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18 de abril de 2003
Anaheim Mighty Ducks: A um passo de fazer História

Por Marcelo Constantino

Segunda-feira à noite, dia de jogo decisivo para o Detroit Red Wings. Surpreendidos por uma atuação absurda do goleiro Jean Sebastien Giguere no jogo 1, quando fez nada menos que 63 defesas, os atuais campeões confrontaram a mesma barreira no jogo 2. Este seria o jogo da redenção, tal qual na série contra os Canucks em 2002.

Para felicidade geral da nação de torcedores do hóquei no Brasil, a ESPN nos agraciou com uma rodada dupla, ao vivo, na noite de segunda. Depois de assistirmos à fácil vitória dos Avs sobre o Wild por 3-0, era hora de Detroit x Aneheim, já pelas 23:30 da noite.

Bem que os Wings começaram pressionando. Dominaram as ações na primeira metade do período inicial e chegaram a mandar um disco na trave no final. O Anaheim logo demonstrou que não iria ficar para trás e equilibrou as ações. Veio o segundo período e este foi inteiro dos Ducks. Sim, o Detroit manda muito mais discos para Giguere defender, mas é nítido que os Ducks conseguem lidar bem com isso.

O novato Dmitri Bykov errou um passe na zona neutra, veio Stanislav Chistov, roubou o disco e passou para Samuel Pahlsson, que avançou e mandou para o gol, por cima do ombro de CuJo.

Típico gol que um grande goleiro deveria defender, típico gol que os Wings tentaram nas mais de 130 vezes que mandar o disco para o gol de Giguere e não conseguiram. Deste ponto em diante, até que os Wings marcassem um gol, o domínio da partida foi do Anaheim.

No fim do segundo período a frustração do Detroit foi extravasada, com jogadores querendo arrumar briga com os Ducks. Steve Rucchin e Brendan Shanahan foram penalizados.

A trave salvou Giguere por duas vezes e Joseph por uma na partida. Durante o desesperado terceiro período, poucas chances reais de gol foram criadas pelos atuais campeões.

A linha de Chistov - um garoto de quase 20 anos de idade - dominava as ações da linha de Fedorov, supostamente a mais forte dos Wings. Paul Kariya nem precisava mostrar todo seu potencial ofensivo, o jogo dos Ducks é nitidamente mais voltado para a defesa atualmente.

Como sempre, a única linha do Detroit que se salvou do desastre foi a grind line de Draper, Maltby e McCarty. Desferindo trancos, brigando interminavelmente pelo disco nas bordas e inclusive criando boas chances de gol, trata-se da única linha que realmente não decepciona no time. Do lado do Anaheim, a linha de Chistov e Pahlsson era o ponto mais alto do time.

E foi ele, Chistov, o nome do jogo, que marcou o segundo gol. Logo no início do período final, CuJo saiu para buscar o disco atrás de sua rede, mas errou e teve de voltar correndo para o gol. Chistov, por trás da rede, mandou o disco no corpo do desesperado goleiro, que acabou empurrando para dentro do gol.

Péssimo gol para se levar, numa falha imperdoável para um goleiro que já vinha sendo criticado e que assistia, pela terceira vez consecutiva, o colega adversário fazer uma atuação digna de um goleiro de um grande clube de playoffs.

Se os Red Wings já estavam desesperados, dali em diante isso somente se agravou. Sem conseguir superar Giguere, a frustração voltou a ficar evidente através, acreditem, do capitão Steve Yzerman. Logo após uma boa jogada de ataque, o disco sobrou para Fedorov mandar para o gol, livre. O disco explodiu na trave, Yzerman perdeu a cabeça no lances eguinte e mandou o taco num jogador dos Ducks. Penalidade marcada, Wings em desvantagem numérica.

Assim que terminou a desvantagem, uma penalidade foi marcada em cima do Anaheim. Era a última chance para o Detroit tentar alguma coisa. E deu certo. Logo após a disputa de disco, Lidstrom manda um chute de longe que Tomas Holmstrom desvia. Giguere defende, mas o atacante completa o próprio rebote.

Os campeões tentam o gol de empate de qualquer forma e pouco produzem de reais chances de gol. Giguere salva tudo. É o fim.

Apenas dois times em toda a história da NHL conseguiram sair de um déficit de 0-3 e vencer a série por 4-3, e isso data de 1942 e 1975. Dificilmente não é o fim.

SAUDAÇÕES DA DISNEY Samuel Pahlsson (26) é saudado pelos colegas depois de marcar o gol que abriu o placar em Anaheim (Donald Miralle/Getty Images - 14/04/2003)
 
CELEBRAÇÕES DA DISNEY Stanislav Chistov celebra com os colegas o gol que marcou após falha grotesca de Curtis Joseph. O gol acabou por ser o da vitória por 2-1 sobre os Wings (Kevork Djansezian/AP - 14/04/2003)
 
Detroit Red Wings 0 0 1 1
Anaheim M. Ducks 0 1 1 2

PRIMEIRO PERÍODO -- Gols: Nenhum. Penalidades: Bench, Ana (too many men served by M Chouinard), 18:32.

SEGUNDO PERÍODO -- Gols: 1, Anaheim, Samuel Pahlsson 1 (Stanislav Chistov), 2:31. Penalidades: - Bench, Det (too many men served by P Datsyuk), 3:29; P Kariya, Ana (elbowing), 13:01; M Leclerc, Ana (hooking), 16:25; M Schneider, Det (roughing), 18:59; S Rucchin, Ana (roughing), 20:00; B Shanahan, Det (roughing), 20:00.

TERCEIRO PERÍODO -- Gols: 2, Anaheim, Stanislav Chistov 2 (sem assistência), 1:44. 3, Detroit, Tomas Holmstrom 1 (vantagem numérica) (Nicklas Lidstrom, Sergei Fedorov), 13:44. Penalidades: S Yzerman, Det (slashing), 11:08; S Pahlsson, Ana (holding stick), 13:38.
Detroit Red Wings 11 13 13 37
Anaheim M. Ducks 10 10 6 26

Vantagens numéricas: DET - 1 de 4, ANA - 0 de 3. Goleiros: Detroit, Curtis Joseph (26 chutes, 24 defesas; campanha: 0-3-0). Anaheim, Jean-Sebastien Giguere (37, 36; campanha: 3-0-0). Público: 17.174. Árbitros: Brad Watson, Don Van Massenhoven. Assistentes de linha: Brad Lazarowich, Lonnie Cameron.

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Página publicada em 16 de abril de 2003.