22 de maio de 2002
Wings x Avs: As emoções iniciais

Por Humberto Fernandes

Palavras de um torcedor dos Red Wings

Quinta-feira, 06h30. Enquanto me preparo para ir a escola, lembro que na noite anterior havia acontecido o jogo decisivo entre Colorado e San Jose. Diante da expectativa por saber quem seria o adversário do meu Detroit, não resisti, liguei o computador e conectei-me à Internet.

Em todos os momentos, desde o começo da série semifinal entre Colorado x San Jose, acreditei na vitória de Sakic & Cia. Até mesmo após o jogo 5, onde os Sharks assumiram a liderança, continuei tendo os Avs como vencedores do duelo.

Talvez eu até tenha torcido por eles. É algo inimaginável! Um torcedor dos Red Wings que se preze jamais apoiaria o Avalanche, em qualquer circunstância. Mas com possibilidade de enfrentá-los na fase seguinte, esta situação era atípica.

Vencer uma Stanley Cup sem eliminar o Colorado no caminho não é ser plenamente campeão. De que adianta Troféu Presidente, prêmios, recordes... se você não enfrenta seu maior rival, inimigo e algoz?

A temporada dos Red Wings foi um esplendor. Liderança de ponta-a-ponta, apresentando apenas dois momentos de crise: primeira quinzena de dezembro e fim de março, começo de abril. No restante da temporada, apenas vitórias. Tudo isso seria facilmente esquecido diante de uma eliminação precoce e/ou perda do título. Em Detroit, há apenas uma certeza: Stanley Cup... ou nada.

Para fechar a brilhante temporada, restam dois gols: vencer o Colorado nas finais de conferência e, em seguida, erguer a Stanley Cup diante dos Maple Leafs — ou alguém acredita nos Horrorcanes? Após estas duas realizações, enfim Detroit estará satisfeita.

Mas antes... o Colorado Avalanche!

A primeira reação ao ver que o tão esperado e desejado encontro realmente acontecerá deixa o ambiente tenso. Coisas do fanatismo. Não dá duelo na NHL como Detroit x Colorado. Não há.

Como torcedor dos Red Wings — novidade! —, sei que o único time capaz de vencê-los é o Avalanche. E somente ele. Perder novamente para o inimigo seria extremamente doloroso, talvez a cova aberta para boa parte deste elenco dos Wings.

Toda a NHL estará acompanhando esta guerra de muitas batalhas. Penso que a Stanley Cup poderia ser entregue ao vencedor desta guerra, de antemão. Por que disputar contra o vencedor do Leste, o time menos pior de uma conferência que leva às quartas-de-finais o Montreal Canadiense, ou até mesmo mais assustador, o Carolina Hurricanes às semifinais? Cansaço inútil.

Por Rafael Roberto

Palavras de um torcedor do Avalanche

"Dominik Hasek assina com os Red Wings!" Quando li isto, a primeira coisa que imaginei foi uma final de conferência entre Avalanche e Red Wings. À medida que a temporada foi se desenrolando, ficava bem mais claro para todos que o encontro entre os times iria fazer a NHL pegar fogo.
Bem, depois de 14 jogos para o Avalanche e 11 para os Red Wings, nos playoffs, é hora de incendiar tudo. A mãe natureza caprichou desta vez: teremos Colorado x Detroit!

Qualquer torcedor dos Avs sabe a importância de vencer os Red Wings numa série de playoffs e lamenta ter conquistado a Stanley Cup no ano passado sem ter batido o grande rival, mas mesmo sem o confronto, a conquista da taça não pode ser desmerecida.

Avalanche x Red Wings é o jogo, não há como negar. Vencer esta série, para os mais fanáticos, significa o mesmo que vencer a Stanley Cup.

À medida que a hora do jogo se aproxima a emoção aumenta. Quando se acorda na manhã do dia do jogo, a primeira coisa a fazer é olhar bem para a camisa do time e lembrar, "hoje é o dia". A temperatura aumenta a cada minuto na ânsia do jogo. Na hora que o disco cai no gelo e a partida começa, o cérebro pára de pensar em qualquer coisa que não seja o duelo.

Se antes do jogo esta é a emoção, imaginem quando a série terminar! Vencer o Detroit, rumo ao bicampeonato tem uma sensação indescritível e que nenhum torcedor do Avalanche sentiu ainda.

"Um time, mesma meta"... melhor ainda: um time, mesma meta mas com uma correção, vencer o maior rival nas finais do Oeste.

Humberto Fernandes, adorador da atmosfera criada pelo confronto, escreveu sua parte deste artigo durante uma aula de voz passiva sintética e mais tarde recebeu ajuda do colaborador Rafael Roberto, outro aficionado pelo duelo entre estas equipes e sem criatividade para criar um rodapé decente.
 
 
 
 
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Página publicada em 20 de maio de 2002.