O novo formato do calendário da NHL não é novidade para quem acompanha a liga ou essa revista desde a temporada passada, mas vamos relembrar.
Cada time enfrentará seus rivais de divisão três vezes em casa e três vezes fora, totalizando 24 jogos. Cada time continuará disputando 40 jogos dentro de sua conferência mas fora de sua divisão (dez adversários), duas vezes como mandante e duas vezes na estrada. Serão 64 jogos dentro da conferência, mantendo a integridade do sistema de playoff baseado na conferência.
Os 18 jogos restantes envolverão cada time enfrentando todos os adversários da outra conferência pelo menos uma vez, em casa ou fora, com os outros três jogos também sendo disputados contra adversários da outra conferência. O total de 82 jogos está mantido.
Com o acréscimo do número de jogos entre conferências de 10 para 18, o peso do alinhamento das divisões na classificação final foi reduzido, porque menos pontos serão disputados dentro de cada divisão. Logo, por exemplo, se a Divisão do Atlântico for novamente forte e a Divisão Sudeste de novo fraca, é mais provável que quatro times se classifiquem na primeira e apenas um na segunda.
A NHL terá quase o dobro de jogos entre equipes de conferências distintas no calendário, saltando de 150 para 270 (ou 12,2% de todos os jogos para 22%).
Para quem acredita que o calendário não influencia a classificação, uma olhada nas estatísticas da temporada passada torna a questão mais clara.
No Leste foram marcados 5,57 gols por jogo, quase 0,2 a mais que no Oeste. No total são 105 gols a mais em uma temporada, sete por time.
As equipes do Leste também chutam mais a gol, 59,5 vezes por jogo, contra 56,8 da outra conferência, embora no Oeste as equipes cometam mais penalidades e passem mais tempo em vantagem e desvantagem numérica.
São duas ligas ligeiramente diferentes. Mais ofensividade e gols no Leste, mais defensividade e penalidades no Oeste.
Nova temporada, novos capitães. Diversas equipes apresentaram nos últimos dias os seus líderes.
O Anaheim Ducks nomeou Scott Niedermayer como capitão. Nenhuma surpresa aqui, porque o defensor era o capitão da equipe antes de sua tentativa de aposentadoria. Chris Pronger e Ryan Getzlaf serão seus assistentes. O primeiro suplente será seu irmão, Rob Niedermayer.
Já no Los Angeles Kings Dustin Brown terá a letra C bordada em sua camisa. O atacante é muito popular entre os fãs dos Kings, marcou 33 gols e 60 pontos na última temporada e tem contrato até 2014. Brown liderou a liga em trancos em 2007-08. Os assistentes serão Anze Kopitar e Matt Greene.
O recém-contratado defensor Craig Rivet será o 23.º capitão da história do Buffalo Sabres e o primeiro "em tempo integral" desde Stu Barnes (2001-03). A torcida do Buffalo esperava que Jason Pominville seria o próximo líder da equipe, mas o treinador Lindy Ruff optou pela experiência de Rivet. Pominville, pelo menos, será um dos quatro assistentes, ao lado de Teppo Numminen, Jaroslav Spacek e Jochen Hecht.
Na Flórida o novo treinador Pete DeBoer
afirmou que ainda é cedo para nomear um substituto para Olli Jokinen, ex-capitão dos Panthers, o que se adequa mais ao conceito do time nesta temporada. A equipe terá três assistentes: Stephen Weiss, Bryan Allen e Cory Stillman.
Nenhuma equipe causou mais impacto que o Vancouver Canucks ao definir seu capitão. O gerente geral Mike Gillis nomeou o goleiro Roberto Luongo como líder da equipe. A NHL proíbe que os goleiros ostentem o C em seus uniformes, então Luongo apareceu com a marca em seu capacete dias depois. Gillis justificou a escolha afirmando que Luongo é a voz predominante no vestiário da equipe e o maior líder dentro do elenco. Tudo bem. Se ele é realmente o protagonista, então que diferença faz uma letra no uniforme — ou no capacete?
O defensor Willie Mitchell usará o C que pertence a Luongo.
Dave Sandford/Getty Images
"Espelho, espelho meu"
O defensor Mike Van Ryn se aquecia antes do jogo de pré-temporada contra o St. Louis Blues quando, ao chutar em direção ao gol, acertou o travessão, fazendo o disco decolar. O fotógrafo Dave Sandford registrou uma das mais belas e curiosas imagens que nós já vimos, não só pela proximidade do disco, que visto dessa forma oferece um exercício de imaginação para quem tenta decifrar a fotografia, mas pela surreal aparição do reflexo de uma (aparentemente) linda loira na superfície de borracha do redondinho. Parabéns, Sanford! E muito obrigado, Van Ryn.
(29/09/2008)
O renascimento do Chicago Blackhawks fica a cada dia mais bonito.
Não bastasse apresentar ao mundo do hóquei os prodígios Patrick Kane e Jonathan Toews, os Hawks anunciaram a quebra do próprio recorde de venda de carnês de ingressos, estabelecido em 1994-95.
As vendas de ingressos para jogos dos Blackhawks cresceram mais de 300% em relação a outubro do ano passado, representando uma das maiores reviravoltas comerciais da história em relação a venda de ingressos de uma equipe que sequer foi aos playoffs.
A cidade de Chicago tem cerca de dez milhões de habitantes e representa um dos maiores mercados dos Estados Unidos.
Portanto, as receitas da NHL devem aumentar.
A pré-temporada já está no passado, mas isso não evita que Prorrogação critique a configuração adotada pela NHL.
Foram 111 jogos (7,4 em média por time), com 40 jogadores envolvidos em cada partida. Multiplicando os números, são 4.440 homens-jogos. A pergunta é: isso tudo é realmente necessário para preparar os jogadores para a temporada regular?
Além do excesso de jogos, o calendário de alguns times foi insano. O Florida Panthers disputou seis jogos em seis noites seguidas, viajando por quatro cidades diferentes.
Na temporada regular, são disputados 1.230 jogos. No ano passado, 852 patinadores e 89 goleiros passaram pelo gelo. São 31,4 jogadores em média por time.
Na pré-temporada, no entanto, baseado nos números de 2007, foram 105 jogos, com 1.067 patinadores e 106 goleiros. Ou 39,1 jogadores por time. Em 17 dias.
A desculpa de que a pré-temporada serve para as gerências avaliarem seus jovens jogadores é refutada pelos números. Apenas 341 dos mais de mil jogadores eram considerados calouros, e eles jogaram em média 2,7 jogos cada. Os "veteranos" jogaram quase 4 jogos cada.
O excesso de trabalho às vésperas da temporada justifica o número de baixas das equipes. Pergunte ao Pittsburgh Penguins o quanto eles detestaram perder Sergei Gonchar em um jogo que não valia nada.
Ninguém no planeta acompanharia o pré-olímpico feminino de hóquei no gelo, disputado na Letônia e na Eslovênia, mas dificilmente alguém não se interessaria por um
placar de 82-0.
A goleada imposta pela Eslováquia sobre a Bulgária quase alcançou dimensões diplomáticas.
O jogo estava
7-0 após cinco minutos, 19-0 depois de dez minutos e no fim do primeiro período a Eslováquia vencia por 31-0. O mais incrível é que,
perdendo por 77-0, o treinador búlgaro retirou a goleira, colocando outra patinadora no gelo, com a missão de proteger a rede. E não é que a falsa goleira defendeu mais chutes que a titular? Foi nesse momento que a Bulgária levou o maior perigo ao gol adversário, quase ultrapassando por duas vezes a linha do meio do gelo.
As eslovacas chutaram 139 vezes a gol. Doze jogadoras marcaram hat tricks, incluindo uma que marcou dez gols. Todas as jogadoras registraram, no mínimo, +22, e uma atacante marcou 18 pontos.
O fracasso búlgaro pode ser explicado pela própria Federação Internacional de Hóquei no Gelo. Segundo a IIHF, a Bulgária tem apenas 299 jogadores de hóquei registrados e apenas três arenas. No país todo há somente 37 jogadoras, enquanto no Canadá, por exemplo, são 74 mil.