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28 de março de 2003
Tacadas diversas na reta final da temporada

Por Marcelo Constantino

Vamos imaginar alguém que tivesse acompanhado o começo da temporada 2002-2003 da NHL e tivesse viajado para algum lugar distante sem informações, para Bagdá que seja, ali por novembro. Vamos imaginar agora que esse alguém tivesse voltado agora. Ele não acreditaria no que veria do Pittsburgh Penguins.

No início era uma confiança só, com Mario Lemieux arrasador e soberano na liga, ao lado de um atirador de primeira como Alexei Kovalev. As linhas de vantagem numérica tinham um percentual magnífico. Playoffs eram tidos como certos, duvidoso era se o time teria como disputar a Stanley Cup.

Durante a temporada veio o pavor. Lemieux se machucou por algum tempo, a crise financeira recrudesceu, o rendimento do time caiu. Aí, Kovalev foi doado aos Rangers. Ali foi o sinal claro de que esta temporada estava fora dos planos da gerência do Pittsburgh.

De lá pra cá, o time seguiu caindo nas tabelas e o foco passou a ser exclusivamente a saúde financeira diante do fim do acordo entre a NHL e seus jogadores, daqui a uma temporada. Com isso, foi feita uma verdadeira limpeza no time no dia limite de trocas, quando ainda cederam o bom central Jan Hrdina a preço de banana. Em troca dele e de outros vieram linhas inteiras de juniores. Vovô Lemieux agora joga cercado de meninos enquanto vê o Troféu Art Ross (concedido ao líder em pontos na temporada) cada vez mais longe.

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Lá pelo final do ano passado eu escrevi que Joe Thornton era a grande ameaça ao Super Mario na corrida pelo Art Ross. Foi uma indesculpável desconsideração com Markus Naslund que, já na época, se posicionava muito bem na corrida. Desconsideração esta devidamente corrigida por um belo artigo do amigo Alessander Laurentino. Eis que agora Lemieux ficou para trás e a briga praticamente se resume a Thornton e Naslund. É bem verdade que, para o Hart, Mario terá suas chances, mas somente o aspecto emocional irá contar-lhe favoravelmente. Com os Penguins beirando o último lugar na Conferência Leste tudo fica mais difícil.

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É bem provável que a NHL nos proporcione dois grandes confrontos já na primeira fase dos playoffs. É praticamente certo que no Oeste teremos St. Louis Blues x Colorado Avalanche. Confronto que poderia ser perfeitamente a final de conferência, já eliminará de cara um dos candidatos ao título. Você pode até discordar que os Blues sejam realmente um candidato ao título, eu também discordo, mas se Chris Pronger voltar em forma, o panorama fica bem diferente.

No Leste teremos possivelmente Philadelphia Flyers x Toronto Maple Leafs também logo na primeira fase. De um lado o time de mais peso no mundo do hóquei, com boas novidades e pronto para disputar seriamente o título. Do outro, Jeremy Roenick e Tomy Amonte reunidos, sob a batuta de Ken Hitchcock. É lamentável que um dos dois saia logo de início, ainda mais quando um dos outros possíveis confrontos é entre Washingotn Capitals e Tampa Bay Lightining, ambos com menos pontos que Flyers e Leafs. Coisas das regras baseadas nas Divisões.

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O que dizer de Pierre Lacroix, que andou rifando Alex Tanguay e Martin Skoula pela liga durante quase toda a primeira metade da temporada? O mesmo Lacroix, o mestre das trocas antes do dia limite, que pouco fez nesse dia desta temporada. Tanguay e Skoula foram oferecidos por pacotes envolvendo Martin Lapointe, depois Alexei Kovalev e, dizem (é duro de acreditar), por Jarome Iginla recentemente.

Depois da saída de Bob Hartley, Tanguay voltou a ser o jogador de alta produção ofensiva que se esperava e Skoula voltou a ter atuações sólidas na defesa. Denver deve estar agradecida que nenhuma das trocas saiu.

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Quando esta edição já estiver no ar, o leitor já terá uma posição melhor sobre a briga final dos Rangers para conseguir uma vaga nos playoffs, então é melhor ainda não falar nada. Lembrem-se que Glen Sather garantiu que classificaria o time quando assumiu o posto de técnico da equipe. Ninguém acreditou. Ainda é possível, vamos assistir de camarote.

Ah, em Nashville os torcedores receberão seu dinheiro de volta, conforme prometido pela gerência no início da temporada caso o time não fosse para os playoffs.

Marcelo Constantino ainda ri da piada que é uma Copa do Mundo de futebol no Brasil, seja lá em que ano for.
 
  FORA DO TOPO Mario Lemieux tem pouco a comemorar hoje em dia, com um time cheio de jovens pouco conhecidos e em último lugar na Divisão Atlântico. (Gene J. Puskar/AP - 22/02/2003)
   
 
  FAVORITO AO ART ROSS Markus Naslund foi constante durante toda a temporada e hoje é o favorito para ganhar os troféus Art Ross e Hart (David Duprey/AP - 07/02/2003)
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Página publicada em 26 de março de 2003.