O Anaheim teve campanhas abaixo de 50% em sete de suas dez temporadas na NHL, mas pode acabar ganhando uma Stanley Cup em menos tempo que 20 dos outros 23 times que entraram na NHL desde 1967. Os Ducks estão em sua décima temporada; o Edmonton ganhou a Stanley Cup em sua quarta (1984), o Philadelphia, em sua sétima (1974) e o New York Islanders, em sua oitava (1980). Se os Mighty Ducks varreram as finais, eles vão igualar a melhor campanha de um time em playoffs desde que 16 vitórias passaram a ser necessárias, em 1987. Essa marca foi estabelecida pelos Oilers de 1988, que tiveram campanha de 16-2.

Se o precedente significar alguma coisa, não interessa quem o Anaheim vai enfrentar no jogo 1 das finais da Stanley Cup. Independentemente do adversário, os Mighty Ducks vão jogar fora de casa o primeiro jogo e ganhá-lo em múltiplas prorrogações. Isso, afinal de contas, é exatamente o que aconteceu nas três primeiras fases, com o Anaheim ganhando em Detroit, Dallas e St. Paul e saindo na frente das séries. Os Mighty Ducks também ganharam seus outros dois jogos na prorrogação, então obviamente se dão bem sob pressão. "Já estivemos lá, e sabemos que vamos ganhar", disse o ponta esquerda Mike Leclerc. "É uma questão de atitude. Você tem de acreditar."

O gerente geral Bryan Murray, do Anaheim, ganhou muito do crédito por tornar os Mighty Ducks um time com chances de chegar ao título, e não seria nenhuma surpresa se sua cidade natal, Shawville, em Québec, fizer algo para agradecê-lo em público. Principalmente porque poderia não ter sobrado muita coisa de Shawville, uma cidade de cerca de 2 mil habitantes, se não fossem os Mighty Ducks. Parece que o jogo entre o Anaheim e o Dallas, em 24 de abril, que chegou a cinco prorrogações, convenceu a torcida de Shawville a ficar numa taverna local assistindo até o final, por volta da 1h30 da manhã. No caminho para casa, um dos torcedores notou um incêndio nos escritórios de uma empresa de moenda e chamou os bombeiros, que extingüiram as chamas que poderiam ter destruído a cidade. "[O escritório] fica no centro da cidade", disse Murray ao jornal Los Angeles Times. "O moinho fica logo ao lado. Há uma loja de três ou quatro andares ao lado dele. É uma pequena cidade e quase tudo naquela parte está geminado ao prédio ao lado. O fogo poderia ter-se espalhado. A cidade não tem um grande movimento àquela hora da madrugada." A não ser naquelas madrugadas em que o time de um nativo está jogando uma partida com cinco prorrogações.

Francois Allaire, do Anaheim, deve ser atualmente o mais respeitado treinador de goleiros da NHL. Claro, a performance do seu pupilo Jean-Sébastien Giguere, dos Mighty Ducks, durante estes playoffs, só fez aumentar sua reputação. E, além de ser um ótimo tutor de goleiros, Allaire também tem elogiado sua províncial natal, Québec, porque ela tem produzido muitos goleiros de elite nos últimos tempos. "Em Québec, não há jogadores profissionais de beisebol", disse Allaire ao Los Angeles Times. "Não há jogadores profissionais de futebol, de tênis ou de golfe. O único lugar em que as crianças podem ver estrelas é o hóquei, e jogadores de hóquei têm grande influência sobre as crianças. Hoje em dia, as superestrelas para essas crianças são os goleiros. Quase 25% dos goleiros na NHL são franco-canadenses."

A ameaça dos discos que passam por cima das bordas tornou-se um pouco mais real para o central Joe Nieuwendyk, dos Devils, durante o jogo 4 contra o Ottawa, quando um deles voou na direção de onde sua esposa, Tina, e sua filha de dois anos, Tyra, estavam sentadas. Nieuwendyk correu para o gelo, para ter uma visão melhor, e aí notou que o disco tinha acertado um homem que sentava em frente à sua família. "Eu olhei de relance e vi minha garotinha chorando, então pulei as bordas em seguida e corri até o local", disse ele ao jornal Newark Star-Ledger. "Então eu percebi que acho que ela estava só assustada."

O Dallas Stars colocou o atacante Pierre Turgeon na desistência, dizendo que não vê futuro para ele com o time. Turgeon, que assinou contrato como agente livre em 2001, foi deslocado para a ponta esquerda por causa do excesso de centrais dos Stars. Ele marcou 12 gols e 42 pontos em 65 jogos nesta última temporada, sua pior performance em gols na carreira que já dura 16 anos. Ainda faltam três anos para seu contrato de cinco expirar. Os Stars têm ainda de pagar US$ 20,5 milhões pelos anos restantes no contrato, que tem uma cláusula impedindo que ele seja trocado no próximo ano. O GG dos Stars, Doug Armstrong, disse que o time gostaria de dar uma chance para ver se ele consegue outro clube. Os Stars têm a opção de rescindir o contrato pagando dois terços do total, mas Armstrong disse que esse preço é muito alto. Ao passar pela desistência na última quarta, os Stars deram início a negociações para uma multa de rescisão menor. Se um acordo for alcançado, Turgeon viraria um agente livre irrestrito e poderia assinar contrato com qualquer time.

O prospecto Igor Grigorenko, dos Red Wings, está em estado grave depois de ter batido seu carro no fim da semana passada. O porta-voz do seu time declarou que "ele quebrou a perna em dois lugares, acima e abaixo do joelho, e também sofreu uma concussão". Ele ainda disse que Grigorenko ficará sem jogar por três a quatro meses. Os Wings iriam levá-lo para a América do Norte na próxima temporada, mas ainda não se sabe se ele se recuperará o suficiente para jogar. Diante de perguntas sobre uma eventual bebedeira de Grigorenko, o porta-voz disse: "Os médicos terão de determianr se Grigorenko estava bebendo antes do acidente, mas eu duvido, porque, pelo que eu sei, ele não bebe." Grigorenko foi eleito o melhor jogador da Rússia na temporada de 2002-03.