas, quando a ponte aparecer, vou atravessá-la." Daneyko, de 39 anos, deixou de ser escalado em sete dos últimos dez jogos, e tem resistido à tentação de reclamar publicamente da perda de sua vaga como titular. "Você tem de morder a língua às vezes", disse. "Você tem de aguardar a sua vez. Cada situação é diferente. Falamos antes dos playoffs que usaríamos todos os oito defensores, e temos feito isso. E olhe onde estamos. Todo mundo contribuiu do seu jeito."

A vitória do Anaheim no jogo 3 assegurou que as finais deste ano não terão uma varrida (aliás, já temos até o jogo 6 garantido), mas na última década as varridas têm sido bastante comuns, de acordo com o central Adam Oates, dos Mighty Ducks, isso pode ser um subproduto do calendário da temporada regular da NHL, que determina que times em conferências diferentes se enfrentem apenas uma ou duas vezes por ano. "Se você olhar as estatísticas ao longo dos anos, por que essas [finais curtas] acontecem?", pergunta Oates. "Porque tudo acontece muito rápido. É uma coisa que você aprende depois de algum tenpo: você joga uma longa temporada, chega aos playoffs em antes de perceber, já acabou. Acho que nas finais isso se acelera ainda mais."

Apenas dois anos depois de chegar, e faltando cinco anos para o encerramento de seu contrato, Jaromir Jagr pode estar de saída do Washington Capitals. O jornal Washington Post reportou na terça-feira que os Caps "gostariam de trocar Jagr". O jornal não identificou as fontes da declaração, mas destacou que, devido ao alto salário do jogador (que ainda deve receber US$ 55 milhões pelo tempo restante de seu contrato), poucos acham que os Capitals conseguirão trocá-lo. O gerente geral do time, George McPhee, recusou-se a falar sobre jogadores específicos, mas disse ao jornal que teve "discussões com vários times sobre vários jogadores". "Todos estão se preparando para o recrutamento e, no meio dessas discussões, os nomes de alguns bons jogadores são mencionados." O Washington não ganha uma série de playoffs desde que foi varrido pelo Detroit nas finais de 1998, e o dono do time, Ted Leonsis, declarou publicamente sua intenção de diminuir sua folha de pagamento de US$ 50 milhões por ano. Jagr, que teve uma média de 115 pontos em seus últimos seis anos com os Penguins, marcou 79 em sua primeira temporada com os Capitals e 77 em 2002-03. Já os três prospectos que os Pens conseguiram por Jagr — os atacantes Kris Beech e Michal Sivek, e o zagueiro Ross Lupaschuk — ainda não tiveram nenhum impacto significativp na NHL.

O Edmonton Oilers e o Montreal Canadiens vão jogar uma partida ao ar livre no Commonwealth Stadium, em Edmonton, no estado de Alberta, que pode atrair mais de 55 mil torcedores. O jogo será parte das comemorações do 25.° aniversário do time. Um jogo de veteranos à tarde também está na programação e provavelmente contará com a presença de Wayne Gretzky.