Comentários sobre os oito times classificados para os playoffs na Conferência Oeste.
(1) Vancouver Canucks x Chicago Blackhawks (8)
A melhor temporada da história dos Canucks (117 pontos, 71,3% de aproveitamento) garantiu ao Canadá o seu primeiro Troféu dos Presidentes desde 2002-03 (Ottawa Senators). E se o campeonato fosse disputado em pontos corridos, os Canucks já seriam campeões por antecipação desde meados de março. Único time da Divisão Noroeste classificado para os playoffs, a equipe se aproveitou da fragilidade de seus rivais mais próximos para terminar a temporada com o melhor ataque e a melhor defesa da liga.
Não é que o Vancouver não teve obstáculos ao longo do ano, que o diga o treinador Alain Vigneault, sempre com um defensor diferente contundido por longo tempo. Mas o desempenho dos irmãos Sedin (41 gols e 104 pontos para Daniel, ganhador do Troféu Art Ross e favorito ao Troféu Hart, e 94 pontos para Henrik), de Ryan Kesler (41 gols) e de Roberto Luongo (92,8% de defesas) fez com que os Canucks superassem os desafios com facilidade.
É injusto dizer que os Blackhawks estão nos playoffs apenas porque o Dallas Stars tropeçou no último jogo. Os atuais campeões conquistaram 97 pontos, marca quase centenária, especialmente porque Jonathan Toews assumiu a responsabilidade e guiou o time na segunda metade da temporada. Para quem defende o título, a campanha não foi ruim, ainda que a vaga tenha sido conquistada aos 48 minutos do segundo tempo. Pelo segundo ano seguido, os Blackhawks foram defendidos por um goleiro novato.
(2) San Jose Sharks x Los Angeles Kings (7)
Ao contrário dos anos anteriores, desta vez os Sharks só foram notados na reta final da temporada regular. O time perambulou pelo meio da tabela ao longo de quase todo o ano, apenas para deslanchar no final e provar que é uma das maiores forças da Conferência Oeste.
Os Sharks tiveram sete jogadores com 20 ou mais gols na temporada, reflexo direto da disposição ofensiva do time, líder da liga em chutes a gol.
Na temporada em que apareceram como favoritos, os Kings terminaram na sétima posição da Conferência Oeste e se classificaram por apenas um ponto. Poderia (e deveria) ter sido muito melhor, mas a equipe não manteve o mesmo ritmo do começo da campanha e por pouco não perdeu a vaga. Se Anze Kopitar, seu principal jogador, não tivesse se machucado, os Kings talvez estivessem mais acima na classificação.
A aquisição de Dustin Penner no dia-limite de trocas, a maior negociação da temporada, já causa arrependimentos em Los Angeles. Penner marcou apenas dois gols e seis pontos em 19 jogos.
(3) Detroit Red Wings x Phoenix Coyotes (6)
Alternando bons e maus momentos, os Red Wings tiveram um ano, de certa forma, tranquilo, mesmo sofrendo com contusões que limitaram a participação de alguns de seus principais jogadores e com o desempenho irregular de todos os três goleiros que defenderam a equipe. A liderança da Divisão Central pouco foi ameaçada, apesar das noites em que o time jogava apenas 20 minutos e se desligava do restante da partida, deixando o gelo com derrota.
Pela primeira vez em sua carreira, Nicklas Lidstrom terminou a temporada com saldo +/- negativo, mas nada que possa manchar a excelente temporada do defensor de 40 anos, um dos favoritos ao Troféu Norris.
A defesa dos Red Wings chama a atenção por entrar nos playoffs como a que mais gols sofreu entre os 16 classificados.
Em meio aos eternos rumores sobre a mudança de endereço, os Coyotes repetiram a boa campanha da temporada passada e frequentaram a parte de cima da tabela durante todo o tempo. Chama a atenção o saldo de +/- do time, o quarto maior da liga, com +123.
Um ponto impediu que o time tivesse como artilheiro o defensor Keith Yandle, autor de 11 gols e 59 pontos na temporada regular. Shane Doan, o capitão, marcou dois pontos no penúltimo jogo e chegou aos 60. Yandle foi o maior destaque de um time que teve 11 jogadores marcando mais de dez gols.
(4) Anaheim Ducks x Nashville Predators (5)
A maior virtude dos Ducks foi nunca ter desistido dos playoffs, mesmo quando o time amargava uma posição distante do oitavo lugar. A contusão do goleiro Jonas Hiller e o mau desempenho do reserva Curtis McElhinney forçaram a gerência a trazer Dan Ellis e, depois, ressuscitar Ray Emery para defender a equipe. Era como se os Ducks tivessem um goleiro diferente a cada jogo.
O maior responsável pela arrancada que colocou a equipe entre os oito e a promoveu ao quarto lugar foi o atacante Corey Perry, único a alcançar a marca de 50 gols na temporada regular.
Entre 9 de março e 6 de abril, Perry marcou 19 gols e 29 pontos em 14 jogos. O Anaheim venceu 15 dos últimos 20 jogos disputados, chegando aos playoffs como o time mais quente da liga.
O grande nome dos Predators é o goleiro Pekka Rinne, candidato a jogador mais valioso da temporada regular. Com 93,0% de defesas e 2,12 gols sofridos por jogo, Rinne foi responsável direto pela boa campanha da equipe. Ofensivamente, não há quem se destaque, considerando que o artilheiro do time, Sergei Kostitsyn, não passou dos 50 pontos.
Os Preds são assim mesmo, um time muito competitivo, dirigido por um dos melhores treinadores da liga, Barry Trotz, e liderados dentro do gelo por um monstro chamado Shea Weber.
É de se espantar que, mesmo não marcando tantos gols, a equipe tenha acumulado +118 ao longo da temporada, sexta melhor marca da liga.
Humberto Fernandes dedicou toda a noite de terça-feira à preparação desta edição.